24 de dez. de 2011

O meu lado mais doce e ingênuo de pensar

Nos últimos dias tenho me deixado pensar e refletir sobre tudo o que tem acontecido no último ano. Talvez este ano eu tenha visitado várias partes interessantes e até então, obscuras de meu ser.
Talvez este tempo tenha até me permitido terminar de digerir tudo o que aconteceu nesse meu último namoro. E pela primeira vez em minha breve mas intensa vida, eu posso me dignar a usar estar palavras. Foi um tempo considerável, onde gastei uma quantidade de energia considerável também. Ainda sinto saudades daquele amor doce que eu tive por Victor. Era cheio de esperanças, nunca duvidava e me fez mover algumas montanhas. Mas então eu percebi que mesmo sendo forte, ainda sou frágil e não ia conseguir mudar minha vida inteira por ele. Mas foram com certezas as noites mais doces e cheias de gestos românticos, daqueles que fazem as mocinhas sonharem por muitos anos a fio. Uma das poucas graças que tive e que se me permitir, irei contar com nuvens brilhosas nos olhos. 
Nunca haverá uma sensação de arrebatamento maior do que a sentia perdida em seus carinhos noturnos, ambos desajeitadamente deitados em nada mais que uma camiseta ou vestido, ambos nus sob a luz da lua. Ainda me lembro de como o tempo parecia voar tanto e o dia começava a raiar e a gente se despedia para dormir. Eu era embalada pelo toque que parecia nunca abandonar minha pele. Talvez guarde ainda com tanto carinho nosso momentos porque nosso fim foi devido à distância. Não é e nunca será um motivo suficiente. O motivo que realmente me fez ver que nunca ficaríamos juntos foi o tempo. O tempo me fez ver que a idade importaria, a distância, nosso mundos, tudo era distante, mais distante que os 1800 quilômetros que nos dividiam.
Eu aprendi a confiar nos meus instintos, a me deixar levar pelos sentimentos mas também a pensar mais. Eu demorei dois anos para enfim dar o devido adeus a nós. Mas ainda desconfio que quando o vir, o mesmo arrepio velho vai ainda me perseguir.
Sai de tudo aquilo, dois anos de relacionamentos falhos, tentativas frustradas de esquecê-lo sabendo que uma hora teria que acontecer. E quando aconteceu, acordei daquele sonho, mais esperta, mais decidida de que aquele que se mostrasse valoroso o bastante para ganhar meus afetos, deveria ao menos nunca desistir. Foi a coisa que Victor me ensinou: o verdadeiro amor, aquele que ama, não desiste.
Mas então Renato me ensinou muitas outras coisas. Foi de longe o relacionamento mais real e mais complicado. Porque tudo era muito ardente. Nem a Victor eu desejei tanto. Bastava uma memória minha de como era o seu corpo para que o desejo já me incendiasse. Mas então passei muitos meses tentando entender o que sentia por ele. Era tudo diferente. Não era os mesmos sentimentos. Duvidei veemente deles, mas eles se mostraram pacientes à minha compreensão. Hoje talvez entenda que eu estava tentando amá-lo menos irracionalmente. Meu sentimento era racional, pensado, calculado, não surgiu do nada. Mas ele parecia preencher todas as lacunas. Até que os verdadeiros buracos apareceram.
Tudo era muito devotado à ele. Não saía mais com meus amigos, não fazia mais o que gostava, e minhas frustradas tentativas de inseri-lo em minha vida real foram frustradas. Comecei a sofrer muito, porque não conseguia entender. Terminei, voltei. Fizemos isso mais de uma vez. Sinceramente, perdi as contas, dos meses que ficamos juntos e de quantas vezes terminamos e voltamos. Nesse meio tempo, eu fiquei com outra pessoa. Mas sinceramente, foi como abrir os olhos, eu estava demasiadamente acostumada com Renato, e aquela pessoa parecia perfeita, muito mais adequada. Mas não havia química. 
Me surpreendi por ver este rapaz entristecido com minha sinceridade de falar. O magoei e me sinto ainda muito culpada por ter feito aquilo. Mas havia algo mal acabado a resolver. Voltei com o Ex, e talvez tenha sido diferente por um tempo. Mas mesmo o vidro quando se quebra não volta a ser nunca mais a reluzir da mesma forma.
Com o tempo, comecei a enxergar tudo claramente, vi que os sentimentos estava acabados, eu estava presa numa ilusão de que poderíamos melhorar, cansada das brigas. E quando minhas forças se minaram, ainda assim encontrei forças, e sinceramente, eu ficava com o coração mole perto dele. Mas então, muito pior que  eu imaginava, vi o rastro de uma teia, e quando uma mentira aparece, você descobre sempre que ela está ligada a uma real teia cujos tamanhos podem ser inemaginados.
Muitas pessoas boas, comovidas com o que viam, me contaram as verdades. É exatamente como mamãe dizia, a mentira tem sempre perna curta. Ainda sinto o amargor da decepção mesmo agora, porque confiei inteiramente nele. Confiei que ele seria sincero, que ele não mentiria, que ele jamais me destrataria. Jamais me faltaria com respeito ou seria maldoso. Ele foi tudo isso. As pessoas me contaram e então eu desabei. Chorei muito, mas as lágrimas derreteram e então apareceu a raiva. Muita raiva. Raiva porque não merecia receber aquilo.. Não merecia ser tratada com tanto descaso, não quando fiz das tripas coração para tentar ser razoável, quando fiz de tudo para não o chutá-lo como a um cachorro na rua, porque ele passou por mais bocado e então engoli muita coisa porque achava que não era a hora certa.. Nunca imaginaria que aquele que eu escolhi, acolhi em meu peito, aprendi a conviver com os defeitos, engoli cansaços e a minha própria vida para que pudéssemos viver juntos, logo ele seria o grande traidor.
De todos os casos, é a primeira vez na minha vida que saio sentindo nada. Não sinto afeto, nem raiva, nem dó, nem piedade, nem a raiva. Até ela se foi. Porque ele conseguiu isso. Eu decidi fazer dessa história uma página arrancada de meu livro, uma de que eu não quero lembrar, não porque vai doer. A dor que sinto não é por ele, é por mim. É de ter sido feita de idiota. Logo eu.
Saio disso aprendendo a ser mais arisca, a esperar a pessoa me procurar e se provar valorosa do que sou capaz. Neste meses aprendi que sou capaz de tanta coisa, em nome de sentimentos desconhecidos.
Mas agora tudo jaz no lixo, ao contrário de todas minhas histórias que deixam as cicatrizes que me orgulho de empunhar, este é uma grande vergonha. Vergonha por ter vivido tanto com alguém desconhecido.
Desde então tenho vivido uma série de aventuras interessantes. Algumas delas mais que outras. Todas aventuras. E todas me ensinando que o que procuro, está longe de ser encontrado. Bom, se eu dissesse que meu último afeto é apenas uma aventura, estaria dando um final antecipado a ela. Talvez o meu mais novo escolhido se mostre diferente, ele já o é em vários certames. Mas espero pouco.
Mas estou certamente muito desencorajada desse meio de viver, dessa capacidade incansável de meu coração de achar de que o amor é essa necessidade vital. Estou à procura de outros mundos.
Digo a você, meu doce e ingênuo coração, você tem sido meu mais fiel companheiro. Ninguém sobreviveu a tudo ao meu lado tanto quanto você, só você sabe a dor física e emocional que compartilhamos. Só você sabe como os anos exilado foram duros e como aprendemos tanto com eles. Sabemos no mero respirar da brisa que o tempo e o destino tem seus caminhos desconhecidos à nós. Sei também que você é mais forte do que aparenta e tem conseguido sobreviver à essas torturas cada dia melhor. Você tem aprendido a usar os sofrimento de forma gradual, já tínhamos sofrido tanto nessa última história que ao fim, você já havia sofrido o suficiente para entender a necessidade do fim. Mas não podemos mais, meu amigo. Precisamos desbravar outros mundo, outras sensações, precisamos ver outros mares. Estamos tanto eu quanto você, empolgados com essas possibilidades. E desta vez não vou deixar que nada fique em nosso caminho. Mesmo que você se enamore deste novo rapaz, ainda assim manterei nosso plano. Somos desejosos demais de outros desafios, já entendi que o desafio do amor vai me requerer mais paciência e sorte do que coragem. E preciso de usar mais minha coragem.
Meu caro amigo, já entendemos tantas coisas não é? Já entendemos que o sexo é algo bom, mas que está longe de ser a nossa necessidade primordial. Já me mostrei capaz de ser uma amante esforçada, e você de alimentar o fogo de minha imaginação. Meu caro, te convido à outros mares desconhecidos e quem sabe aprendemos e nos inspiremos com novas aventuras.
Agora costurada, sinto-me frágil, mas agradecida deste descanso que tive. Estou tento o devido tempo de organizar várias coisas em minha mente. Mas o desejo de ver o mundo, de conhecer outras línguas, outras religiões, esse desejo que aparece batendo ritmicamente dentro do peito, ele sempre esteve ai.
Ainda que com os livros românticos que leio, sei que meu coração é desejoso de um amor, um desses que mereçam um livro best seller. Mas isso não será mais minha prioridade. Vou me focar. Preciso me focar. Preciso vencer um lado insistente que vem borbulhando ali, rente a superfície, mas contido. Como um vulcão adormecido que calado, ainda assim transmite a necessidade de ser fulgáz. 
Este desejo penetrante é sempre acordado por meus livros recheados de aventuras, ele sempre é um estado  inerte, existindo sempre e despertando como tal tigre adormecido que sempre existiu em mim.
Todos estes acontecimentos tem me ensinado que o meu desejo de ser grandiosa, de viver coisas mais grandes e dignos de páginas de livros do que de contos à netos. Sou desejosa por demais de viver muitas aventuras, estou agora devidamente me acertando à elas.
Desejo fortemente, um desejo que exprimo ao universo, que tudo me seja revelado na hora certa, que eu possa viver estas aventuras.

