27 de dez. de 2010

Ao caminho dourado....

Sim, a menos de 24 horas de voltar ao meu lugar de alegria, tristeza e medo, meu estômago se divide em duas sensações.
Uma que me dá leves arrepios de excitação e ansiedade por poder resolver as questões pendentes...
A outra que me dá arrepios leves de medo, medo do que eu vou sentir, do que vai brotar, no final sempre sou surpreendente, até pra mim mesma.
E no meio disso tudo, meus medos, minha inseguranças... Ah sim, meu demônio. Me agrada essa semelhança. Assim como os guerreiros do livro tiveram que carregar os demônios da caixa de Pandora, eu tenho o meu. E assim como no livro, eu amo e odeio meu demônio. Ele é um fardo, mas sem ele eu morro. Ele me atormenta com tudo o que há de pior nele, mas então eu sou mais forte por causa dele. É nas minhas fraquezas que ele se alimenta do mal do mundo e me fortalece. E no fim, nós aprendemos arduamente a conviver um com o outro. Meu demônio não é a Violência, nem a Mentira. Ele é muito mais complexo que simplesmente um nome. Mas me atormenta tanto quanto qualquer um daqueles demônios.
E ele também gosta de me atingir, principalmente na auto estima, qualquer bambeada que dou, ele a ataca, coloca idéias vis e maldosas, imagens ruins e eu quase caio. Quase. O conheço por tempo demais, sei reconhecer quando as imagens e falas são dele e não minhas.
E nesse tormento e luta, eu ainda tenho que lidar com os monstros que decidem me atormentar...
Será que eu vou conseguir eliminar meu Galen (possuidor do demônio da Esperança), que me faz acreditar que tudo irá ficar bem mas são apenas esperanças falsas?

24 de dez. de 2010

Uma mensagem para Deus...

Deus,
não sei se você é um, se são vários, se me escuta, as vezes até penso que não existe. Mas algo no fundo de mim me faz crer que sim. Mas não é esse o objetivo dessa mensagem.
Eu não sou muito de pedir, e não sou a favor dos contratos "faça isso que eu faço aquilo" acho isso uma barganha barata. O tipo de barganha que eu faço comigo mesma o tempo todo. Acho que o senhor é melhor que isso não é?
Portanto esse conversa acaba de deixar de ser um pedido e se tornou uma bate-papo, pode ser?
Bom, eu tenho me esforçado bastante para ser uma pessoa melhor, tenho ajudado todos à minha volta, e não, eu não faço esse tipo de coisa me gabando pois sei que poderia fazer mais e nem o faço porque quero algo em troca. Faço as coisas boas e corretas porque o bom e o correto me agrada, faz meu corpo se sentir melhor, faz meu mundo parecer mais certo. De certa forma, alivia minha alma. E eu não estou dizendo nada disso para fazer uma espécie de ganha quem faz mais. Só pra te lembrar que eu ando caminhando o caminho mais correto que tento andar.
E Deus, eu encontrei um homem maravilhoso, e se bem me recordo, me apaixonei outras trezentas vezes mas nunca lhe pedi por nenhum. Nunca roguei para tê-lo, porque lá no fundo eu não achei que era boa o bastante para pedir e nem que ele valesse tanto um pedido tão único. Deus ele não é musculoso, ele não é lindo, mas ele me parece um moço correto e em tão pouco tempo me fez sentir bem comigo mesma e tão feliz. Com essa "eu" que eu sou e amo agora. Ele me olha de um jeito curioso, me beija de um jeito terno, e ele sequer parece ou faz-me sentir como se ele fosse o homem da minha vida. Mas eu nunca quis tanto que o fosse. O amor é um cultivo, uma experiência não é? Pois não estou lhe pedindo que ele venha e caia de mãos beijadas por mim, quero apenas que ele não desista e me dê tempo de lhe mostrar a mulher maravilhosa que eu sei que sou. Eu quero acreditar no amor, de verdade, quero sentir ao menos um pouco que isso existe. E também quero poder ensinar à alguém esse amor fantástico que eu quero ter. Cansei de ler, assistir por ai e no fim desistir de sentir isso. Porque se for falso, minha alma tem algo de errado em desejar algo que não existe.
Ele é bom, eu sinto isso. E se ele não é o melhor, sei que posso fazê-lo.
E, poxa (eu quase ia dizendo diabos, mas não acho que seja conveniente nessa conversa), eu também não mereço um pouco de felicidade? Tudo o que experimentei ao longos dos anos foram pequenos momentos bons das quais me contentei, mas nunca estive tão descontente quanto agora por receber essas migalhas.
Não sei é certo, não sei se é o que deve ser, mas eu me arrependeria se não lhe pedisse.

22 de dez. de 2010

Poesia

Quero que você me toque
bem ali, onde o desejo corre
Olhando em meus olhos
como se ali houvesse surpresas

Quero que você me beije
bem ali, onde a palavra escorre
onde os desejos são quentes e apertados
onde meu corpo treme, dói e te implora

Quero que você me abrace
bem ali, onde o corpo carece
Seu cheiro então me domina
e eu me sinto salva

Quero que você me agarre
bem ali, onde suas mãos se impõem
de um jeito que só você sabe
de um jeito que meu corpo te obedece

Quero que você me coma
bem ali, onde você já o sabe
canibal de meus anseios
dominador de minhas verdades

Meu demônio, meu senhor
Meu anjo transvestido em luxúria
faz meu centro quente gemer
faz-me sua sem eu querer

Agora dominada, culpa sua
Quero que você se importe
Pois foste tu o despertar da Deusa
e agora, serás tu minha maldição

Então só quero te sentir de novo
Mas até lá, vou poder saborear a saudade
Vá, meu guerreiro demônio
E volte a sê-lo um dia,
mais uma vez por sua Deusa divina.

Queria lhe contar meu grande amor, as coisas que aprendi nos livros...

Você já despertou de um sonho em que nele você morria? E nesse mesmo sonho, quando você acorda parece que você ressurgiu das próprias cinzas e renasceu?
Se você nunca sentiu isso, então não sabe como eu estou me sentindo.
Enclausurada seis meses. Remoendo, destruindo, construindo, crescendo tudo dentro de mim. Construindo uma nova pessoa, uma que me agrade os olhos da alma...
Mas essa nova geração, esse feto, estava dormindo em sua casca descansando deixando os processos metabólicos tomarem seus rumos em suas direções, com medo de sair, com receio de não estar preparada para o mundo de fora. Medo o dominava. Medo me dominava.
Até que um certo dia, mais precisamente sábado a noite, um anseio me dominou: sair. Sim, sair de minha amada cova. E essa decisão foi seguida de um arrepio familiar que não pudera ser ignorado, ele era muito familiar mas a muito desaparecido. E ele agora parecia algo como uma forte intuição, como se a decisão de sair fosse muito importante. E de fato ela tinha sido, acabamos caindo numa festa desconhecida, conhecendo alguns rapazes e um deles havia me arrebatado ao final. Tão estranho ele. Um rosto que me levou a pensar que era um rapaz bobo, logo descobri que não tanto. Sabia brincar da forma mais correta, me deixando maluca tentando beijá-lo enquanto ele segurava meus cabelos. Era bem clara a mensagem que eu ia: dominador. E esse pensamento subia quente bem entre minhas pernas. Ele sugeriu que fôssemos ao seu apartamento que ele estava cansado. E eu não pude deixar de pensar em algo mais, mas me soava extremamente sincero. Ainda bem que não o estava.
Deus, como me regozijei em um homem estar errada. Ir ao apartamento era tudo o que precisava. Me tomou em seus braços e apenas declarou "sim, estou indo com calma, mas você não me enrola, anda, retira o vestido." E cada célula minha não podia discordar do homem forte que ali se apresentava. Dominada. Completamente. E ele ainda o fazia com força e querendo conversar o tempo todo. E ainda brincalhão. A cada momento mais uma surpresa. Uma brincadeira, um sôfrego, sexo novamente.
Deuses, como aos poucos ele conseguiu me desarmar de tudo? Da minha falta de auto estima, dos meus medos. De tudo. E me senti tão a vontade.
Foi exatamente como um choque de milhares de volts num corpo adormecido que agora se voltava a viver. Eu não me lembro de ter me divertido assim à séculos. Eu me lembro de já ter ficado de guarda baixa, mas de ter me divertido, diabos, daquele jeito? NUNCA! Como eu pudera pensar que ele fosse bobo? De bobo, ele só tinha as mãos!
O outro dia foi maravilhoso, igualmente. Com uma leve e doce adição. Prazer total. Nenhum homem jamais me levara a tal prazer. Eu gemi de uma forma tão real. Minhas pernas tremiam com a intensidade e com a falta de  falsidade em minha voz. Maravilhoso. Como encontrar o céu, bem ali, em meio aos braços de um homem tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar.

