29 de ago. de 2011

Medo de não sentir a falta dele, medo de não ser sentida a minha falta..
Medo de me acostumar com a falta dele, medo de ele nunca me procurar.. acho q de tanto medo, vou deitar, esquecer dele e tocar minha vida..

03:01 de segunda...

Meus post estão acontecendo em horários cada vez mais bizarros. Meu sono desaparece muito fácil ultimamente. Me sinto mais aliviada hoje por ter conseguido dizer tudo, até as coisas que eu sei que não gostei de dizer e que ele não gostou de escutar. Tudo que me espeta. Gostaria que ele quase que por mágica lesse isso, mas sei que não se importa mais. Aliás, esse é meu jeito de me defender das decepções que o silêncio dele me dá. Não sei o que pensa, nem o que sente. Mas sem saber, vivo na agrura da dúvida. Pela dúvida, troco pela minha certeza de que não, não sou e não tenho a importância que dou a ele. Assim, fico mais certa, mais clara, mais triste mas me sinto mais eu, um velho eu que não gosto de ser mais.
Vou dar a ele o tempo para que ele se sinta confortável. Meu medo então agora se converte em outro problema: ele vai insistir em fazer essa concessão? A desistência tem sempre sido um padrão na  minha vida, e realmente, porque não desistir desse problema, achar alguém mais fácil, que cobre menos?
Para isso, não tenho solução, sou intensa e exagerada. Mas ao menos se ele desistir, vou saber que fiz o que podia e o que não podia, avancei sobre alicerces antes formados por anos de merdas e terapia, porque achei que valia a pena. Eu achei, nunca tive certeza. Talvez muito em breve eu veja que não vale. E me arrependa muito. Temo que isso seja verdade.
Na realidade me sinto quase adolescente, insistindo em algo que parece mirar certeiro por um buraco no meu peito velho. Me sinto velha, me sinto tão mal comigo mesma que estou novamente cometendo atrocidades comigo, por outras pessoas. E nem vou achar ruim porque faço isso sempre, não é novidade, é quase minha especialidade. Me sinto repetindo um momento claro do ano passado, e do re-re-trasado.
Sinceramente, todas soluções me parecem machucar. Essa espera pra que ele consiga andar comigo e por mim. Sem cara feia, pra fazer dar certo. Essa espera, como vai ser? Vai me comer viva como tem feito esses dias.  Me odeio por não ter paciência, por machucar ele sem nem ver, mas é meu coração tentando se proteger. Ou terminar agora (coisa que por mais que minha razão já tenha me pedido, me feito imaginar como seria, me feito entender de que no fundo vai ser melhor, meu coração teima que jamais irá fazer, acha que não vai achar mais ninguém como ele e que se acostumou com tudo dele pra desistir agora, e até grita como criança birrenta de que simplesmente não faz). Nesses momentos em que a razão me domina na madrugada e me impulsiona a escrever, sinto até uma certa enorme vontade de chorar. Porque me machucar novamente, depois do retiro de quase seis meses do ano passado, após tudo que passei, é quase um retorno ás drogas de um viciado pós-rehab.
Mas a razão há de concordar comigo, que o sentimento é inteiro e completo, mesmo sem conhecer gosta dele de um tanto, tem uma sinceridade que nunca eu havia experimentado. Uma normalidade nova. O sentimento ama ele. O sentimento voou longe nas asas da imaginação, quis casar e ter filhos, quis ser normal. Amou ser normal. Mas a razão não vai deixar que isso permaneça muito tempo, ela vai me priorizar. E nesse momento da madrugada, sinto que aos poucos, a razão vai devorar e vomitar esse sentimento. Jogá-lo no lixo. As coisas num futuro próximo me prometem nada. Avisto tempo de dificuldades, merdas, e quem sabe, novos discursos dos meus demônios contidos tentando me re-convencer de que essa vida a dois nunca foi e nunca será pra mim. De que a solidão é quase um destino. Essa ladainha velha que eu conheço e de que no fundo, meu coração hoje corre disso, sabe o que isso nos faz. Mas que de certa forma, ainda me convence. Sou eternamente tendenciosa ao pessimismo.
Agora estamos sentamos todos aqui, meus demônios acordados, me espetando, falando tanta merda ao pé do ouvido que vou chorar mais tarde, até dormir. Me sinto infeliz. Tanto quanto em poucos meses me senti feliz, agora me sinto miserável. Um trapo, um lixo de ser humano.
Volto pros meus lugares obscuros, pras minhas velhas perguntas, de que até sei o quão especial e foda eu sou, o quão eu seria uma garota pra casar, mas porque isso não acontece? Porque comigo é sempre difícil, impossível, e as pessoas se não me exploram, simplesmente não me dão valor? Porque insistir na minha personalidade quando ela sempre me machuca assim? Será que eu vou ter que deixar de ser eu pra ser normal na vida? Dá vontade de ir fazer um retiro de 3 anos no Tibet, virar enfermeira na África, essas idéias loucas que já tive. Ao menos vou morrer sabendo que fiz alguma coisa que preste. E não ouço a minha imaginação e suas futuroses loucas.
Avisto tempestades, avisto que as coisas não hão de melhorar, meus medos agora se dobram de tamanho, agora, nesse segundo, temo que ele me traia, me troque, me ache um problema, não lute por mim quanto isso na verdade nunca aconteceu. Ninguém lutou por mim.
E sinceramente, vou concordar agora com a lágrima que me embaça o olho esquerdo e o discurso do meu demônio pessoal favorito: será que alguém um dia vai? Dormir chorando parece a sensação do verão. Amanhã vou tentar acordar pra tocar minha vida, que no momento, parece vazia e sem sentido... E eu só tenho ela, aparentemente. Vou ter que ficar com ela então.