13 de dez. de 2011

Existe algo de estranho no amor. Não existe bebida mais pura ou licor mais doce sem jamais ter sido provado. Como se o próprio coração soubesse o sabor de outras vidas. E mesmo assim, ele se torna veneno e intoxica a alma ao menor sinal de dor. O amor é uma faca, pode servir para abrir doces frutas, ou abrir perigosas injúrias. Não, não existe a vida sem o amor.

"Lá estava ela, deitava, envolta pela fina luz que indicava o começo do dia. Seus lhos já estavam abertos, mas sua alma ainda estava adormecida de sonhos. Sonhava ela com doces sorrisos, penetrantes calafrios causados por pontas de dedos, sonhava ela e não se cansava de sonhar. Ela fechava os olhos e neles não haviam imagens e sim sensações. Neles haviam beijos calorosos, suspiros e fôlegos roubados. Neles havia a paixão que somente um coração enamorado teria. Tenho pena dessa menina. Outrora eu também provara desse doce que mais se torna uma droga das quais não se pode viver sem. Eu também sei como o coração bate acelerado, como nosso olfato nos engana com cheiros que não estão lá, sei como é alegria de um novo amor. Mas sei também das lágrimas que virão, das decepções, da dor que somente o mais doce e puro amor pode causar. Pobre menina, iludida na neblina dos novos enamorados. Ainda há de cair no alçapão dos cegos perdidos de amor.
Enquanto a observo, sinto uma leve dor estranha, uma que repousa aqui, cá do lado do peito. Não, não é bem uma dor, a dor de amor e dos corações partidos me foi amiga por demais. Essa dor é um suspiro. Essa dor é uma angústia, uma lágrima carente e amargurada que cai. Sim, também tenho inveja dessa pobre menina. Pois sei bem, que apesar de todos os males e dores, o amor vale por tudo isso.
Ela fecha seus olhos num sorriso quase doce, pura e inocente de meu olhar. Oh, doce menina, que um dia eu também possa sorrir novamente e suspirar por um novo amor."

5 de dez. de 2011

Abrir os braços para ser feliz...

