27 de dez. de 2010

Ao caminho dourado....

Sim, a menos de 24 horas de voltar ao meu lugar de alegria, tristeza e medo, meu estômago se divide em duas sensações.
Uma que me dá leves arrepios de excitação e ansiedade por poder resolver as questões pendentes...
A outra que me dá arrepios leves de medo, medo do que eu vou sentir, do que vai brotar, no final sempre sou surpreendente, até pra mim mesma.
E no meio disso tudo, meus medos, minha inseguranças... Ah sim, meu demônio. Me agrada essa semelhança. Assim como os guerreiros do livro tiveram que carregar os demônios da caixa de Pandora, eu tenho o meu. E assim como no livro, eu amo e odeio meu demônio. Ele é um fardo, mas sem ele eu morro. Ele me atormenta com tudo o que há de pior nele, mas então eu sou mais forte por causa dele. É nas minhas fraquezas que ele se alimenta do mal do mundo e me fortalece. E no fim, nós aprendemos arduamente a conviver um com o outro. Meu demônio não é a Violência, nem a Mentira. Ele é muito mais complexo que simplesmente um nome. Mas me atormenta tanto quanto qualquer um daqueles demônios.
E ele também gosta de me atingir, principalmente na auto estima, qualquer bambeada que dou, ele a ataca, coloca idéias vis e maldosas, imagens ruins e eu quase caio. Quase. O conheço por tempo demais, sei reconhecer quando as imagens e falas são dele e não minhas.
E nesse tormento e luta, eu ainda tenho que lidar com os monstros que decidem me atormentar...
Será que eu vou conseguir eliminar meu Galen (possuidor do demônio da Esperança), que me faz acreditar que tudo irá ficar bem mas são apenas esperanças falsas?

24 de dez. de 2010

Uma mensagem para Deus...

Deus,
não sei se você é um, se são vários, se me escuta, as vezes até penso que não existe. Mas algo no fundo de mim me faz crer que sim. Mas não é esse o objetivo dessa mensagem.
Eu não sou muito de pedir, e não sou a favor dos contratos "faça isso que eu faço aquilo" acho isso uma barganha barata. O tipo de barganha que eu faço comigo mesma o tempo todo. Acho que o senhor é melhor que isso não é?
Portanto esse conversa acaba de deixar de ser um pedido e se tornou uma bate-papo, pode ser?
Bom, eu tenho me esforçado bastante para ser uma pessoa melhor, tenho ajudado todos à minha volta, e não, eu não faço esse tipo de coisa me gabando pois sei que poderia fazer mais e nem o faço porque quero algo em troca. Faço as coisas boas e corretas porque o bom e o correto me agrada, faz meu corpo se sentir melhor, faz meu mundo parecer mais certo. De certa forma, alivia minha alma. E eu não estou dizendo nada disso para fazer uma espécie de ganha quem faz mais. Só pra te lembrar que eu ando caminhando o caminho mais correto que tento andar.
E Deus, eu encontrei um homem maravilhoso, e se bem me recordo, me apaixonei outras trezentas vezes mas nunca lhe pedi por nenhum. Nunca roguei para tê-lo, porque lá no fundo eu não achei que era boa o bastante para pedir e nem que ele valesse tanto um pedido tão único. Deus ele não é musculoso, ele não é lindo, mas ele me parece um moço correto e em tão pouco tempo me fez sentir bem comigo mesma e tão feliz. Com essa "eu" que eu sou e amo agora. Ele me olha de um jeito curioso, me beija de um jeito terno, e ele sequer parece ou faz-me sentir como se ele fosse o homem da minha vida. Mas eu nunca quis tanto que o fosse. O amor é um cultivo, uma experiência não é? Pois não estou lhe pedindo que ele venha e caia de mãos beijadas por mim, quero apenas que ele não desista e me dê tempo de lhe mostrar a mulher maravilhosa que eu sei que sou. Eu quero acreditar no amor, de verdade, quero sentir ao menos um pouco que isso existe. E também quero poder ensinar à alguém esse amor fantástico que eu quero ter. Cansei de ler, assistir por ai e no fim desistir de sentir isso. Porque se for falso, minha alma tem algo de errado em desejar algo que não existe.
Ele é bom, eu sinto isso. E se ele não é o melhor, sei que posso fazê-lo.
E, poxa (eu quase ia dizendo diabos, mas não acho que seja conveniente nessa conversa), eu também não mereço um pouco de felicidade? Tudo o que experimentei ao longos dos anos foram pequenos momentos bons das quais me contentei, mas nunca estive tão descontente quanto agora por receber essas migalhas.
Não sei é certo, não sei se é o que deve ser, mas eu me arrependeria se não lhe pedisse.