16 de dez. de 2010

A minha fome...

Hoje eu acordei com fome, mas com uma fome diferente.
Depois do livro altamente sugestivo, era como no livro, um demônio tivesse despertado dentro de mim... O tipo de demônio que não quer voltar a dormir jamais, acordou de sua hibernação e agora anseia por tomar conta de meu corpo, de minha alma, fazer meu corpo urrar de prazer e dor. Sinto suas presas se alargando e envolvendo meu cérebro e corpo num abraço maldito e divino.
O nome desse demônio é Luxúria e Dor.

7 de dez. de 2010

A dura e fria realidade estampada na minha cara....

Embora eu esteja tentando bravamente me atentar à realidade, ao que resta, à um fim, a frieza da espada das ilusões, se mostra guardada embaixo de meu tecido infeccionado, morto, moribundo. É difícil se achar passado, se considerar um momento guardado nas dobras do tempo. Mais ainda é difícil tentar eliminar a lembrança que retemos nas dobras cerebrais, como eu venho tentando retirar vagarosamente. Sem sucesso. Me influi uma vontade de penetrar com minha adaga à força, retirar pedaços inteiros de loucura, ilusão, sangue, carne, ossos e eu. Como se retirando esse tecido canceroso, eu pudesse de alguma forma, retirar de mim a pobre, ridícula e virulenta esperança que tem comido por dentro todos meus sentidos saudáveis.
Chega de sonhos bons, chega de ilusões avarentas, é negro o céu que vejo e negras são as previsões que ensejo. Uma tempestade negra como a morte aborta o céu de trevas, escuridão, demônios e perdição. O futuro se tornou pegajoso, estapafúrdio, inexato.
Das trevas, eu devo agora me apoderar, vestí-las como meu manto mortuário, congelar o sangue de minhas veias de modo que somente circule um odor purulento, que emane de minhas narinas, nauseabundo, impregnando todo o ambiente de cadáver e sofrimento. Devo me tornar morte, morrer por dentro, para então das cinzas funerárias, eu renasça um alguém novo, com penas negras brilhantes que se estiquem de meus ombros como um corvo, de uma beleza imortal, hipnótica e assustadora.
Agora serão eles que me temerão. Serão eles que sentirão o medo penetrar pela pele, irradiando pelos pêlos eriçados.
Eles me temerão. E eu me esquecerei deles.

4 de dez. de 2010

O paradoxo do fim...

É o fim, fim do ano, fim de uma período, fim de uma fase minha. Agora com estes tantos pontos finais, eu pretendo fechar um  capítulo desse ano. Nele eu aprendi várias coisas, mas as mais importantes foram as coisas que aprendi comigo, sobre mim. Como ninguém, hoje sei que me conheço, sei quem sou, sei do que sou capaz, sei tudo e muito mais sobre mim. Aprendi tanto sobre mim que acabei ficando um tanto quanto anti social. Me tornei a mais perfeita companhia que existe pra mim. 
Esse ano conheci aspectos meus, descobri meus limites. Descobri que não sei ficar com alguém que eu não goste de verdade, que não me corresponda em todos os aspectos, mentais, intelectuais, culturais e principalmente sexuais. Descobri que não sei ficar com alguém desconfiando, confiar é um princípio meu para realmente me entregar, ser eu mesma. Descobri a facilidade de largar alguém. Descobri que posso me desprender de alguém numa velocidade sem igual. Descobri que realmente largar aquilo ou alguém que eu gosto, isso é quase impossível. Velhos vícios são fáceis de matar, velhas manias, quase impossíveis.
De tudo o que houve desse ano, eu levo os beijos sinceros, as frases suspiradas no ouvido, meus momentos sozinhas, as conversas tensas de fim, meus novos velhos melhores amigos, e acima de tudo levo uma nova espiritualidade que descobri esse ano. Levo para mim toda a experiência do ashram, da meditação, da mergulha no verdadeiro Caminho. Levo enfim um motivo novo para procurar, não mais a velha busca de amar, agora eu busco a paz.
Espero que 2011 me traga um tempo melhor, cheio de esperanças, cheio de renovações de encontros saudáveis e reveladores. Espero que eu possa a cada dia ser uma nova versão minha, mas sempre baseada na primordial, naquela que sempre fui, nunca deixareis de ser!

Namu Amida Butsu para vocês! 南無阿弥陀仏

28 de nov. de 2010

Tão rapido...

Tão rápido e fácil como criei minha bolha de felicidade, que emana luz, tão fácil e reluzente quanto uma bolha de sabão, eu a deixei estourar hoje. Aliás, ela vem ressecando desde sexta, quando a atual do ex me ligou, numa espécie de investigação criminal. Não menti, mas não fui injusta, achei que seria o mais certo falar tudo o que devia mas não o queria machucar, não sinto a necessidade da vingança.

23 de nov. de 2010

Um sem tido sem sentido

A trivialidade das palavras
hoje quer me mostrar um terço
um pedaço, uma oração
uma concentração de uma mente em mantra
que repete sem sentido
uma pequena frase
sem jamais ter se traduzido
sem tido sentido um dia

O vermelho das minhas unhas
esbanja energia e fugacidade
transborda nas pontas dos meus dedos
uma energia sem revés, sem sair
revogo então minhas emendas constitucionais
faço de você minha ação normativa
que todos tenham direito de sonhar
um sonho bonito que um dia tive direito
e um dia eu também criei minha constituição
sem constituir você
e assim você ficou sem eficácia, sem efeito

Minha pequena grande solitude

As vezes eu gosto de reclamar da minha solidão, mas só as vezes. As vezes ela se torna minha grande companheira, a grande testemunha da minha vida, a senhora que me assiste afundar na leveza dos meus pensamentos.
É triste me ver tão monja, tão celibatária, tão reclusa. Um ser tão ativo e tão grandioso, capaz dos saltos mais mortais em direção aos sonhos mais escabrosos, agora retido em constituições, raciocínio lógico, direito administrativo. Não há mais elucubrações, não há mais criação, só há o silencio dos meus 100 anos retidos em 23. Me sinto velha, desprovida de capacidade de viver algo novo. Me sinto despreparada, como uma garota que pospõe a perda da virgindade para quando estiver preparada. Me sinto exatamente assim, despreparada para o mundo.
E no entanto me sinto tão confortável na minha própria pele, somente eu, somente nós duas, me vejo me amando tanto, mas tanto, que nenhuma companhia é boa o bastante. Ninguém parece bom o bastante. Que grande virada da mesa, antes achava que eu nunca ia achar ninguém, agora não acho que eu vá achar alguém o bastante para mim. Sou tantas, tão complexa. Sou sexo, sou paixão, sou afeto, sou inteligência, sou discussão, sou briga, sou silencio, sou meditação, sou sozinha. Agora sei que ser sozinha não é o mesmo que estar sozinha. É ser tão original ou errada ou complexa ou perspicaz. Ao fim nem sei se sou um erro bom, passível de vinculação, podendo ser aproveitado, ou erro de acerto, como aquelas curvas erradas quando estamos perdidos mas que nos levam ao local certo. Sendo certo ou errado, sou complexa, de um tanto, que ninguém vai ser capaz de corresponder a isso, agora sei, deveria ter ficado com ele, era minha pequena migalha, mas era minha. Era tão pouco, tão estranho, tão simples que a minha matemática conseguiu resolvê-lo tão fácil que eu não me entreti. Era um sexo que partia de mim, era algo que se eu tivesse plantado, regado, talvez pudesse crescer para uma mísera flor. E morreria. Foi isso que eu previ, e a matei antes mesmo de brotar.
Agora ficou eu, amando a mim, gostando de mim, sendo minha alma gêmea e ainda assim, me sentindo triste por não estar triste. Saudade das antigas melaninas que me preenchiam por dentro e por fora. Agora são albinas. sem cor.