Talvez as lágrimas de ontem tiveram poder terapêuticos. Acordei com a mente clara, capaz de pensar em frente. Descobri muitas coisas hoje. Que preciso de um tempo sozinha, que eu já descobri o que fazer com a grana que vou receber, preciso viajar e ver outros mares, viver outras coisas!
Relembrei que sou capaz de tudo, de coisas maravilhosas e de coisas não tão admiráveis. Relembrei que apesar de olhar para o espelho e ver o mesmo rosto, sou mutável, sou doável, sou admirável e tantas pessoas vivem me dizendo que o problema como pessoas como eu é que é difícil conviver com tanto cérebro.
Relembrei hoje que uma vez me disseram que eu era um espírito do mundo, que eu precisava ver mais do mundo. E eu sei que é verdade. Talvez o certo mesmo é que precise ficar só, cheguei a conclusão de que o sexo não vai fazer tanta falta assim, eu vou sentir falta de companhia, de alguém pra falar do meu dia, alguém para falar coisas doces. Mas isso posso fazer sozinha!
Acordei hoje sabendo que quando se é destinado ao mundo, jamais podemos parar. Hoje começa o começo de um novo tempo, um tempo de solidão, de ficar e me amar de novo, de descobrir novas ideias e novas loucuras. Apenas peço que tudo isso valha a pena!

"When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you needWhen you feel so tired but you can't sleepStuck in reverse
And the tears come streaming down your faceWhen you lose something you can't replaceWhen you love someone but it goes to wastecould it be worse?
Lights will guide you homeAnd ignite your bonesAnd I will try to fix you
And high up above or down belowWhen you're too in love to let it goBut if you never try you'll never knowJust what you're worth
Lights will guide you homeAnd ignite your bonesAnd I will try to fix you
Tears stream down on your faceWhen you lose something you cannot replaceTears stream down on your faceAnd I"


3 de dez. de 2011

Novas experiências...

Necessito de um novo rumo para minha vida. Novidades, coisas novas, pessoas novas, novas possibilidades. Talvez por isso eu tenha topado uma nova loucura ontem. Não, não vou revelar, já que são poucas as pessoas que iriam aceitá-la de boa fé. Mas é fato de que não curti muito, descobri uma séries de coisas ontem.
Não, não tem muito a ver com o que fiz, mas porque tive alguns segundos para refletir.
Conclui ontem que é necessário tempo para realmente se esquecer alguém. Apesar de que qualquer coisa que me lembre ele ainda me dê um incômodo ruim no estômago, me peguei comentando dele. É claro, me dou o devido desconto por ser recente. Mas talvez seja necessário um período de solidão e reflexão de verdade. A raiva já está passando. Tive que ir buscar minha identidade com ele e é fato de que eu não queria. Mas ao mesmo tempo, parte de mim queria ir e olhar na cara com cara de ódio, com uma expressão que traduzisse o que sinto. E parte de mim queria que ele lutasse para que meu ódio não existisse mais, que de alguma forma ele me convencesse de que tudo o que fiz não foi em vão, de que tudo não foram palavras ao vento.
Mas ele não foi capaz nem de me olhar na cara, e eu realmente não queria nem um segundo a mais perto dele. Entendi que por mais que eu possa tê-lo amado, a decepção ainda engole tudo e tudo parece sombrio e cheio de sombras. Ainda sinto que haviam mais mentiras do que eu posso imaginar. Um certo ar de traição é sentido sempre que falo em seu nome. Agora eu tenho quase certeza de que as características que antes achava inerentes à ele, tais como caráter e integridade, não são mais verdade. Eu me deitava com alguém que sequer conhecia. E mesmo assim, não consigo parar de pensar que fui feliz. Fui mesmo iludida, fui feliz?
Algo irá mudar daqui para frente, serei mais desconfiada? Me entregarei menos? Não sei, é certo que preciso de um tempo só, mas a tentação da balada é maior que eu. Tenho vontade de sair, dançar, me divertir, esquecer do mundo perdida entre as luzes do estroboscópio. E se alguém me beijar e eu sentir vontade, me perderei em seus braços, porque não?! Mas esta tudo muito apagado, sem significado, os beijos não tem gosto, não me provocam nada, não sinto vontade de beijá0los, eles não me tiram o fôlego. Tudo parece isopor, sem gosto. E eu costumava sentir tudo, tudo tinha sabores, texturas, tudo sempre tinha um sabor e uma sensação. E isso esta apagado. Ontem, tudo o que desejei foi um quarto do que sentia quando o beijava, um quarto do desejo que me invadia ao menor toque dele.
Era lindo, era como a luz do sol, sua pele era quente e até me fazia suar. Não, você não entenderia. Eu sei que fui realmente feliz. Porque me deixava  vigiá-lo enquanto ele dormia. Vigiava seu sono e decorava todas as suas feições, me enamorava dele mesmo quando não estava acordado. E mesmo dormindo ele me procurava em seu sono parar me abraçar. Ele conseguia algo incrível, ele me derretia completamente. Eu era feliz, eu me sentia feminina. Ele fez coisas que provavelmente nem sabia do que me provocava. Como eu sentia um desejo impecavelmente enorme e que parecia nunca acabar. Agora eu sinceramente choro, choro por minha tristeza, pela falta que ele vai fazer, porque agora as lágrimas não me deixam lembrar de todas tristezas e raivas que senti. Hoje eu só lembro do tempo bom e sinto raiva dele. Sinto raiva dele ter deixado tudo acabar. Raiva dele não ter sido o homem que eu achava que ele seria.

Hoje sinto que assim como os outros, ele me abriu um novo buraco, levou um pedaço, me deixou menor. E eu fiquei vazia, sem um novo pedaço. E esse pedaço vai fechar, o tecido vai se regenerar, mas como uma mera humana que sou, esse tecido vai levar tempo, até lá vai doer toda vez que eu me mexer, toda vez q eu tocá-la, ele a vai sangrar. Mas um dia ela vai sarar. Um dia ela vai fechar. Até lá, vou me permitir ficar triste, sem menos sorridente. Talvez, minha alma precise do luto necessário parar chorar, já que seu amor morreu.

Hoje, desejo fortemente, ao universo inteiro peço, que essa chama inocente e linda que carrego, que acredita no amor puro, no amor verdadeiro, que ela jamais se apague, não importa o quanto me baterem, vou continuar acreditando nisso. Não importa o quanto digam que ele me traiu, o quanto homens são canalhas, não levo melhor sorte com as mulheres, então resisto nisso. Vou continuar acreditando que em algum momento, a pessoa certa vai chegar e vai me fazer imensamente feliz, vai me fazer esquecer tudo o que já ouve. A pena que sinto era que eu achava que essa pessoa já havia chegado.