22 de dez. de 2010

Poesia

Quero que você me toque
bem ali, onde o desejo corre
Olhando em meus olhos
como se ali houvesse surpresas

Quero que você me beije
bem ali, onde a palavra escorre
onde os desejos são quentes e apertados
onde meu corpo treme, dói e te implora

Quero que você me abrace
bem ali, onde o corpo carece
Seu cheiro então me domina
e eu me sinto salva

Quero que você me agarre
bem ali, onde suas mãos se impõem
de um jeito que só você sabe
de um jeito que meu corpo te obedece

Quero que você me coma
bem ali, onde você já o sabe
canibal de meus anseios
dominador de minhas verdades

Meu demônio, meu senhor
Meu anjo transvestido em luxúria
faz meu centro quente gemer
faz-me sua sem eu querer

Agora dominada, culpa sua
Quero que você se importe
Pois foste tu o despertar da Deusa
e agora, serás tu minha maldição

Então só quero te sentir de novo
Mas até lá, vou poder saborear a saudade
Vá, meu guerreiro demônio
E volte a sê-lo um dia,
mais uma vez por sua Deusa divina.

Queria lhe contar meu grande amor, as coisas que aprendi nos livros...

Você já despertou de um sonho em que nele você morria? E nesse mesmo sonho, quando você acorda parece que você ressurgiu das próprias cinzas e renasceu?
Se você nunca sentiu isso, então não sabe como eu estou me sentindo.
Enclausurada seis meses. Remoendo, destruindo, construindo, crescendo tudo dentro de mim. Construindo uma nova pessoa, uma que me agrade os olhos da alma...
Mas essa nova geração, esse feto, estava dormindo em sua casca descansando deixando os processos metabólicos tomarem seus rumos em suas direções, com medo de sair, com receio de não estar preparada para o mundo de fora. Medo o dominava. Medo me dominava.
Até que um certo dia, mais precisamente sábado a noite, um anseio me dominou: sair. Sim, sair de minha amada cova. E essa decisão foi seguida de um arrepio familiar que não pudera ser ignorado, ele era muito familiar mas a muito desaparecido. E ele agora parecia algo como uma forte intuição, como se a decisão de sair fosse muito importante. E de fato ela tinha sido, acabamos caindo numa festa desconhecida, conhecendo alguns rapazes e um deles havia me arrebatado ao final. Tão estranho ele. Um rosto que me levou a pensar que era um rapaz bobo, logo descobri que não tanto. Sabia brincar da forma mais correta, me deixando maluca tentando beijá-lo enquanto ele segurava meus cabelos. Era bem clara a mensagem que eu ia: dominador. E esse pensamento subia quente bem entre minhas pernas. Ele sugeriu que fôssemos ao seu apartamento que ele estava cansado. E eu não pude deixar de pensar em algo mais, mas me soava extremamente sincero. Ainda bem que não o estava.
Deus, como me regozijei em um homem estar errada. Ir ao apartamento era tudo o que precisava. Me tomou em seus braços e apenas declarou "sim, estou indo com calma, mas você não me enrola, anda, retira o vestido." E cada célula minha não podia discordar do homem forte que ali se apresentava. Dominada. Completamente. E ele ainda o fazia com força e querendo conversar o tempo todo. E ainda brincalhão. A cada momento mais uma surpresa. Uma brincadeira, um sôfrego, sexo novamente.
Deuses, como aos poucos ele conseguiu me desarmar de tudo? Da minha falta de auto estima, dos meus medos. De tudo. E me senti tão a vontade.
Foi exatamente como um choque de milhares de volts num corpo adormecido que agora se voltava a viver. Eu não me lembro de ter me divertido assim à séculos. Eu me lembro de já ter ficado de guarda baixa, mas de ter me divertido, diabos, daquele jeito? NUNCA! Como eu pudera pensar que ele fosse bobo? De bobo, ele só tinha as mãos!
O outro dia foi maravilhoso, igualmente. Com uma leve e doce adição. Prazer total. Nenhum homem jamais me levara a tal prazer. Eu gemi de uma forma tão real. Minhas pernas tremiam com a intensidade e com a falta de  falsidade em minha voz. Maravilhoso. Como encontrar o céu, bem ali, em meio aos braços de um homem tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar.