24 de ago. de 2011

2:18

Sim, são 02:18 da manhã de quarta. Gostaria de achar que o motivo que eu tenho pra estar acordada é o bastante, mas na verdade não é. O problema todo está aqui dentro da minha cabeça. E é por isso que eu estou a essa hora acordada. Porque o mundo inteira povoa a minha cabeça, por tantos problemas que eu gostaria de resolver. Escrever sempre me ajudou, hoje vai me ajudar.
Talvez o maior deles seja o meu romantismo. Creio sim que ele seja um problema. Meu coração bate de forma diferente, em desejo de um amor maior que eu, um amor que me reconheça como pessoa. E talvez eu insista demais, talvez eu queira demais sentir isso. No final das contas, sou apenas aquela garota assutada querendo ser amada, não importa o quão diferente eu seja agora, aquela menina ainda está aqui. Talvez por isso eu me agarre tão forte à possibilidade de ser amada. Talvez eu me esforce. E por tantos talvez, eu ainda estou aqui, em frente à mesma tela, sabendo que isso não aconteceu.
Hoje escutei da minha mãe que ela quando quis achar alguém, ela procurou alguém que tivesse estabilidade financeira. Pode parecer mesquinho, mas a entendo. Problemas financeiros realmente acabam com o casamento.
Pode parecer pequeno e até vergonhoso, mas eu só queria alguém que me amasse da maneira correta, alguém que me olhasse como quem diz com os olhos que eu sou tudo o que ele precisa. Alguém que me abraçasse, que quisesse ficar horas conversando, que desejasse apenas estar comigo e nada mais. Num mundo onde é tudo tão descartável, eu quero ser durável. Tento tanto ver no outro as suas originalidades, tento valorizar suas particularidades, e no fundo vejo que ninguém consegue me ver, sou complicada e tão simples. Sou transparente e ao mesmo tempo, imprevisível. E por falar tanto, resolvo pouco.
Gostaria de que o outro se importasse, fosse capaz de loucuras e desventuras comigo e por mim. Gostaria que o outro lutasse por nós, para que os nosso defeitos não se chocassem. Para que acime de tudo, eu o amasse em tudo e me sentisse amada.
Dizem que os nascidos no signo de peixes vivem sua última encarnação. Entendo isso como uma espécie de desafio a viver o que ainda não foi vivido. Talvez de tudo o que tenho vivido, nada me é mais desconcertante que o amor. Nada me é mais complicado e tão simples. Nada me é mais desafiador. Nada que eu deseje mais. Nem a tal estabilidade financeira. Desculpe mamãe, quando discordo. Talvez a sua sinceridade hoje tenha me chocado, por ter me dito coisas impactantes. Ainda não desisti.
Hoje então me é difícil entender que talvez isso não me vá ser possível. Ver a chama que outrora fora tão forte, agora fraca e sem vida. Em tantas vezes que sofri por amor e por tentar tão fielmente tê-lo, cometi erros. Cometi atrocidades comigo. Me levei a lugares assombrosos e desesperadores. Senti a dor física que a perda do amor traz, para então entender que o amor é mais que tentar. É uma troca sincera, é um compromisso de sentidos. É se perder no outro, além do físico, até a alma. Entender o que o outro diz sem palavras. E por crer tão fielmente nisso que me esforço. E por me esforçar, falho. Falho comigo. Porque me esforço por dois, tento amar por dois. Essa ideia lírica do amor mais que perfeito, num português velho de livros empoeirados, tem me ferido aos longos dos anos. E nem por isso eu tenho desistido. Aliás, jamais desisti. Mesmo nas lágrimas de madrugada, quando clamei e gritei com esse coração fraco e burro, ele teima me dizer que tal coisas exista. Não sei se existe. Não deixei de crer. A pequena e leve chama permanece acreditando, não importa o quão pequena ela seja. Ela sabe, ela crê mais do que na existência do próprio Deus, ela ainda crê que nas folhas de meus cadernos perdidos, nas páginas de meus livros queridos, que essa tristeza que sinto, ela há de ser curada com a brisa suave dos novos amores, dos amores que perduram, dos amores inacreditáveis. É essa mesma chama que me impede de dormir, pois ela não me deixa estar triste. É essa mesma chama que me fez procurar esta noite pelo consolo do tema de amor do filme de romeu e julieta, de Nino Riota. Aquele antigo, que soa verdadeiramente como a maior história de amor já vivida.
Não hesitaria em dizer que apesar do fim trágico, eu a teria vivido.
A diferença entre os outros seres humanos e eu, é essa antiguidade da minha alma. Do meu jeito de apreciar o mundo. De achar que o amor correto não é escolhido. De ele acontece, como no piscar de olhos de duas pessoas no metrô.
Talvez meu erro seja no fundo, achar que eu seja capaz do maior amor do mundo, mas incapaz de ser amada com esse mesmo amor.