20 de nov. de 2010

Um futuro incerto...

Ah, eu gostaria de lhe dar palavras certas, de te contar um futuro certo, tão certo como uma estrada que tem fim.
Eu gostaria de lhe contar sobre minhas idéias como se elas fossem se tornar um amanhã claro em frente ao mar.
Eu gostaria de sentar sob a sombra de uma árvore mansa e sob uma brisa regular lhe falar como amanhã seria, como depois de amanhã seria. E assim, infinitamente. Mas o amanhã se torna uma mancha dentro da palma da minha mão que escorre sem direção, sem porque, sem corrimão.
Eu posso então lhe dizer sobre um passado. Mas isso não seria novo. Nem seria excitante. Acho tremendamente mais interessante as páginas de um livro novo, uma história nova!
"... e então os olhos delas era súplicas incessantes de que eu me aproximasse mais, e apesar de toda minha insegurança, meus instintos me empurravam para frente numa velocidade suave, esperando que o olhar dela continuasse a gritar o sim tão claro que eu via. Os lábios dela me pareciam uma espécie de fruta carnosa pedindo para ser mordida. A minha sede se tornava tamanha. Eu pensava não respirar, e cada centímetro de avanço a expectativa me fazia tremer por dentro, como se dentro dos lábios dela eu fosse achar alguma espécie de chave para os portões do paraíso. Parecia que lá de dentro eu teria a resposta para todas as perguntas do universo. Eles me atraiam e ao mesmo tempo me amedrontavam e então me puxavam mais para perto como se eu estivesse sob alguma espécie de hipnose.
Beijá-la foi a coisa mais estúpida que fiz, mas naquele instante parecia a coisa mais certa que já havia feito na vida. Foi como conectar dois fios descapados e os tocar ao mesmo tempo, pura energia, uma profusão de sensações e hormônios que pareciam acelerar meus batimentos, aumentar a pressão do meu sangue, lubrificar a minha boca de mais saliva, retesar a musculatura de meus braços, inflar de sangue a parte baixa de meus órgãos como se eu estivesse possuído de uma certa vontade que ia além da minha razão.
Deixá-la foi a coisa mais fácil que fiz. Tudo se esvaiu tão rápido como se eu estivesse apenas seguindo o fluxo de uma corrente de água, que me levava para longe, muito longe dela.
A coisa mais difícil que ja fiz? Tentar esquecê-la, ela é uma espécie de cicatriz na palma da minha mão que prejudicou toda  a forma de fechar ou abrir a mão, ela é uma órgão extirpado, meu corpo já funciona bem sem ela, mas ainda esta lá, a cicatriz, o espaço em branco dentro de mim.
A coisa mais inteligente que fiz? Entender que ela é uma parte de mim, seu fantasma é uma espécie de lembrança de mim mesmo naqueles dias, da mágica dos nossos toques, das gotas de suor que brotavam de minhas costas enquanto fazíamos amor, da intensidade com que ela me beijava e parecia que o mundo inteiro não importava.
E então lá estava eu, com o coração preso no fundo da garganta, encarando os painéis de desembarque, gotas de um suor apreensivo brotavam dentro da minha jaqueta embora o frio fosse nauseante. Meus olhos procuravam alguma forma de conforto em qualquer coisa no meio da multidão: olhos, rostos, lojas, qualquer coisa. Eu não sabia ainda bem como iria cumprimentá-la, um oi, um abraço, um aperto de mão, deveria fingir que não me importo? Deveria dar uma atrasada para parecer que eu nunca senti a falta dela? Deveria sentar num daqueles banquinhos em frente e rezar para que ela me encontrasse? A indecisão borbulhava dentro da minha cabeça como uma enxaqueca, uma ressaca de tanto pensar nela desde aquela ligação.
O vôo nunca chegou, ou se chegou eu não estava lá. Decidi ir embora depois de esperar a saída de todos os passageiros."
Minha vida continua lá, no aeroporto, esperando pelas minhas respostas!

4 de nov. de 2010

Ah, se eu pudesse...

Se eu pudesse te dizer a verdade, ainda assim eu mentiria.
Se eu pudesse te encarar e fazer o que der vontade, ainda assim eu me seguraria e apenas sorriria.
Se eu pudesse te esquecer, só por amor ao saudosismo, eu te lembraria.
Ah, e sim eu posso muitas coisas. Eu posso coisas demais. E simplesmente por poder todas elas é que eu também posso não fazê-las. E não as deixo de fazer por ego, as deixo de fazer por mim, que é maior que um ego. Eu as deixo de fazer porque preciso. Porque quero que seja um fim. Um fim de uma doença que agora se declara em remissão.
E acima de tudo quero me sentir livre, equilibrada e para isso é necessário muito mais. É preciso te amar de memória boa, é preciso me achar mais maior de grande!

22 de set. de 2010

Suplica cearence!

Essa música é quase dúbia, me lembra diversas pessoas, mas mais que tudo, me lembra meu amigo.

"Oh! Deus,
perdoe esse pobre coitado,
que de joelhos rezou um bocado,
pedindo pra chuva cair,
cair sem parar.

Oh! Deus,
será que o senhor se zangou,
e é só por isso que o sol se arretirou,
fazendo cair toda chuva que há.

Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover,
mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta,
uma planta no chão.

Oh! Meu Deus,
se eu não rezei direito,
a culpa é do sujeito,
desse pobre que nem sabe fazer a oração.

Meu Deus,
perdoe encher meus olhos d'água,
e ter-lhe pedido cheio de mágoa,
pro sol inclemente,
se arretirar, retirar.

Desculpe, pedir a toda hora,
pra chegar o inverno e agora,
o inferno queima o meu humilde Ceará.

Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover,
mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta no chão,
planta no chão.

Violência demais,
chuva não tem mais,
corrupto demais,
política demais,
tristeza demais.
O interesse tem demais!

Violência demais,
fome demais,
falta demais,
promessa demais,
seca demais,
chuva não tem mais!

Lá no céu demais,
chuva tem,
tem, tem, não tem,
não pode tem,
é demais.

Pobreza demais,
como tem demais!(Falta demais),
é demais,
chuva não tem mais,
seca demais,
roubo demais,
povo sofre demais.
Oh! demais.

Oh! Deus.
Oh! Deus.
Só se tiver Deus.
Oh! Deus.
Oh! fome.
Oh! interesse demais,
falta demais...!"