Um dia a pessoa certa vai chegar, me sorri, me abraçar, e apenas dizer em meus ouvidos "calma mio amore, que eu já cheguei" (o meu amore é em homenagem carinhosa ao meu mais novo amigo italiano de Palermo"

28 de nov. de 2011

Some say I be better without you...

Hoje finalmente a devida tristeza se abateu. Não que ela viesse como das outras vezes. Hoje me entristeço pela decepção. Esse doce amargo que nos é vendido sem que saibamos o real sabor que tem.
Duro agora é duvidar de tudo o que houve. Achar que no fim, eu gostava sozinha. Logo eu, que nunca fui de ter raiva de ninguém, até nas histórias mais cabeludas e escabrosas eu sai em pé, nessa eu sai com raiva, desejando o mal de verdade. Querendo que o sofrimento o abata, porque acho que ele não se abateu. Deve ter feito até piada. "Ah aquela mané? Ainda veio toda me desejando o mal, pfiu, ela nem sabe que eu não ligo".
Hoje é triste tentar entender o porque? Porque mentir? Porque esconder? No fim, ás conclusões á que chego são simples: ele nunca me amou, era apenas joguete em suas mãos. Eu era a diversão, um sexo garantido, alguém pra afogar as mágoas e curar a carência. Eu era fácil, disponível, confiava tanto. Cheguei ao ponto de pensar numa vida juntos, de querer isso, de amá-lo mesmo.
Então fica difícil a grande pergunta: porquê? Nem ele mesmo fora capaz de me dizer. Porque talvez ele não conseguisse me dizer.Como dizer para alguém "brincava com você e me cansei".
O fato é que fica um vazio, um sensação incômoda de ter feito tanto e recebido nada. Fica a sensação de que eu me iludia, achava que estava num relacionamento, quando era apenas um joguete.
Arrependimentos? Nenhum, sei quem sou, sei que sou assim, amo desse jeito, de forma completa. Essa á a forma como me sinto completa, liberta pra amar como deve ser. Sei que não posso fazer menos e decepcionar ou mentir à mim mesma. Sou assim e não mudarei. Só sei ser intensa, toda, por inteiro. Nada pelas metades.
Agora vejo que os sinais eram claros desde o princípio: nunca fui apresentada à ninguém como à namorada. Ele nunca me apresentou à ninguém de sua família. Eu era a namorada de mentira. Nunca fui nada.
A tristeza talvez seja essa hoje: a verdadeira imagem de que de fato, não era lá muito para ele.
Mas enfim, assim como abraço minha tristeza, sei que não posso fazer nada. O imagino sentado em seu quarto com seu computador, conversando com outras meninas, das quais ele já conversava à tempo. O que minha amiga disse é real: ele não quis abrir mão de nada.
Minhas mágoas, eu vou digerir, para que eu as entenda e possa passar por cima delas em algum tempo. E agora, até quando gostaria de pensar nos nossos momentos bons, parece errado, parece tudo torto.
Agora entendo que até meu coração de fato está enraivecido dele e me diz "que grandíssimo filha da puta, que grande canalha, mais um que nos têm e se vai".
Agora encaro meus horizontes tão cheios de possibilidades... Você contém também a esperança?


27 de nov. de 2011

Isso sim é felicidade meu amor...

Talvez eu não devesse escrever aqui, pois eh certo que há leitores. Mas não me importo mais. Minhas palavras saem deliciosamente fluindo por entre essas borbulhas de espumante e licor de cassis... Sim, certamente esse fim de semana eu bebi demais. Todos os dias. Mas foram os 3 dias mais maravilhoso à tanto tempo. Eu me senti livre. Sim, dancei, beijei, sumi, bebi, ri, me diverti aos montes. Esqueci como era estar no mercado. E é maravilhoso. O rapaz que me abraçou calorosamente na sexta me divertiu, mas foi apenas isso, apesar da sua insistência em me levar à sua cama, eu me recusei. Me divertir sozinha ainda é a melhor opção. Mas ele tinha beijos calorosos e saborosos. E os elogios que me fez me mostram que apesar de tudo, eu ainda devo ser atraente (apesar de ainda me duvidar) e ter jeito. Como foi bom!
Eu senti falta de mim mesma, desse meu lado que ama a liberdade de não se importar, de faz o que dá na telha. Eu senti falta de me sentir tão relaxada, tão feliz. Não estou triste por nem um pouco. Talvez isso demore à aparecer, ou talvez nem apareça. O fato é que agora me sinto tão leve, como se o horizonte fosse o limite, minha âncora enferrujada foi rompida, não me culpo, não me cobro, não passo horas de meu dia pensando o que tenho feito de errado. Isso não me pertence mais.
Agora me pergunto porque demorei tanto à perceber isso. E sei a resposta, precisava sair daquilo sabendo que fiz tudo, sabendo que a minha parte foi feita.
Agora sei que tudo foi um sonho lindo meu. Ele nunca foi meu. As mentiras corroeram tudo e agora duvido de tudo. E nunca fiz isso em nenhum relacionamento, nunca olhei pra trás e duvidei de tudo. Agora as palavras de meu amigo ecoam "no fim Lu, acho que ele nunca gostou de você de verdade". Agora ele parece podre, ridículo, patético. Me parece que eu corria atras de um sonho que ele não era.
Triste é saber que eu sou muito mais o que ele merecia e nunca me importei porque via nele integridade, via justiça, o admirava. E agora tudo foi por água abaixo, acho-o sujo, podre, um moleque, e não o homem que eu pensava ser. Triste é saber que você acreditava em alguém que te decepcionou. Mas decepções ensinam a viver. Ele se mostrou tão ruim quanto os outros. Então, talvez eu deva ser mais desconfiada.
Certo agora que quero a vida de solteira por tempo indeterminado, fazer tudo o que me der na telha, me dar a liberdade de beijar quem quero, de negar quem não me apetece, dormir com quem eu escolher. Não que isso seja de todo bom, sou feita de sentimentos e sei que necessito do amor que procuro, a busca certamente é mais importante que o destino. E talvez quem saiba eu deseje ficar sozinha por um tempo, como eu fizera ano passado. E foi tão bom sair daquilo renovada.
Mas agora é impossível me ligar á alguém sem a verdadeira limpeza, saber desapegar dos sentimentos, vê-los pobre e murchos e esperar que eles morram, infelizmente eles estão num estágio que não voltaram a vida jamais.
Agora, por incrível que pareça, coloco-o na fila dos meus casos, vejo agora ela que me sorri, ele que vou ver nas férias, ele que eu não amei.. São tantos eles e ela... Será que alguém um dia vai me mostrar que existe mais que isso? Que existe de fato ser feliz, ser amada?
Não sei, mas agora o vento do litoral me leva a outros mares, outros rapazes, outros sabores. E sim, fui feita para a verdadeira liberdade, isso sim meu amor, isso sim é felicidade!

