7 de out. de 2013

Discurso triste de um domingo à noite

Odeio domingos, especialmente os domingos à noite. Porque à não muito tempo atrás eu costumava ter companhia no domingo. E agora essa pessoa parece um sonho embaçado de anos atrás.
Droga, odeio me sentir assim, necessitada de sentir. Sempre existe essa ânsia de sentir. Sentir fogo, paixão, desejo, amor. Sou viciada em sentir. Talvez ninguém entenda direito e nem eu.
E cá estou eu, depois de engolir mais um livro recheado de sexo e paixão e me sentindo completamente vazia. Porque diabos a vida tem que ser tão perfeita e acidentalmente feliz nos livros e no real eu estar me sentindo assim? Me sinto perdida. Porque eu quero sentir.
Existem tantas coisas que quero sentir. Prazer, gozo, mas acima de tudo as variações. Quero noites sendo devorada por um anseio imenso de alguém por mim, mas quero ser igualmente cuidada, amada e apreciada.
E talvez, por isso, me iluda por pessoas como ele.
Ele é problema, simplesmente pela conjunção de coisas que ele é, chefe de uma empresa, pai de 3 crianças, marido da mãe dessas crianças. Só que ele desperta desejo em mim e eu fico aqui, em mil expectativas. Tem tanto tempo que eu não sinto essas coisas. Diabos, eu não sentia isso com o ex. Ele era meu companheiro, meu amigo, mas não era meu amante. Não me fazia acordar as 5 da manhã completamente molhada por sonhar com ele. Esse cara faz isso. Sei de longe que isso é problema, que eu deveria ficar sozinha e ir andando com tudo, mas não consigo me desligar dele, que droga!
Quando ele escreve as mensagens picantes falando da fome dele de me ter, que merda, o centro no meio das minhas pernas contrai em resposta. Quando ele manda bom dia é tão gostoso. Mas é imensamente ruim o fato de ele sumir o fim de semana todo. Eu sinto falta dele. E eu continuo fantasiando sobre a nossa noite que ainda vai acontecer.
Primeiramente, eu recusei, saí correndo, falei pra gente se afastar, porque eu não quero me envolver nos problemas de ninguém e sabe, eu realmente acho que eu valho o bastante pra ter alguém disponível pra mim. Mas eu não consegui ficar sem falar com ele. Ele está constantemente nos meus pensamentos. E então ele disse que quer terminar com ela, mas que é complicado porque ela mora com ele, ele fala tanto que precisa, que sonha comigo que está sofrendo com isso tudo tanto quanto eu.
Quando éramos amigos e ele disse que ia voltar de novo com ela, eu falei que era melhor ele tentar com ela sem envolver as crianças, mas eu entendo ele. Ele queria dar uma família pros filhos mas ninguém consegue fazer isso se sacrificando.
E quando ele me beijou naquele dia que veio aqui, que diabos foi aquele gemido que deu quando me beijou? Acendeu todos os meus neurônios motores e meu corpo arrepiou de baixo pra cima. E desde então sonho em realmente tocar aquela ereção que eu só senti com o corpo quando ele me abraçava forte.
Dias me aliviando sozinha e imaginando como vai ser a sensação de agarrar aquela ereção com minhas mãos e chegando ao clímax potente e sozinha apenas com a mera imaginação dele.
Puta que pariu.
E agora estou aqui, com meu corpo carente de alivio, pensando fortemente dele e não podendo sequer mandar uma mensagem, sabendo que ele também fica louco quando eu digo o quão faminta estou dele.
Primeiro eu decidi não encontrar, agora eu não consigo evitar, preciso tirar isso da cabeça e do corpo.
Preciso de uma noite inteira, confesso, mas acredito que ai então terei alivio. Ou quem sabe umas duas noites.
Mas o alivio que eu queria está longe de chegar, alivio de morder, bater, apanhar e ser mordida, chegar ao clímax várias vezes, mas só isso é vazio. Quero deitar abraçada e sentir o cheiro do outro, e sentir todas as coisas que agora pulsam de vontade por apenas ler tudo aquilo.
Merda. Eu preciso dormir.