18 de set. de 2010

Movida à álcool

Neste momento, diversas partículas de álcool se movem na mesma velocidade pela minha corrente sanguínea, atingem meu lobo central e me embebedam. Elas me trazem motivo, doença, conversão, danação, pecaminosidades além dos sentidos e me trazem, acima de tudo, amor. Uma necessidade de amar. Uma vergonha em sentir que preciso ser amada. Neste momento eu desejo acima de tudo ser esculpida por belas mãos que irão contornar, meus seios, meu abdômen, roçar em meus pelos pubianos até atingir meu sexo, me fazer virar o rosto de prazer. Neste momento, eu desejo mais que o desejo da masturbação, porque por hora me amei demais. Me amei nessa manhã, quando me imaginei amada em braços perdidos e desconhecidos porém muito imaginados. Naqueles braços, gozei imensamente. Se houvesse na terra homem que me fizesse gemer tão sacramente, ele não deve me conhecer.
Agora eu me odeio, me poluo com os prazeres das quais me privo todos os dias da semana, me inundo de carnes, desejos, sexo, álcool, drogas. Há um prazer insano em mastigar um cadáver. Um  prazer auto-destrutivo.
Neste momento eu invejo, eu invejo, invejo àqueles que não necessitam de álcool para se libertar. Que tem o lobo frontal totalmente seu, controlado. Eu agora queria sexo. Com um estranho. Mas um estranho conhecido, tão conhecido dos meus sonhos forçados, com aqueles cabelos longos, negros, lisos, e a pele cor de cobre. Aquele torso bronzeado, aquelas mãos fugazes, mas que parecem contornar a luminosidade que se deposita em minhas voluptuosas curvas. Em sua busca tátil , ele procura ao meu prazer e o seu. Ele não parece nervoso, nem arredio. Ele parece preocupado. Em sentir cada centímetro de minha pele, em sentir o sabor do óleo que eu derramei em minha pele anteriormente. Ele passa as mãos com tanta familiaridade que parecem minhas mãos. É um prazer absurdo.
Quando ele alcança meus seios, ele se despe de toda expectativa, como se ali há um certo deleite em seios deformes e insensíveis. Eu só sinto seu toque porque o vejo. E mesmo assim, o prazer dele é saber que eu sinto prazer em vê-lo. São macios e convidativos. Eles pedem por carinhos. Eles os move com destreza.
Um novo gole de álcool, uma nova visão. Ele agora também está despido de roupas e moralidades. Sua nudez é exagerada e proporcional, sua cor de cobre parece tão pura, tão própria, tão combinada com toda a iluminação. Seu sexo me parece tão normal, tão sexual, tão apetitoso. Eu me deleito em saliva e em vontade de prová-lo. Uma posição tão submissiva e no entanto, tão no controle. Ah, se as mulheres soubessem como nao tem nada de submissão em ter a arma do jogo entre os dentes. Mas apenas o provo, como um sorvete novo, um sabor inusitado. Meu sexo pede por mais. Quer uma invasão. Uma conexão de corpos. Uma infração contra a lei da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Mas essa infração me parece conexa, necessária, nexativa. E quando o movimento é conexo. Acordo. Estamos eu, o sabor da carne entre os dentes, a lata vazia. Queria um cigarro.

17 de set. de 2010

Fuck it all!

Eu quero mudar tudo.
Nesta noite eu novamente tentarei.
Fui capaz de aos poucos e aos muitos fazer muitas mudanças.
Não quero ligar para ele. Ele não vai falar o que eu preciso, eu decidi deletá-lo.
Então digo-lhe, eis uma frase dúbia, por sinal!
Eu só ando deletando, renovando minhas memórias, meus gigabites, minhas pastas.
Deletei uma chamada passado. Aproveitei para deletar uma outra chamada eles.
Nunca me amei tanto quanto agora, nunca quis ser tanto um eu autêntico.
Quero ter minha própria pasta. Meu próprio dicionário, onde a definição de eu aparece na letra A.
Onde haverão páginas de definições e mesmo assim eu consiga me definir.
Eu não o amo mais, tantas frases dúbias, por sinal!

31 de ago. de 2010

Ascendente em Virgem

Seguindo meu mapa astral


Ascendente Virgem
Oriente-se naturalmente 

Stela Brito - Astróloga 

Orientar-se por Virgem significa ser simples e natural. Essas qualidades devem ser acionadas quando você sentir-se desconectado do seu ponto de orientação. O signo de Virgem simboliza a pureza e a paz. Esses princípios sinalizam para uma expressão na vida de forma objetivamente simples e natural.

E o que é natural para Virgem? É desfazer-se do que não é essencial, fazer ajustes e encontrar as melhores técnicas para incrementar sua atuação no mundo. Cuidar dos detalhes, preocupar-se com a saúde e a aparência, organizar os serviços de forma metódica, porém prática. Ser simples e natural é desenvolver sua capacidade de prestar serviços úteis.

Você já prestou atenção como o trabalho é um bom instrumento para ser utilizado nos momentos em que se sente desmotivado e desorientado? Quando planeja e executa tarefas, buscando dar o melhor de si, você se sente bem. Portanto, mãos à obra!

O Ascendente Virgem dá-lhe a peculiaridade de analisar minuciosamente cada etapa do que realiza, tecendo comentários e críticas. Você busca a perfeição e procura fazer tudo de forma "impecável". Mas não pense e queira que todos ajam assim. Por isso esteja atento para as críticas que faz quando considera que os outros "são tão imperfeitos", "não cuidam bem da limpeza, da ordem, etc." Com tanta meticulosidade e envolvimento em detalhes, você pode perder a visão ampliada e o propósito final de cada coisa.

E não se retire quando achar que "aquilo ali não tem jeito, é sujeira total". Resista mais um pouco. Verifique se realmente não pode inverter a situação e colocar um pouco de ordem em tudo aquilo.

Observe se você não está sendo exigente demais ou fechado demais. Não perca a espontaneidade para não perder sua simplicidade. Relaxe um pouco e depois recorra à sua naturalidade de se expressar no mundo. E procure selecionar dentro de você o que é essencial para buscar seu ponto de orientação.

28 de ago. de 2010

Noches de Fantasia!!!!

Nada como um acaso da sexta-feira à noite. A amiga que nunca tive me liga. "Vamos sair?". A resposta sempre seria sim. Melhor que ficar em casa deixando as caraminholas de minha cabeça trabalhando. E então ela sugere música latina. Sim, daquelas de filme. Há muito tenho evitado, seria uma grande saudade e uma dor queimando no peito. Mas não havia opção.
Tomei um banho, sequei e arrumei meus cabelos, do modo mais selvagem, daquela forma que eu sabia que iria me libertar na pista de dança. Como uma grande tigresa. Maquiada, decote muito, mas muito indecente, fui.
Chegando lá o ar do lago e as músicas fizeram meu corpo tremer, como uma mulher á espera do amante na cama. Uma tequila, porque não duas, e eu já nem sentia mais meu peso. Dancei. Maravilhoso, é simplesmente estonteante dançar ao som de salsa e meregue. É como uma libertação. É como sexo, no começo só há tesão, um pouco de ansiedade, até que finalmente começa. E então eu não queria mais parar.
É suar, é deixar o corpo seguir o ritmo mais caliente, mais sexual, mais natural, é como escrever, vem de dentro! A sensualidade escorrega e pinga pela pele, num desejo de ser acompanhada.
Mas por mais que seja hormonal, sensual, é necessário um parceiro. Essa noite ele não apareceu.
Mas a canção veio, e eu me pus a bailar, como que permitindo que a dor, a perda, a tristeza fossem imprimidas em movimentos latinos de meus pés.

"Noches de Fantasia - Joseph Fonseca

Hoy he vuelto a encontrarla
Despues de tanto tiempo
Fue dificil hallarla y ahora me arrepiento
Estaba tan callada, su boca pintada
Del color mas rojo que la sangre mia
Y despeinada, descuidada, maltratada
En una palabra, abandonada
Coro
Noches de fantasia, las que vivi con ella
En busca de una estrella
Sin poderla alcanzar
Que noches aquellas que no volverán, ahiii
Antes de conocerla, solo amaba en silencio
Y ella trajo a mi vida
El fuego en un beso
Y asi nos encontramos, amamos, soñamos
Con la misma fuerza que nos da la vida
Y fuimos novios, amantes, ignorantes
De que el cruel destino nos separara"
Saudades das minhas noites de fantasia, que vivi com ele, em busca de uma estrela, sem poder alcançar! Noites aquelas que não voltarão!