18 de out. de 2011

Tortura

Meu domingo parece ter engatado na segunda. Não dormi. Aliás, dormi, mas um sono turbulento, povoado de sonhos estranhos, povoados de sensações estranhas. Sei que de fato não dormi, tive um descanso turbulento. Apesar de claramente ter brincado sozinha, me dando um orgasmo diminuto e ruim, foi pior. Mas geralmente dá sono.
Fico grata que meu tesão voltou, mas só penso na gente, em como era tudo bom e eu me soltava, não me sentia julgada e como eu ficava dolorida de vontade só de beijá-lo. De como eu era espontânea.
Então, sozinha no meu quarto, ontem a tarde, me permiti. Esqueci por alguns minutos do que nos separa, do que nos impede, das brigas e dos problemas, e me permiti ser assolada pela vontade e pelo desejo que estava ali latente.
Me deixei ser inundada pelas imagens do seu corpo, do seu sabor, pelo cheiro, pelo som, por tudo aquilo que acontecia quando ficávamos sozinhos. Certo que muitas imagens eram do nosso começo, como era fantástico o jeito como ele me tocava, como ele parecia dominado pela sensação de estar dentro de mim. Jamais me esqueço do dia em que nos conhecemos e como tanto ele como eu parecíamos tomados de vontade, uma vontade de arrancar a roupa e se engolir ali mesmo. Comecei a lembrar de tudo. Como a forma que ele parava pra segurar meu rosto mexia com meu coração, como as mãos dele se moviam por tudo e todo lugar que ele tocava ele deixava um rastro quente de arrepio e vontade. Me lembrei daquele dia que ele brincou de passear com as mãos pelo meu corpo e eu nunca senti nada igual. Como eu adorava seu corpo, apenas de olhar para ele eu já me sentia tomada por vontade. Como eu ficava embasbacada em vê-lo andar nu, como achava fascinante a dureza e ao mesmo tempo maciez dos seus músculos. De como eu o achava e ainda acho bonito, melhor, lindo. De tudo o que mais me falta é a boca dele. Como tinha uma sensação suave e forte, como era reconfortante. Como com tão pouco ele me deixava doida de vontade. Me lembro de no começo achar incrível a vontade que ele despertava em mim, os orgasmos incrível e inéditos que eu tinha. De como ele me deixava sem fôlego sem muito esforço, e como eu o deixava assim em qualquer lugar de qualquer forma.
Fui tão tomada pelas sensações, que era como se ele estivesse ali, comigo, me enviando essa carga de energia e prazer. E bum, acabou, abri os olhos, estava sozinha. E eu juro que o cheiro dele estava ali, comigo. Minha vontade era de pegar o celular ligar e encontrá-lo, fazer de tudo o que pensei, fazer a realidade. Mas não. Domingo ele me empurrou, recusou meu toque, como se ele nunca mais me quisesse. Foi como um tapa na cara, um murro no estômago.
Fiquei aguniada, a dúvida se o que fiz apertou meu coração, fez meu estômago girar. Segurei o máximo que pude. A noite não me contive, liguei. E os poucos monossílabos que ele soltou me foram como que outro tapa na cara. O certo que agora é ele quem me empurra, eu preciso me afastar. Deixar as coisas morrerem. Ele está certo, eu não quero perdê-lo. Mas como temer perder algo que nunca foi meu? Como querer ainda desse jeito alguém que nunca se entregou, nunca se permitiu? Como deixar de tremer por dentro só de pensar nele?
Hoje o clima combina com o jeito que meu coração está: nublado. Agora é certo que vou ficar sozinha um tempo, sem amigos, sem ninguém, me afundar no trabalho e esperar pelo melhor. Meu coração encara fielmente a cela e os grilhões as quais já esteve acostumado, e agora funga triste em saber que voltamos a isto. Seus olhos estão marejados porque acreditou que nunca voltaria a isso depois dos dois anos que se encarcerou, aliás ele pediu que nunca mais voltássemos a isso. Desculpe eu suspiro baixo para ele, mas é necessário. Só assim eu e você podemos coexistir. Meu encarceramento também não será fácil. Somos de novo vítimas dos nossos erros e devemos pagá-los como de costume. Minha cela será como a sua, mas um pouco mais agradável, o entorpecer do meu quarto e das cobertas e dos livros. Serão eles meu mundo.

