28 de jul. de 2011

Ai que saudade

Ai que saudade que eu tenho, do tempo onde a vida era farta de si, onde a preocupação era leve e não atrapalhava meu sono. Ai que saudade do tempo onde eu sonhava mais fácil, tudo parecia tomar minha mente, eu era feliz.
Hoje meu sono é pesado, sonho com apartamentos e carros, tenho pesadelos com desemprego e fracassos, sonho com o emprego que me faça feliz e me dê dinheiro. Penso em viagens que nunca fiz e quero fazer. Sinto falta do meu homem me abraçando a noite para fazer meu sono sem sonhos.
Ai que saudade que eu tinha do tempo em que vovó dizia...

14 de jul. de 2011

Meu romantismo bobo...

Esses romances que leio. Eles me dopam, me envolvem, sonho com os personagens. Sou assim, uma romântica irreparável. Sei que não aparento mais, deixei meu romantismo pra mim. Acho que desisti um bocado do amor do jeito que eu achava que tinha que ser. Desisti de ser surpreendida com as coisas bobas que os românticos sonham.
Mais ainda que eu tenha desistido de me mostrar, ele ainda está lá. Nos meus sonhos. No jeito bobo como leio esses livros quase adolescentes. Eles são como uma droga, fico dopada o dia todo, imersa no mundo onde a mocinha sofre mas não desiste de amar o mocinho, que bonito e elegante, também escolhe amar a mocinha no final. Como se as dificuldades que eles passam fizessem sentido para que eles lutem pelo amor.
Agora pra mim, isso é realmente uma droga poderosa. Porque me faz quase chorar, ansiar com todas as forças pelo tipo de amor que a gente acha que vai durar pela vida toda.
E eu invejo as garotas que ganham flores, porque naquele momento as flores fazem a gente perder o fôlego. Mas não são as flores, são as luzes que surgem nos olhos do outro quando ele te entrega as flores. Como se ele estivesse louco pra ver a sua reação.
Eu invejo as garotas que podem seguras os rostos dos namorados a meia luz do fim de tarde de um domingo, abraçados na cama, ela encara os olhos dele com a leveza de quem procura as respostas do universo e se apaixona por cada linha que a íris dele tem.
Eu finalmente invejo quem ainda consegue expressar seu romantismo. Eu tenho reservado o meu todo pra mim, pras páginas do livro de hoje, cujo mocinho, loiro, cor bronzeada, arrogante, cheio de marcas cicatrizadas dos caçadores da noite, cujo amor impossível, talvez eu vá sonhar, é nos braços dele que eu escolho dormir esse noite.
(Série Os Intrumentos Mortais - Cassandra Clare)

13 de jul. de 2011

A beleza dos ventos dentre os bambuzais

Dentre as chuvas torrenciais de fim de tarde, o frio que as gotas de água passam por minha pele, e o céu cinza aclarado de um sol que não consigo ver por entre as nuvens de chuva. Ali estava eu. Sentada, escutando o som dos pingos de chuva nas poças que agora se formavam, minutos após o início da chuva. Sentia pouco a pouco as gotas de água invadirem minha roupa e transmitir o frio que carregavam,
Naquela cena de paz, ouvindo o som do silencio por dentre a mata, agora silenciada pelas sons próprios das nuvens, meu rosto era impassível. Estava sentada no chão, meu desejo era meditar. A chuva parecer aos poucos tocar na minha alma, e lavá-la por completo.
Eu ansiava por paz, nunca antes a sensação da chuva havia me dado tamanha paz. A paz de uma alma lavada, um corpo encharcado de paz. Aos poucos as gotas deslizavam por entre meus dedos imóveis, pelas dobras de meu casaco, meus fios de meu cabelo. Pareciam preencher de frio e calma tudo a volta.
Tive que me deitar, a sensação pareceu convidativa. As gotas caindo em meu rosto pareciam uma leve massagem, feita com pontas dos dedos. Meu corpo parecia pertencer à terra, à água, parecia compreender tudo a volta e ainda sim se calar. Com a mesma clareza que os monges budistas, meu silencio era dhyana. Minha paz era dhyana. Eu era dhyana. Tive que despertar do meu momento, aproveitar e sentir tudo o que até aquele momento me era ignnorado. A frieza da chuva, pareceu me surpreender, e ainda sim me fazer pertencer a ela.
Sentei-me, pus-me a refletir. Tantas vezes quis sentir amor, mas não o pude por o desconhecer. Aprendi então a me amar. Quis sentir paz, mas não compreendia o que ela significava. Tive que me perder em mim mesma e aprender a meditar. Na verdade, o amor, quando o senti, me pareceu paz. A paz me pareceu inflamada de amor. O coração de uma mulher as vezes pode ser um campo de descobertas a ela mesma. Descobri a mim mesma, várias vezes e todos os dias. Me conheço e me apaixono por todas essas descobertas. Pela capacidade que tenho de vencer, pelos medos, por me descobrir sempre forte, mas capaz de ser frágil e reconhecer minha fragilidade. Sou grande, mas nos braços de alguém que amo me sinto me pequena. Sou observadora, mas também agente.
Nessa chuva, agora a única coisa que lembro são os olhos dele. Aquele tom avelã, castanho, uma cor de madeira escurecida e nunca antes me fora mostrado. Nunca antes havia notado tão beleza em outros olhos. Nunca havia parado para notar olhos. Meu desejo em vê-los é imenso porque sempre me sinto congelada, tudo parece sumir ao redor quando paro para observar os olhos dele.
Talvez a beleza do mundo caiba nos olhos de alguém. Talvez meus olhos possam ser assim. Agora me levanto da chuva. Já é hora de voltar para a casa, embalada pela paz e leveza daquele meditar. Ao lembrar dos olhos, sorrio. Nunca a paz do meditar acalma meu coração da paz que aquele olhos me dão.