26 de ago. de 2010

Mapa Astral

Conversando com meu irmão, resolvemos fazer meu mapa astral, vou colocar um planeta por dia!
Ai vai!
Sol em Peixes, Ascendente em Virgem
Lua em Aquário
Mercúrio em Peixes
Vênus em Capricórnio
Marte em Touro
Júpiter em Peixes
Saturno em Sagitário
Urano em Sagitário
Netuno em Capricórnio
Plutão em Escorpião.


Sol em peixes:

Principal Característica: a sensibilidade, Qualidade: a doação, Defeito: tendência à fuga.

“A ti Peixes, dou a mais difícil de todas as tarefas. Peço-te que reúnas todas as tristezas dos homens e as tragas de” volta para Mim. Tuas lágrimas serão, no fundo, Minhas lágrimas. A tristeza e o padecimento que terás de absorver são o efeito o efeito das distorções impostas pelo homem à Minha Idéia, mas cabe a ti levar até ele a compaixão, para que possa tentar de novo. Por esta tarefa, Eu te concedo o Dom mais alto de todos: tu serás o único de Meus doze filhos que me Compreenderá. Mas este Dom do Entendimento é só para ti, Peixes, pois quando tentares difundi-lo entre os homens eles não te escutarão.”
E Peixes retornou ao seu lugar.


… Então Deus completou: “cada um de vós é perfeito, mas não compreendereis isto até que vós doze sejais UM. Agora vão!”
E as doze crianças foram embora executar sua tarefa da melhor maneira…
(Original de Martin Schulman – Karmic Astrology: The Moon’s Nodes and Reincarnation, 1977)

Dois peixes entrelaçados, cada um voltado para uma direção, compõem o símbolo deste signo, e nos falam um pouco a respeito da dualidade inerente a ele. Aonde estará o Peixes, no mundo da imaginação, das percepções, da criatividade, da espiritualidade ou na luta nossa de cada dia? A dualidade é que ele não pode, ou não deveria, estar apenas em um desses mundos. Quando ele escolhe apenas um deles, fatalmente se desequilibra. Se um pisciano não tem contato com o lado místico e espiritual é como se perdesse o centro da sua vitalidade. Ele se torna a imagem da desilusão. Porém, ele não pode renunciar ao real, pois é do real que depende a sua sobrevivência, sendo também o chão de onde virá sua estabilidade emocional.

Ainda tomando o simbolismo dos dois peixes, imagine que um seja de água doce e o outro, salgada. Na confluência das águas, um peixe de água doce pode ir para a salgada e vice versa. Mas não por muito tempo, pois acaba voltando para o seu habitat. Ele precisa de trabalho, mas também de sonho. Se fica muito tempo na Terra, sente falta do Céu, seu lugar de inspiração. Mas se fica só no Céu, nada pode fazer na Terra.

Tal situação, tão singular, faz com que muitos piscianos demorem muito para se encontrar, e vários nem consigam. Há muitos Peixes polarizados, alguns na razão e outros nas próprias miragens. Esse é o signo da iluminação, da doação ao próximo, mas também da confusão e da energia desperdiçada.

Ainda trabalhando com o simbolismo do peixe, este é um animal silencioso, que vive em um habitat fluido e só sobrevive nele. Peixes é conhecido por sua adaptabilidade. Em essência, ele vai vivendo no fluxo, naquilo que a vida apresenta, sempre um pouco em dúvida se permanece ou se muda, se está bem ou não. Muitas vezes, fica esperando, inconscientemente, o tempo cósmico chegar para aquilo que ele deseja, pois mais do que ninguém ele sabe que a vida tem um mistério e que nem sempre responde de pronto aos nossos desejos e das maneiras esperadas. Às vezes, é capaz de responder muito melhor, mas no seu tempo. Como signo mutável, o pisciano é capaz de ter várias pessoas dentro de si (que pode expressar ou não). Ele é múltiplo e adaptável por natureza. Nada é muito rígido em seu ego.

Como se formou a personalidade do pisciano? Como todo signo da Água, a influência da mãe é mais forte sobre a vida do pisciano. Isso não significa que ele goste mais dela do que o pai, apenas que a influência dela é que moldou sua personalidade. De alguma forma, sua mãe lhe parece um tanto quanto sofredora. Ela tem muitas apreensões, medos e preocupações. A Peixes parecia que a mãe tomava o mundo como um lugar ameaçador. Ela também talvez fizesse um sacrifício por algo ou ao menos aparentava ser um sacrifício. Os temores de sua mãe estavam sempre presentes e ela não lidava racionalmente com eles, e sim de forma emocional. O pisciano captou esse humor ao mesmo tempo em que desenvolveu uma sensibilidade que quase permitiu sentir o mesmo que a mãe sentia. Muitas vezes serão assaltados por dúvidas, apreensões e sentirão necessidade de organizar seus interiores para não pirarem.

Por causa desta forte ligação com a mãe, o pisciano terá tendência a absorver as correntes de todos os ambientes pelos quais passa. Portador de muita emotividade, não raro encontrará dificuldade em separar o seu ‘eu’ do lugar e momento em que se encontra. É bom lembrar que o próprio animal que o representa é altamente sensível ao seu meio, contaminando-se facilmente. Quando algo envenena o ar (e certamente a poluição o faz), os animais aeróbicos têm um pouco mais de resistência. Peixe e água são quase a mesma coisa, e a água, muito mais do que a terra, é um universo sem fronteiras. Observe que a terra tem obstáculos, montanhas, desertos, enquanto a movimentação na água é um fluir e contornar barreiras. E para movimentar-se na água não é necessário se ater ao chão.

Assim, o pisciano não só se mistura a tudo, tendo uma sensibilidade altamente desenvolvida, como também tem dificuldade em colocar os pés no chão. Um lado seu está preso ao sonho, à poesia, à criatividade, à música, aos romances, ao que há de mais belo. Por mais que queira, o pisciano nunca vai enxergar a vida com fria objetividade. Ele sempre reagirá emocionalmente, seja com tristeza, saudade, alegria ou sofrimento. Ele simplesmente não consegue controlar essa torrente de sentimentos que o invade. É a Água e ele está cercado dela.

Quais são os defeitos de Peixes? Talvez um deles seja a tendência à fuga. A mãe do pisciano nunca conseguiu solucionar seu dilema, de forma que ou sofria com sua hipersensibilidade ao ambiente ou esquecia desse sentimento, desviando-se dele. Também o animal peixe é extremamente móvel e jamais ficaria empacado diante de um obstáculo. Ele simplesmente muda de rumo.

Isso revela flexibilidade, porém, quando esta qualidade é mal utilizada, pode fazer com que muitos piscianos não ajam ou não usem totalmente o poder de sua vontade. Nenhum signo é capaz de sofrer tanto quanto Peixes, e por isso, algumas vezes, ele pode prefere fugir e não enfrentar um assunto. Muitos piscianos, quando verdadeiramente confrontados, não gostam de fazer uma escolha. Estes sentem como se seus “eus” não fossem feitos para pontos finais, e as reticências, que parecem borbulhas na água, lhe fossem mais adequadas. Diante de problemas, muitos piscianos preferem evitar a dor. O signo mais sensível do zodíaco também pode ser insensível, quando finge que a dor não existe.

Você conhecerá tanto piscianos empáticos para com o sofrimento dos outros como os que parecem não ter uma palavra a dizer. E há outros que estão sempre assaltados de dúvidas, de medos. E há aqueles, ainda, que conseguem atingir um maior equilíbrio, mesclando um pouco de lucidez ao sonho, tentando aprender a não idealizar tanto as situações, pois no extremo do idealismo vem junto a desilusão. A doação é também um tema presente na vida do Peixes. Pode gostar de ajudar. Isto pode ser feito com e sem prejuízo de si. Neste último caso será necessário rever posturas e contabilizar abusos. Peixes tanto pode ser naturalmente desprendido, achando que doa o que tem em abundância, quanto guardar um grande rancor dentro de si pelos sacrifícios que faz.