17 de out. de 2011

Futuros passados

Estranho ver ele. Tudo dentro se remexeu, se incomodou e ao mesmo tempo congelou. Parou apenas para olhar.
Vê-lo me olhar o tempo todo, me vigiar, escutar o que digo foi pior. Porque parecia fora do lugar. Eu parecia fora do lugar. Fora do lugar que sempre ocupei, ao lado dele achando graça das piadas dele. Agora olho e só vejo um menino no lugar do que antes era o meu homem.
Foi estranho ver os sinais de que ele passaria mal. Porque reconheci nele o que me é conhecido. Meu instinto foi de levantar e ir, ajudar. Meu coração se apertou por dentro de vê-lo daquele jeito. Aquele era o mesmo menino assustado de oito meses atrás, que eu cuidei. Me vigiei para que não o chamasse de amor. Mas por dentro me doeu muito vê-lo daquele jeito. Meu instinto foi de cuidar. Jamais o deixaria ali, passei por cima de tudo, do que sentia, do que nos impede de ficar juntos, ali era o momento dele precisando de mim. Foi feio ver todos se afastarem e me deixarem ali. De certa forma, foi como ver que todo mundo sabia que eu que deveria cuidar.
Pior é que aquele momento derrubou minha parede de segurança, me peguei o abraçando, foi quase impossível segurar o instinto de tirar a mão da marcha pra tocar nele. Foi mais difícil ainda não olhar pro lado, não abraçar ele, não cuidar dele. Era imensa a vontade de dar colo, de cuidar dele, de ficar junto dele. Foi horrível sentir o calor que pulsava dele, aqueles centímetros que distanciavam a minha pele da dele. A curiosidade de tocá-lo e saber qual sensação teria foi foda. E o que sentia dele foi uma certa repulsa, como se fosse humilhante que eu estivesse cuidando dele, que eu estivesse levando-o para casa. Isso também me doeu. Porque eu não sentia repulsa, não sentia obrigação, eu senti que eu queria ajudar, que era de mim que ele precisava. Mas pelo canto do olho vi que ele não gostava da posição em que se encontrava. Me peguei imaginando como a noite teria sido diferente se nós estivéssemos juntos. Parecia a cena de um dos meus livros. Voltar para casa pareceu uma eternidade, mas pareceu certo. Senti que era mesmo a hora de eu ter ido embora, porque aquele mundo a qual vivi me limitava, me prendia. Sou maior. Preciso de alguém maior, alguém capaz de me oferecer um mundo de possibilidades. As que ele me oferecia, sei de cor e cabem nos dedos da mão.  Quero alguém mais capcioso. Alguém mais maduro, capaz de programas diferentes, capaz de me tirar dali pra apenas ficar comigo. Alguém capaz de me surpreender, que saiba ser doce e gentil, que saiba me conquistar com as pequenezas. E esse alguém não é ele mais. Ele já foi esse cara, mas hoje decididamente não é mais.
Ainda assim é difícil lutar pro sentimento ir embora, expulsá-lo da corrente sanguínea e declarar que e chegado o tempo de mudar.
Essa semana será igualmente dura como a anterior, talvez eu ainda encare a tela do celular à espera de sinais dele. Talvez eu ainda pense muito, mas agora estou certa de que tudo tem o seu lugar, sua hora. A minha chegou de ir embora desse lugar.


12 de out. de 2011

Paredes sem cor.

Abro os olhos, encaro as paredes do quarto. Parece que tudo perdeu a cor que tinha. O azul de minha parede parece sem vida. Tudo parece desbotado. Tudo nesse quarto parece impregnado de lembranças, de momentos, de cheiros. Meu próprio quarto lembra outra pessoa.
Levanto e lembro que hoje é feriado, hoje é o pior dia da semana, no meio da correria, dando aulas, saindo e chegando, informações e tudo mais, não há tempo de me lembrar dele. Ficando sozinha, sem o trabalho estou refém das lembranças, dessa dor que lateja. Desse incômoda que mora no ar o tempo todo.
Desculpa, a dramaticidade sempre foi um forte meu. Talvez eu deva deixar claro de que isso tudo é o certo. Por mais que eu queira, algumas coisas apenas não forma feitas para ser. Mesmo com saudade, mesmo lembrando o tempo todo, mesmo ainda sentindo tudo o que sinto, estou melhor. Não me cobro de fazer tudo funcionar. Não estou esperando que ele apareça mais com um buque de rosas. Não estou me cobrando mais por ter deixado tudo chegar nesse ponto. Não estou mais triste por ver que não daríamos certo.
Agora continuo a sair sozinha como tenho feito, agora sem olhar para os casais e me perguntar porque ele não estava comigo. Agora apenas sinto aquela velha e normal inveja. Olho os casais se beijando e apenas suspiro. Não sinto aquela inveja maluca mais, de que ele não me beijava daquele jeito.
Parei de olhar centenas e milhares de vezes para a tela do telefone, achando que em algum momento haveria uma solução mágica. Não existe magia. Existe a verdade, nua e crua de que o amor não basta. É preciso esforço, é preciso querer, e cansei de querer sozinha. Como à muito tempo, agora olho no espelho e encaro a mesma e velha expressão, de que nesse mundo ainda não encontrei alguém que soubesse do valor que tenho, a não ser eu mesma.
Agora volto para o meu canto, para o recanto que sempre vivi. Olho as paredes, continuam sem cor. Melhor seria se eu voltasse a dormir.

30 de set. de 2011

Minha alma.

A alma é a mente do corpo. Na sua essência encontro as perguntas e o suave farfalhar das folhas que trazem as respostas. Mas elas nunca podem ser lidas. No vento e sob pouca luz, elas ainda permanecem num linguajar distinto e estranho, como se as letras fossem símbolos das quais eu não soubesse o significado. Hoje minha alma é triste. E embora haja tristeza, nela também há esperança. Dentro de todo sofrimento há uma lição. E muitas vezes a alma deve ser ensinada. Deve ser relembrada dos conhecimentos que nela adormeceram desde sua última encarnação. Talvez seja esse o nó de todo problema. Minha alma ainda está apagada. Minha alma é velha. Desejosa dos poderes de sua libertação. Talvez por isso eu tenha desejado a morte tantas vezes nessa vida. Quando o fim viesse, a neblina que tampa minha alma se desfaria e ao menos pelo piscar de um segundo eu poderia sentir a tão desejada paz que procuro.
Todos os anos as pessoas pedem ao chegar no novo ano, elas pedem por amor, elas pedem por dinheiro. Há alguns anos tenho pedido paz. Mas uma paz de alma. Uma paz de essência. Essa paz que vai me trazer a força para enfrentar o que deve ser enfrentado, mudar o que deve ser mudado, ter paciência quando não for o tempo certo, ter força para esperar o tempo e a sabedoria de conseguir discernir tudo. Talvez eu precise de um retiro. Talvez seja na meditação que minha alma irá de descongelar lentamente dos sofrimentos deste mundo. Talvez minha alma esteja sedenta do que lhe privo.
Talvez não haja nesse mundo a minha resposta. Talvez nesse mundo só haja a busca. Talvez a busca seja mais importante que o objetivo em si.
Enquanto durmo aos sons e o palpar das leves lágrimas que derramo, sinto que é chegada a hora de me recolher. De separar um tempo para que sozinha eu possa me buscar. Para que o meu corpo seja templo da alma que carrega e da velhice que a encerra. Para que eu seja merecedora das respostas. para que eu descubra aonde devo chegar, aonde devo ir.
Assim como essência, minha alma também é fugaz e indomável. Segue seu rumo, escolhe seus precipícios e suas cordas, eu apenas sigo os instintos que aprendi a respeitar.
Hoje meditarei. Irei orar pela iluminação. Pelo lugar que a alma descansa e se guarda.
A alma pensa pelo corpo. A alma sente pelo corpo. Hoje minha alma irá dormir, o sono que necessita.