7 de ago. de 2011

Boa dia minha flor...

"Ela abriu os olhos e lá estava ele, dormindo calmamente sob a fina luz do dia que começa a nascer.  A cama ainda estava morna e confortável, e o braço dele descansava apertando o corpo dos dois, na mesma proximidade que a levou naquele sono leve da noite anterior. O único som era o da respiração dele, tão ritmada, tão suave transmitindo a suavidade do sono que ele estava. Durante aqueles segundos ela aproveitou e se deixou observar tudo aquilo que estava logo em frente, calmamente dormindo. A cicatriz na sobrancelha direita, o jeito como o lábio superior dele é maior que o inferior. O jeito como o queixo dele se projeta pra frente, e as pintas que se espalham pelo rosto e corpo. A barba mal feita fazia um ar justo. A calma que agora se instalava nele, apenas o som da respiração dele, e aquela luz afável. Magicamente ele abriu os olhos e ela não pôde deixar de sorrir agora que aqueles dois olhos castanhos avelãs estavam olhando para ela. Era como se a própria felicidade estivesse olhando ali."
Sim, bom dia meu amor...

2 de ago. de 2011

Lights will guide you home...

Hoje é um daqueles dias que o fardo mental pesa forte em minhas costas físicas. Meu cansaço me consome mas não me adormece. Tudo parece me afogar com os outros milhões de problemas, me sinto afogando lentamente num desespero de quem sabe que não há outra solução do que se deixar afogar.
Talvez seja diferente porque dessa vez me sinto como alguém que tem algo a perder, alguém que tem planos das quais não quer se desfazer. Alguém que pela primeira vez não aceita ser tomado por tudo e não quer ceder do que conquistou.
Meu corpo quer ceder a esse entorpecimento. Mas não tenho forças para emergir.
Observo debaixo d'água a luz que me guia acima...