O tipo pisciano que parece não ligar para as coisas, evidentemente, sofre menos, mas também está alienado de sua verdadeira natureza. Na verdade, boa parte dos piscianos oscila entre os dois tipos. Em um momento são sensíveis e desprendidos, e no outro parece que estão confinados em seu próprio mundo, bem longe dos outros. É surpreendente que um signo possa ser excepcionalmente generoso e também manifestar uma indiferença tão desconcertante. Talvez, nos seus momentos de indiferença e isolamento em si mesmos, eles possam estar se recuperando da doação e idealização excessivas. Resta saber se realmente colocarão a casa interna em ordem.

O que difere o pisciano em aprendizado – que se vicia em algo ou tem uma vida caótica, como se estivesse esperando que alguém o salvasse, ou que salva as pessoas, mas tem um grande ressentimento por ter feito isso – do tipo mais evoluído é a consciência. Mais do que qualquer outro signo, Peixes precisa compreender porque está aqui e o que veio fazer, e evitar mentir para si mesmo, encontrar desculpas (‘não sou bem sucedido porque não há espaço para a minha criatividade’ ou ‘amanhã eu procuro emprego’). O tipo evoluído pode ajudar desprendidamente, e, quando se isola, não é como reação rancorosa porque outras pessoas não reconheceram o que ele fez, e sim, porque sua energia realmente precisa ser refeita em músicas, filmes, livros e no que mais puder encantá-lo.

A maioria dos piscianos está a meio termo entre os dois tipos. São capazes de demonstrar empatia e sensibilidade, mas por vezes se mostram confusos ou oscilam emocionalmente, seja de forma diária ou por períodos. Estão alegres, tristes, serenos ou agitados e por seus rostos passam uma gama de emoções. Ajudam algumas pessoas com desprendimento, mas alguns não querem ser ajudados porque não querem começar a mudar. Nesse grupo, você encontra aqueles que se apaixonam perdidamente pela pessoa errada ou que não suportam a vida cotidiana, cheia de limitações e barreiras (imagine sendo um peixe, que vivia em um mundo fluido e sem obstáculos, tendo que se adaptar a rusticidade da terra).

Como já foi dito, quando um pisciano sofre demais ele pode recorrer a fuga, e algumas dessas fugas podem ser: fingir que o problema não existe, prolongar o problema indefinidamente, acreditar em algo mesmo sabendo interiormente que não é verdade ou usar algum anestésico. Qualquer anestésico. Pode ser a bebida, as drogas, o trabalho, o sono excessivo, festas, a falsa alegria, não importa, são coisas que o desligam daquilo que ele está sentindo e fazem com que evitem lidar com o problema de frente. O antídoto do Peixes é a disciplina e alguns corajosos representantes deste signo conseguem atingir este cume.

Peixes é o último signo do zodíaco e o mais misterioso. Seu mundo emocional é rico, sutil e complexo. Peixes é o signo que precisa crer que há um Céu ou Universo (pois ele mesmo o pressente), mas aplicar seus conhecimentos na Terra. Ele é a ponte entre os dois mundos e o desenvolvimento de sua personalidade passará por tarefas difíceis. Muitas vezes, há uma clara divisão na sua vida, como se fosse um antes e um depois. Um antes em que algumas coisas pareciam muito difíceis e o depois, em que haverá maior encaixe, ainda que não a sonhada perfeição. Aqueles que experimentarem esta divisão já serão vitoriosos, pois alguns ficam a vida toda como numa busca que nunca termina. No fundo, é a fé quem afasta Peixes da beira do precipício e lhe dá a base de que tanto precisa para ao menos começar a passear mais tranquilo pela vida.

25 de ago. de 2010

Texto Roubado

Não pude, tive que colocar esse texto. Minha amiga que escreveu. Mas eu sinto quase como se fosse meu.

"Sempre me aconselharam a não esperar... Se eu quero algo, vou atrás. Se tenho vontade de falar, falo. Quando deixamos na mão de outra pessoa, o resultado pode ser diferente do desejado.
            Se eu não for falar com você, você não vem falar comigo...
E assim o tempo passa. Daqui uns dias você nem recorda o espaço que eu ocupei com tanta intensidade. Enquanto eu não esqueço a sua presença tão ausente... Logo, logo, ao nos encontrarmos, seremos dois estranhos. Dois loucos carentes de companheirismo e compreensão. Dois insanos perdidos num deserto sem água.
Não vou esperar, não deixarei ninguém responsável para fazer o que eu quero. A partir de hoje, quando a vontade de te ligar aparecer, vou discar os números e ouvir a sua voz. Nem que seja pra falar “Adeus”." 

By Cibele Carmo Kamchen
(Ouvindo, eu me lembro 10 Minutos - Ana Carolina

Quando a esmola é grande, o santo desconfia!

Será até aos mais mortais a síndrome da "esmola grande" ataca?
Será que depois de tanta coisa ruim a gente se acostuma a pensar que tudo que vem bom demais a gente não merece?
Dizia minha grande amiga que a gente não pode se acostumar com migalhas, porque se não a gente sempre vai se contentar só com elas quando podíamos ter mais.
Eu me sentia o grande contrário, desprezando tudo porque pra mim nada servia. Tentei ser mais maleável. Tentei me contentar em curtir, menos que gostar e também não deu certo. Fim de semana acabou comigo. Fiquei remoendo essas coisas. Por fim, quando alguém te procura, te acha, um alguém bonito, legal mas totalmente fora dos padrões que eu considero ideal, e olhando pra mim eu não consigo ver o que ele gostou, eu fico mais do que desconfiada. Rapazes de outros estados me deram muito trabalho ao passar dos anos. De vários estados, pra ser mais precisa. De novo, um outro estado novo. Qualquer dia eu faço um mapa do Brasil e marco com alfinetes vermelhos. Assim como um dia vou ter em casa um mapa mundi e marcar com alfinetes coloridos os lugares que eu for. Mas assim também os caras do meu distrito (já que eu não vivo numa cidade e sim num negócio meio estado, meio município e nenhum dos dois) também me deram muito trabalho!
Será que eu tenho que desconfiar até o que de bom acontece (tendo em vista os últimos acontecimentos, as vezes a gente tem que desconfiar)? Assim, certo, ter um pé atrás é mais do que natural e até nos preserva. Mas será que os caras do meu futuro (sim eu espero que tenham mais do que um, não tou afim de casar agora né) têm que pagar o preço pelo o que os caras do meu passado fizeram?
Tou sinceramente cansada de tentar ser desconfiada, até porque eu confio demais.

24 de ago. de 2010

Minhas velhas obcessões

Pensando bem, não são tão velhas assim. Eu agora me sinto bem o bastante e com um motivo grande o bastante para escrever. Algo aconteceu esse fim de semana, e como parte dos meus acasos de sempre, algo que eu não esperava. Calma, nem é tão grandiosos assim, deixe-me passar o que se sucedeu nestes longos e infindáveis dias.