Meus dias nublados...

Amanhã vou cancelar. Não estou no humor hoje e provavelmente não estarei amanhã. Me sinto um adereço hoje. Quanto eu me esforço, mando mensagens, sempre digo onde vou e o que faço, nunca recebo nada de volta. Tenho que entrar na internet pra saber das coisas. E isso me magoa muito.
Enquanto eu me preocupo para fazer o nosso mundo rodar, eu me sinto um adereço do dele, um enfeite.
Tenho pensado muito, e apesar de querer ter muitas esperanças, eu não tenho mais. Acho que as coisas estão começando a se estabilizar. Estou tentando voltar a sonhar com a gente, mas não consigo. Me sinto triste. Tenho sentido mais vontade de fazer coisas sozinha. Cada vez mais. Isso nunca é bom sinal. Hoje me vi não chamando mais para fazer coisas comigo. Pensei que ele ficaria lá calado, uma hora pediria para ir embora. Então ele acabaria com minha noite, porque precisava falar com minhas antigas amigas. Cada vez mais é difícil colocar ele na minha como antes eu queria. E antes eu queria tanto. Agora canso de tentar sozinha.
E o que isso me leva? A nada na verdade. A nenhuma resposta. A nenhuma solução. Agora não sei mais o que fazer. Isso me parece uma trava. Parece que minha vida para nesse ponto.
Continuo sem saber direito o que sinto. Tento me convencer de que ele se importa, mas não é isso o que ele me mostra.
Odeio sentir ciúmes, isso me corrói por dentro pior que o veneno mais tóxico desse mundo. Na verdade nunca tive ciúmes. Mas ali está, tudo o que me dá ciúmes. O fato de ele não me informar nada me dá mais ciúmes, daquela menina saber antes de mim. Logo ela, aquela que é sempre a que me dá ciúmes. Porque ele visita as fotos dela, ele comenta as fotos dela. E isso me tira do sério. Como se alguma forma ele tivesse uma atração por ela e eu sinto por dentro que é verdade. E que ela sente por ele é óbvio até para um cego. Me fervo de ciúmes.
Talvez isso me indique de que alguma forma sinto algo, mas o que? O estranho sou logo eu, analista de mim como sou, não saber. Gosto dele. Mas sinto como se ainda não fosse a hora da gente ficar junto. Como se eu talvez o estivesse preparando pra outra pessoa. E eu tenho medo de que ele a encontre e eu fique só antes. Talvez por isso me bata uma vontade injustificada de sair correndo primeiro.
Talvez o erro esteja o tempo todo em mim. Sou muito exigente e procuro por algo pronto que se encaixasse comigo quase que por mágica. Que me fizesse surpresas. Não sou o tipo de mulher que você tenha que gastar muito dinheiro para fazer surpresas. Ligar, mandar aquela mensagem, são coisas que me amolecem mais que manteiga. Aquele 'eu te amo' numa hora inesperada. E eu tento tanto fazer isso. Mas nunca ninguém fez. Eu ainda sou aquela garota à espera de um milagre. De alguém com atitude suficiente pra ser mais atitude que eu. Atitudes, algo que faço demais.
Eu ainda sou aquela menina romântica, que não consegue não ser romântica, que olha os casais na rua e suspira com aqueles casais que dão beijos sinceros, de olhos fechados, cujas expressões são de que ali, do outro lado da boca, ali está seu mundo perfeito.
Nunca fui o mundo perfeito de alguém. Nunca recebi surpresas, pra dizer a verdade nem festa surpresa nunca tive. Eu sou a pessoa que faz tudo e sempre. E eu sonho com isso todos os dias.
E debaixo disso tudo sou frágil, sou boba. Sou simples, e conquistada pelas simplicidades. Ele me magoa com uma facilidade incrível, na verdade agora vejo que me deixei vulnerável por ele e agora ele me machuca por tão pouco. Ainda quero as simplicidades. Por aquele olhar diferente. Por aquele jeito diferente de sorrir. E até pelas palavras bobas que o outro teima em me dizer.
O outro não sabe das asas que meu coração tem. Meu coração deve ter nascido no meio das palavras e dos livros doces, de histórias de amor que não existem mais, de amores impossíveis no nosso mundo mas possíveis no mundo dos livros.
Meu coração é imaginário.
E hoje dorme apertado e chateado, cheio de lágrimas contidas nos olhos, se sentindo desprezado e rezando para que um dia ele venha a se desabrochar por alguém nesse mundo. Porque até hoje, ele foi tocado, mas continua a se recusar a se abrir por tão pouco esforço.

26 de set. de 2011

A chuva veio lavar a minha seca...