16 de dez. de 2010

A minha fome...

Hoje eu acordei com fome, mas com uma fome diferente.
Depois do livro altamente sugestivo, era como no livro, um demônio tivesse despertado dentro de mim... O tipo de demônio que não quer voltar a dormir jamais, acordou de sua hibernação e agora anseia por tomar conta de meu corpo, de minha alma, fazer meu corpo urrar de prazer e dor. Sinto suas presas se alargando e envolvendo meu cérebro e corpo num abraço maldito e divino.
O nome desse demônio é Luxúria e Dor.

7 de dez. de 2010

A dura e fria realidade estampada na minha cara....

Embora eu esteja tentando bravamente me atentar à realidade, ao que resta, à um fim, a frieza da espada das ilusões, se mostra guardada embaixo de meu tecido infeccionado, morto, moribundo. É difícil se achar passado, se considerar um momento guardado nas dobras do tempo. Mais ainda é difícil tentar eliminar a lembrança que retemos nas dobras cerebrais, como eu venho tentando retirar vagarosamente. Sem sucesso. Me influi uma vontade de penetrar com minha adaga à força, retirar pedaços inteiros de loucura, ilusão, sangue, carne, ossos e eu. Como se retirando esse tecido canceroso, eu pudesse de alguma forma, retirar de mim a pobre, ridícula e virulenta esperança que tem comido por dentro todos meus sentidos saudáveis.
Chega de sonhos bons, chega de ilusões avarentas, é negro o céu que vejo e negras são as previsões que ensejo. Uma tempestade negra como a morte aborta o céu de trevas, escuridão, demônios e perdição. O futuro se tornou pegajoso, estapafúrdio, inexato.
Das trevas, eu devo agora me apoderar, vestí-las como meu manto mortuário, congelar o sangue de minhas veias de modo que somente circule um odor purulento, que emane de minhas narinas, nauseabundo, impregnando todo o ambiente de cadáver e sofrimento. Devo me tornar morte, morrer por dentro, para então das cinzas funerárias, eu renasça um alguém novo, com penas negras brilhantes que se estiquem de meus ombros como um corvo, de uma beleza imortal, hipnótica e assustadora.
Agora serão eles que me temerão. Serão eles que sentirão o medo penetrar pela pele, irradiando pelos pêlos eriçados.
Eles me temerão. E eu me esquecerei deles.

4 de dez. de 2010

O paradoxo do fim...

É o fim, fim do ano, fim de uma período, fim de uma fase minha. Agora com estes tantos pontos finais, eu pretendo fechar um  capítulo desse ano. Nele eu aprendi várias coisas, mas as mais importantes foram as coisas que aprendi comigo, sobre mim. Como ninguém, hoje sei que me conheço, sei quem sou, sei do que sou capaz, sei tudo e muito mais sobre mim. Aprendi tanto sobre mim que acabei ficando um tanto quanto anti social. Me tornei a mais perfeita companhia que existe pra mim. 
Esse ano conheci aspectos meus, descobri meus limites. Descobri que não sei ficar com alguém que eu não goste de verdade, que não me corresponda em todos os aspectos, mentais, intelectuais, culturais e principalmente sexuais. Descobri que não sei ficar com alguém desconfiando, confiar é um princípio meu para realmente me entregar, ser eu mesma. Descobri a facilidade de largar alguém. Descobri que posso me desprender de alguém numa velocidade sem igual. Descobri que realmente largar aquilo ou alguém que eu gosto, isso é quase impossível. Velhos vícios são fáceis de matar, velhas manias, quase impossíveis.
De tudo o que houve desse ano, eu levo os beijos sinceros, as frases suspiradas no ouvido, meus momentos sozinhas, as conversas tensas de fim, meus novos velhos melhores amigos, e acima de tudo levo uma nova espiritualidade que descobri esse ano. Levo para mim toda a experiência do ashram, da meditação, da mergulha no verdadeiro Caminho. Levo enfim um motivo novo para procurar, não mais a velha busca de amar, agora eu busco a paz.
Espero que 2011 me traga um tempo melhor, cheio de esperanças, cheio de renovações de encontros saudáveis e reveladores. Espero que eu possa a cada dia ser uma nova versão minha, mas sempre baseada na primordial, naquela que sempre fui, nunca deixareis de ser!

Namu Amida Butsu para vocês! 南無阿弥陀仏