Primeiro, as mensagens. Aquelas malditas mensagens. Eu me vi compelida a mandá-las e as respostas me deixaram zona. Não havia alívio para mim naquelas frases. Na verdade, elas só me deixaram num estado nauseante e deprimido. Elas literalmente, chutaram a bunda do meu fim de semana me deixando completamente em pânico na sexta feira. Os sonhos, eles me assustaram, me deixaram confusa, e ele não estava lá, ou estava? Nem sequer me lembro. Enfim, em busca de algum conforto em meio a um desespero do processo que eu sabia que ia se seguir, independente do que eu fizesse, num grito rouco e surdo de dor, fui para o único lugar onde por poucas vezes me sinto feliz: a livraria. Desculpa, foi nerd da minha parte dizer isso, mas é completamente verdade, com um porém é verdade, eu só me sinto feliz quando escolho e compro livros. Meu único ato consumista que me assemelha a qualquer ser humano. Enfim, fui e descobri três livros interessantes, naquele mesmo tipo de assunto que costumo gostar: sombrios, vampirismos, coisas sem explicação, o sobrenatural, como sempre. Um deles, a continuação de um que eu já havia lido. No mínimo romances, como todos os que eu tinha lido. Era o efeito destes que eu acharia diferente das outras vezes que havia feito o mesmo. Pus me a ler um, mais um das coleções que devo esperar para terminar e sequer pude me conter tamanha era a tristeza que a leitura me ardeu, ao final do livro. Me ardia o peito de uma forma inacreditável. Shit, holy shit!
Busquei certo conforto nos braços de minha melhor amiga que me recompôs, apesar do tanto sono que sentíamos. Foi simples e me ajudou um bocado. Mas não sarou por completo. Sábado, pus me a ler o segundo que comprei de uma coleção e novamente, jogada aos confins de minha tristeza em toda sua compleição. E em alguns lugar dessa tristeza, no meio destes sonhos descomunais com as histórias destes livros, eu sai domingo de casa, apesar de não querer.
Lá eu conheci um rapaz, um novo rapaz, que fez as velhas borboletas se agitarem, que fez meu coração disparar descompasado. Como se eu não conhecesse essa velha sensação. Como se eu não soubesse como ela iria me afetar. É sempre uma novidade. E é sempre tão gostosa de se sentir.
Segunda foi o último e derradeiro de meus livros, tive que parar para ir para a aula e ai me bateu. Como uma verdadeira porrada na cara, foi como eu me senti.


Eu li todos esses livros, eles sempre tem uma mocinha, a única, a escolhida, a razão por qual toda a história se move, é dela o amor sofrido, é por ele que ela chora, e ela tem uma missão maior. Como se não estivesse bem na minha cara eu entendi. Eu sabia como elas se sentiam, eu pressentia como ver um filme velho qual seria a sensação. Eu queria estar na pele dela porque toda a descrição dela antes os momentos marcantes era a minha própria descrição. Eu era a mocinhas dos livros que eu sou obcecada, eu sou a mocinha da minha própria vida, sentindo uma missão que eu tenha e é muito maior do que eu imagino. Sou a mocinha estranha, deslocada, sem jeito, estabanada e mesmo assim bonita. Sentindo que ele está por ai, e eu não consigo encontra-lo. E isso casou exatamente com o segundo momento do domingo. A amiga da minha tia é Reikiana, faz Reike e eu me propus a uma sessão e no minuto que ela tocou minha cabeça disse "eu vejo falta de confiança, você precisa confiar em si mesma" e no segundo que tocou meu peito disse "porque você impede que alguém entre aqui?". E então hoje eu conclui porque eu tenho uma velha e desgraçada síndrome de cinderela e estou esperando a porra do atrasado do meu príncipe encantado. A diferença é que eu não estou em perigo, ele não vai aparecer. E se eu nunca estiver em perigo, ele também nunca vai aparecer? Vendo a amiga da minha tia que casou e foi traída, se separou e desde então nunca esteve com outro cara eu gelei. Não quero ficar assim, ter apenas meus filhos como motivo para seguir a diante. Bom, acho que boa parte do problema é descobrir e reconhecer o problema e agora? Como faço para não ficar esperando por ele quando meu coração só sabe agir com um amor por vez, ou seja, história mal resolvida significa não resolvida e a tempos eu tenho que resolver a última? Quem sabe essa seja a oportunidade para que eu veja de vez que essa última só precisa de oficialização, ele não é quem eu espero!

22 de ago. de 2010

Hoje, sábado a noite

Seria mais triste se fosse menos verdade. Sábados a noite não são produtivos. Não consigo dormir cedo. Passei o dia lendo o segundo livro dos três que eu comprei anteontem (das quais ontem eu li de umas 100 paginas em 3 horas). Sim, eu fui me dar um presente, me tirar da depressão que chegou como uma chuva após temporada de seca e paz. As nuvens negras vem e invadem o céu e o deixam naquela cor que ninguém gosta porque não te dá certeza.
A cada dia dessa semana que mais me pareceu uma mês perdido entre horas e mais horas de sono, cada dia foi mortificante, sofrido. Pra dizer o básico. Como se eu me acostumasse a sofrer assim. A desacreditar na vida. É um daqueles momentos onde eu não sinto o amor que eu penso precisar. É onde eu leio esses romances que dessa vez resgataram qualquer romantismo babaca que eu tivesse guardado por ai. Onde ele tinha se escondido esse tempo todo?
E agora esse romantismo vem como uma grande nuvem preta no meu céu azul lindo previsível de inverno. Essa nuvem que vem florescer o que estava seco. Mas não morto. E pela primeira vez na vida eu não estou gostando nada nada dessa água. Eu não gosto da dúvida que essa nuvem preta me traz, eu não sei como vai ser o tempo. Me impede de fazer o que quero. É aqueles momentos onde eu evito olhar para o espelho pra não reclamar mais da minha inércia. É onde eu fico com preguiça de tomar banho (apesar de não conseguir dormir sem um). Mas é também onde eu consigo escrever melhor. Alguma coisa boa esse tempo tinha que trazer. Eu só estava me acostumando a esquecer como era.

Texto perfeito

"Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém. Assim, sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém comum, sem destaques evidentes, sem cavalos brancos ou dentes perfeitos. Alguém que soubesse se aproximar sem ser evasivo ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante. Alguém com quem eu pudesse conversar sobre filosofia, literatura, música, política ou simplesmente sobre o meu dia. Alguém a quem eu não precisasse impressionar com discursos inteligentes ou com demonstrações de segurança e autoconfiança. Alguém que me enxergasse sem idealizações e que me achasse atraente ao acordar, de camisa amassada e sem maquiagem. Alguém que me levasse ao cinema e, depois de um filme sem graça, me roubasse boas gargalhadas. Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras. Eu queria não precisar usá-las e ainda assim não perder o mistério ou o encanto dos primeiros dias. Alguém que segurasse minha mão e tocasse meu coração. Que não me prendesse, não me limitasse,não me mudasse. Alguém com quem eu pudesse aprender e ensinar sem vergonhas ou prepotências. Alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse. Que me dissesse como eu canto e que eu falo demais e que risse das vezes em que eu fosse desastrado.Alguém que me olhasse nos olhos quando falar, sem me deixar intimidado. Que não depositasse em mim a responsabilidade exclusiva de fazê-lo feliz para com isso tentar isentar-se de culpa quando fracassasse. Alguém de quem eu não precisasse, mas com quem eu quisesse estar sem motivo certo. Alguém com qualidades e defeitos suportáveis. Que não fosse tão bonito e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção. Alguém educado, mas sem muitas frescuras. Engraçado e, ao mesmo tempo, levasse a vida a sério, mas não excessivamente. Alguém que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém imperfeito."
Imperfeito pra mim!
Fabinfranco
simples assim.. me resumiu!

20 de ago. de 2010

When I call your name...

