23 de fev. de 2012

Descaminhos encontrados...

Eu gostaria de poder entender a complexidade da vida. Mas ela não deixa de me ensinar que ela tem seu caminho próprio, e eu não devo questionar. Bem assim, como quem não quer nada eu encontrei ele. Conversamos tanto e eu me assustei com tanta sinceridade. Uma sinceridade bruta, contida numa voz diferente que parece sorrir sempre. Foi essa sinceridade que me puxou pra perto. Como quem diz "sim, assim sou eu, essa pessoa marcada, cheia de cicatrizes das pedradas que levei e dos buracos que escolhi, não sou diferente disso". Como um guerreiro que veste suas cicatrizes com orgulho. Eu diria até um sobrevivente. Um sobrevivente de olhos duros, sorriso fácil e um cheiro viciante. Admirei essa sinceridade toda. Uma declaração bem "é pegar ou largar".
E eu não posso negar, existe algo naquele sorriso sincero, no jeito maluco e intenso que ele faz amor. E como em cinco dias já está tudo intenso. Parece mais um mês. Dormimos juntos quatro dias. Acordar com ele, fazendo carinho. Parece tudo um sonho que me assusta. Me assusta porque parece natural, parece bom, e gato escaldado tem medo até de água fria. E já tomei porradas demais.
Mas não posso me conter, estou sorrindo abertamente por nenhum motivo. É assim que me sinto mais viva, mais completa. Mas ao mesmo tempo, fico com um pé atrás e outro na frente. E é tão ruim, ter que se segurar, apesar de que não tenho deixado de ser espontânea. Ele sorri, me abraça, é tão natural da parte dele. E eu não posso deixar de me sentir assim, como se tentando desconfiar, mas incapaz de negar que ele toca várias feridas que estavam começando a cicatrizar. Coisas que eu achava que talvez ia demorar pra viver. Em três dias vivo uma intimidade que demoraria meses pra ter.
Não sei, é como se de alguma forma eu encontrasse algo tão bom, tão e desenhado pra mim, que dá medo de aceitar. Quando a esmola é grande, o Santo desconfia.
Não consigo. Não consigo aceitar que exista alguém tão diferente das superficialidades que eu tenho visto, alguém que realmente more no meu lado do mundo.
Dá medo. Ainda tenho fresco aqui como tudo aconteceu antes, e de como eu estava me jogando antes. E agora me sinto bloqueada. Mas em paz. Vamos deixar fluir!

15 de fev. de 2012

Um novo dia, um novo tempo

De fato não tenho escrito. Não tenho feito nada de interessante. Minha vida se tornou parada, estável, um lago calmo e cristalino que consigo ver o reflexo das árvores.
O mundo tem sido quieto, estável. Pouco acontece. Meu coração se sente triste o tempo todo, e eu sinto falta. Sinto falta de o ver alegre, de o ver vivo. Ele está dormindo, quase morto. Sei que ainda não desistiu, mas talvez se aquete na nossa mais nova jaula.  Não me incomodo de chamar esse tempo de jaula. Apenas me conformo. Cansei-me das besteiras sentimentais, das pessoas falsas. Todo mundo é de plástico, reluz como bonecas. Ninguém realmente sente, as pessoas se descartam facilmente. Cansei de ser descartada, usada. Agora sou minha. Me declaro sozinha e não infeliz. É certo que feliz não estou, meu coração gosta de viver grandes emoções. Por isso estou sempre lutando contra aquela brasa maldita da esperança. Porque em algum lugar, talvez existam pessoas de verdade, pessoas que sentem, que não mente, que querem algo diferente.
Enquanto isso, vou ficando aqui, juntando dinheiro para minhas loucuras, e sonhando que um dia eu encontre alguém que me faça acreditar que pode ser verdade...

6 de fev. de 2012

Dias difíceis, dias de inferno astral...

Tem dias que são mais difíceis que outros, tem dias que eu realmente sigo sorrindo, o peso some e eu me sinto leve. Esse não é um desses dias. Hoje é um dia onde o sono não vem, tudo parece errado e fora do lugar, meu coração parece ter morrido seco e o que sinto no lugar dele é um buraco vazio e negro. Vovó dizia que um mês antes do aniversário, é o inferno astral e que é o período onde tudo pode dar errado. Já torci o pé tantas vezes nessa época, fiquei doente. Quem me dera hoje eu ao estivesse doente. Hoje me sinto morta, oca por dentro. Como se eu já tivesse desistido de tudo, e talvez eu tenha. Peço apenas a força de sobreviver até amanha á noite.