5 de jul. de 2011

Tenho pensando bastante nesses últimos dias. Nada muito crítico. Mas é fácil fazê-lo quando a calmaria se instala. Nunca fui muito fã das calmarias. Dessa vez é uma calmaria bem vinda, depois de muitas tempestades e ressacas. Me sinto numa paz que me permite ver os pontos perdidos ao longo da linha costura dos anos.
Sinto falta da minha espiritualidade. Sei que este ponto já meio que foi concluído, mas ainda falta me aprofundar naquilo que escolhi.
Ainda tenho muitas coisas a fazer. Quero aprender a tocar um instrumento. Fazer um curso de culinária (aprender a ser uma gordinha tensa profissional). Cuidar mais do meu corpo.
Aos poucos estou tentando abordar todos esses pontos. Ter essa paz que tenho me parece se ruma base sólida pra começar a ser algo que sempre quis. Construir o meu caminho, seja ele qual for.
Nunca pensei que a calmaria nos fizesse refletir no caminho a ser seguido.

3 de jul. de 2011

Pensamentos soltos no ar..

De todos os meus medos no mundo
eu temi que ninguém pudesse me ver
De todos meus momentos sozinha
eu chorei e rezei várias noites
O medo de ser só me fez cega
Os livros que li me fizeram desejosa
De que alguém no mundo pudesse me ver
Meus medos mundanos me fizeram esquecer
De que o amor é cego
Ele não vê os defeitos que vejo
Ele tem olhos cor de mel
parecem refletir um caramelo doce e profundo
O amor é surdo, e como os surdos ele escuta
Pelo tato ele descobre as vibrações do meu palpitar
O amor é mudo mas seu sorriso calado
parece me dizer que já me conhecia

De todos os meus sonhos no mundo
Um dia eu sonhei, que meu coração fosse leve
que minha canção fosse suave e silenciosa
e que o mesmo sorriso que eu esperava ter
se estampasse no rosto de quem ama.

De todas as emoções no mundo
Eu desejei ser feliz
de coração aberto, leve e fresco
como a brisa da casa a beira mar
e com o mesmo ritmo do som da ondas que quebram
e com a mesma paz do mar que avança e volta.

Meu coração quer ser mar, quer se expandir
quer se levantar, quer se derramar.
Meu coração é um bicho indomado,
que teima, esguincha, esperneia.
Meu coração é beijo roubado, na esquina de casa.
Ele também é aquele chocolate quente da avó.

Descobri que antes de tudo, antes de ser triste
antes de ser grande, antes de ser amante,
antes de ser mulher, eu nasci pra ser amada
em toda complexidade de meu ser, com defeitos
com aquele dente quebrado que ninguém nota,
com os cabelos enrolados e espetados,
com a brancura de minha pele que parece temer a luz,
grande que sou, pequena que sinto.
Meu desejo sempre foi ser mulher
ser um sorriso, ser um silencio.

Descobri que meu sorriso é genuíno
minha fome, luxuriosa de ser,
meu desejo é transparente e impalpável.
Aonde quer que minha mente vá, ela se perde numa única opção
a de que todas as novidades que já tive na vida
ser feliz foi a melhor delas.