Eu queria que a vida fosse mais calma, mais fácil. Um copo mais cheio. Uma ansiedade a menos. Eu queria tanto. E nada eu posso fazer com esses desejos estúpidos. A única vida que eu posso mudar é a minha, e eu tenho medo das mudanças que eu ando impondo a ela. Ontem, lendo as mensagens que trocamos eu me senti triste. Muito triste. Estaria eu jogando fora uma chance de realmente viver o amor que eu ando procurando a tempos? Um amor que eu não possa duvidar, que eu não possa colocar a culpa na distância, no acaso, na falta, na minha imaginação, na impossibilidade. Eu amor pra ser vivido por dois, não por um só.
Se eu joguei ou não, eu não sei. Eu nunca vou poder confiar nele de novo. Eu nunca vou poder ser eu mesma com ele. Eu não vou ser capaz de amá-lo. Mas a chance que eu penso ter jogado fora é a chance de ser amada. Por que ai sim seria uma baita novidade. Eu meio que me cansei de amar sozinha. Dá pra ser em dupla, professor?
Bom era o tempo que eu amava e isso me bastava. Eu gostaria de voltar para esse lugar. Onde eu era capaz de amar sem pensar no retorno, onde meu coração parecia uma pedra capaz de suportar tudo, onde a luz do dia não conseguia me alcançar já que a neblina da ilusão era tudo o que havia. Me deu saudade desse eu.
Eu queria voltar a ser aquela eu capaz de tudo em nome do que eu sentia, capaz de poemas de amor, de tardes olhando para o teto, de sonhos de amor lindos e românticos. Aliás eu costumava ser romântica, onde diabos eu enfiei isso? Eu era mais sonhadora, eu era mais confiante na vida, eu sabia que uma hora o amor havia de vir. Mal sabia eu que depois de ter provado tal licor eu ficaria tão imprudente e tão incrédula.
Se eu soubesse que 15 dias podiam ter mudado tudo .eu teria pensado melhor e teria feito de novo, mas diferente. Eu não teria me enganado. Eu não teria permitido que eu mentisse para mim. E então tudo seria igual?
Essa seca tá secando até a minha vontade de mudar tudo. Eu quero as loucuras das chuvas de verão.
Tenho medo das ondas do mar e do que elas irão me trazer...
"Nothing to lose, but everything to gain" A música tema..

19 de ago. de 2010

Leave out all the rest

Eu queria a amplitude dos entorpecentes, queria a nebulosidade do álcool. Conviver com a realidade dura, esse tapa na minha cara todo dia, essa calmaria que se instalou. Eu queria enfiar isso tudo em algum lugar. Essa falta de movimento.
Quero ficar feliz por não ter movimento. Ficar quieta aqui. Sentada de pijamas. Estudar. Mas tudo no seu devido lugar, sem sofrimento. Por mais que eu vejo meu próprio coração como um louco psicopata, louco por uma razão de amar e sofrer. Chega. Eu já sofri muito esse ano. Tanto pra durar o ano todo. Quero ser eu, escrever meu livro, ter aspirações loucas, me deixar ser. Não mais. Só eu, leave out all the rest!
O rock bate no fundo da minha alma, solta a minha raiva, o meu descontentamento. E eu prometo que vamos ter que aprender a conviver juntos, já que agora é o tempo, sem drogas, sem sexo, sem álcool, só podemos descontar na bike.
PS: desculpe-me pela foto do Crepúsculo, mas eu gosto dos livros e a música "leave out all the rest" é trilha sonora do filme.. Então faz sentido!

"I dreamed I was missing, you were so scared
But no one would listen, cause no one else care
After my dreaming I woke with this fear
What am I leaving when I'm done here

So if you're asking me I want you to know

When my time comes forget the wrong that I've done
Help me leave behind some reasons to be missed
Don't resent me, when you're feeling empty
Keep me in your memory, leave out all the rest
Leave out all the rest

Don't be afraid of taking my beating, I've shared what I made
I'm strong on the surface, not all the way through
I've never been perfect, but neither have you

So if you're asking me I want you to know


Forgetting all the hurt inside, you've learned to hide so well
Pretending someone else can come and save me from myself
I can't be who you are"

10 de ago. de 2010

Ambições

Fato. Tanto mais ficamos mais velhos, mais nos tornamos ambiciosos. Não, não é assim pra todo mundo, mas via de regra, as pessoas crescem e saem do tempo do "eu me importo com o agora" chamado de adolescência e vão pro mundo "eu tenho mils planos, todo para amanhã" que eu chamo de adultescência. Coisa mais chata se tornar adulto. Eu tenho que fazer isso e aquilo outro, mils responsabilidades e agora mils desejos que se tornam verdade na minha cabeça. Buenos Aires, mochilões, viagens mil! Quero conhecer o mundo, como fazer? É necessário dinheiro e por ele eu estou me corrompendo. Corrompendo meus sonhos, minhas metas, mudando meu mundo de cabeça para baixo, preciso de dinheiro, eu quero viver!
Lindo seria um mundo onde eu poderia fazer meu mestrado, com ou sem dinheiro, poderia fazer até um doutorado, seria uma feliz professora de faculdade. Mas aonde está o resto da felicidade, as viagens que sonho desde criança, andar dentro de uma pirâmide, entrar num templo da Grécia, passear pelos lindos jardins japoneses, estes não podem ser sacrificados, fazem parte da minha sanidade mental.
Como fazer então?

6 de ago. de 2010

Final da semana

Este é o fim, passada esta semana virá outra, composta das mesmas aulas, dos mesmos costumes. O mesmo pacote de pipoca, o mesmo sinal do intervalo. O caminhar do sol será o mesmo, o vento frio que congelou até minha disciplina não mudará.
Sentada nesta cadeira me sinto tonta. E eu nem tomei ou fumei nada. Eu simplesmente estou tonta. Minhas aspirações, tudo, num deserto distante, tão longe. Meu coração é um escuro da onde só vejo a luz do stand by me indicando que ele ainda está lá mas off, desligado deste mundo.
Meu livro também parou, não consegui continuar com ele. Minhas grandes inspirações ocorrem no meio do trânsito e nem assim eu consigo trazer tudo a tona. Vazia. Perdida. Um copo de água que na secura do sertão cerradino se tonrou pó. Poeira estelar. Meus compostos me parecem pedaços. Os sonhos são confusos. Eu não o amo mais. Ou talvez o amor seja uma loucura, seja a primeira sensação, aquele primeiro copo de cerveja que você gostou, aquele primeiro baseado que você viajou, o primeiro orgasmo que você teve. Sensações que só temos uma vez e vivemos uma vida de busca aquelas sensações.
Eu o tornei utópico, um senhor dos meus sentimentos num mundo irreal, num mundo virtual, e ele está lá, sempre me mandando, sinhá de meu mundo não consigo controlar meus impulsos. Como fazer? Como proceder?
Eu mesmo tenho tantas respostas que não posso dá-las a mim mesma, é necessário um esconde-esconde. Tudo vai e pode se tornar óbvio, sem graça. Até os acentos que agora sei colocá-los não tornam as palavras tão bonitas e tão energéticas quanto eram na minha infância. Tonta. Eu tenho que fugir daqui.

3 de ago. de 2010

Alea jacta est. Ab ovo, age quod agis. Natura sarat, medices curat.

"A sorte está lançada. Desde o princípio, aplica-te completamente ao que fazes. O médico trata, a natureza cura."
Desculpe-me. Este é sim, mais um blog que eu começo. Sou prolixa, sou suja, escondo meus motivos, não posso publicar o que gostaria. Me contento em publicar o que posso.
Cinco meses. Este é o tempo exato e medido que eu planejei minha vida. É a derradeira tentativa de purificação espiritual, física, mental, pessoal, e amorosa. Para cada campo complicado de minha vida eu designei um estado. Para a mente, estudos em demasia. Para o físico, exercícios matinais que ora se tornam exercícios para a mente. Para o espírito, organização, desejos interpostos em planejamentos, jejum de carne e de álcool (ao menos tenho tentado diminuir o álcool, já que de todos os hábitos é um dos mais difíceis a ser exterminado). Para o amor, bom, o vazio. E para o pessoal, a presença dos amigos e de desejos de ser melhor a cada dia.

Se eu te dissesse que tudo o que desejo e planejo eu consigo, que grande bastarda eu seria. Eu apenas tento. tento ser melhor. Tento emagrecer. Tento não chorar. Tento e não consigo. De tanto apanhar e bater em meu próprio coração, eu já me sinto cansada de tentar, eu não me arrisco mais. Vou ficar no seguro. Sozinha. Me amando, me querendo, me melhorando. Para quem? Para mim mesma.
Ah, eu descobri que me amo!