Fim de semana. Eu não vou negar que tudo o que eu queria era mesmo ficar deitadinha em casa. Mas algo me fez aceitar a ideia de passar um fim de semana diferente. E aceitei. Não que tudo tenha sido flores, mas foram bem perto. Sinto que aos poucos ele tem conquistado meu perdão, minha vontade de começar tudo de novo, de não desistir da gente. Muito aos poucos devo salientar.
Gosto da maneira como ele me toca e como meu corpo responde. Nunca me canso de transar com ele. Meu corpo nunca se cansa. Gosto da maneira como ele dorme com a mão debaixo do rosto. Gosto como mesmo dormindo ele sempre quer estar perto, me abraçar, fazer meu corpo saber que ele está ali. Gosto como temos aumentado a abertura entre nós de falar sobre tudo. 
Não, ele não é perfeito. Mas pensando bem, eu também não sou. E sinto crescer o afeto que antes eu via morrer. Hoje vejo as mensagens em meu celular de pessoas que querem me ver, me ter, me possuir. São claras as mensagens de que se eu quiser, posso ser livre. No meio disso tudo aprendi que, realmente, ser livre nunca vai ser difícil para mim.
Minha alma é do mundo, ser solteira é como natural, apesar dos anos em que desejei o contrário.
Mas agora, vejo possibilidades, vejo carinho, vejo que ele se desloca da mesa pra sentar ao meu lado. Vejo eu começar a ser espontânea e fazer o que dá vontade.
Noite passado eu pedi ao meu anjo da guarda (esse ser maravilhoso e misterioso que guarda minha vida sempre) que desse a ele alguns momentos de sono. Meu coração se parte de ver que ele não dorme tranquilo. Sentiria um prazer enorme em vê-lo roncar.
Esse noite peço imensamente, que por acaso ou não, que ele faça de tudo pra ganhar meu coração de vez. Não desejo ser de mais ninguém, mas não posso dá-lo de graça de novo!

12 de set. de 2011

E o vento pode te trazer, mas também pode te levar....

Quem me dera as pessoas pudessem mudar simplesmente porque desejo isso. Porque de verdade, gostaria de ver isso acontecer. Hoje durmo com raiva, com muita raiva, de ter cedido a uma regra de ouro minha: jamais dê uma segunda chance, se alguém não soube aproveitar a primeira, estragará tudo na segunda.
Vejo lentamente o que sinto ir morrendo, sem a água as flores murcham, ficam irrecuperáveis. Se antes ele não sabia o que sentia, agora quem sente graves dúvidas sou eu. De alguma forma estou completamente convencida de que os sentimentos dele são pequenos e poucos, algo como "o amor que tu me deste, era vidro e se quebrou, o amor que por mim tinhas, era pouco e se acabou".
Agora, deixo nas mãos dele as decisões. Se ele me procurar, se ele quiser fazer isso funcionar. Se ele estiver disposto a propor coisas, a chegar com a ideia de algo que possamos fazer juntos, porque me parece que as minhas propostas são uma forçação de barra.
Me sinto burra, como alguém que apesar de ver a impossibilidade de sua aposta, aposta assim mesmo.
Não entendo o que mais posso fazer, como fazê-lo entender o que ele deve fazer. Se ele me perguntasse o que eu acho que ele deveria fazer eu diria "acho que vc deve pesar se gosta de mim o bastante pra fazer as coisas diferentes desta vez, se quer fazer com que as coisas façam sentido, se quer fazer de mim sua namorada de verdade ou não tem jeito mais".
Verdadeiramente, não consigo mais brigar. Essa energia tem me imobilizado. Me sinto a chata, a implicante, por me esforçar tanto para que esse relacionamento seja real, porque até agora tem sido uma sombra que as vezes fica mais clara e as vezes, escurece. Não mentirei que tem melhorado. Que conversamos mais. Mas as sementes das palavras cruas e venenosas estão aqui todo momento. Um dia duvidei, essa dúvida morreu e agora nasceu outra em seu lugar. Agora fico aqui, sentada em frente à mesma tela me perguntando apenas "ainda vale a pena ou você apenas insiste? E se insiste, porque?"

6 de set. de 2011

Um dia a vida vai melhorar...

Tah, não reclamo e nem agradeço das calmarias que minha vida, por ventura, atinge. Porque os pequenos ventos as vezes viram tufões,  eu chorei bastante nesse último. Ainda não tenho certeza se o que fiz foi certo. Ás vezes eu gostaria de saber mais, ter mais certeza de que estou certa. Mas essa certeza não vou ter.
Enfim, voltamos. Não vou mentir de que um certo alívio se instalou quando decidi terminar. Porque aquelas brigas, continuar sofrendo estava me matando. Mas ainda restava uma dúvida, porque eu sonhei tanto que ainda me questionava se havia alguma forma de consertar tudo.
Ele pediu, eu consenti. Foi coisa assim. Não, não voltamos ao que era, algumas coisas se quebraram. Agora não acredito tanto mais em nós, não acredito em "pra sempre" mais. Agora parei de sonhar, de achar que a gente pode sonhar com alguém pra vida toda. Aprendi que isso machuca muito quando a gente briga, que faz a gente assistir esse sonhos desvanecendo no ar e chora sem saber o que fazer. Agora vou ficar com ele, se der certo, bem, se não, vou tocar a minha vida.
Também aprendi outras coisas com esse término de 2 dias. Se eu quiser terminar com ele, vou sofrer mas vou sobreviver, ninguém é insubstituível, é possível seguir com a vida. Eu achava que seria mais difícil, mas parece que as minhas experiências anteriores me mostraram isso. É possível sim. Não que eu queira. A diferença está toda ai. Eu escolhi que quero ficar com ele, ele já me fez tanto feliz, e podemos ser de novo (eu acho).

Agora parei de ser tão romântica, não quero mais sentir aquele amor maluco maior que eu, porque foi nele que eu me perdi, fiz o outro acreditar nesse amor e foi dolorido ver o outro gozar do meu amor, como se eu não fosse capaz de largar ele nunca, que seria capaz de ficar sofrendo por não conseguir largar o outro. Não vou mentir que as palavras dele ainda estão aqui, todas comigo, dormindo e me fazendo pensar todos os dias. Elas me fazem duvidar do que eu não duvidava mais. Agora eu não tenho mais certeza do que ele sente. Agora faço o que meu coração tem vontade de fazer, mas ele sempre tem medo, de estar se mostrando pra alguém que não o quer, que não vai cuidar dele. Sensação que tenho o tempo todo.

Agora é tudo vento, agora nada mais de planos, agora eu vivo o hoje.
Bem: Rent - Life Support
""Look, I find some of what you teach suspect
Because I'm used to relying on intellect
But I try to open up to what I don't know
Because reason says
I should've died three years ago
There's only us
There's only this
Forget regret or life is your to miss
No other road
No other way
No day but today"


Mas não deixo de escutar umas músicas que eu bem gostaria que fossem verdade.
"Você contou pra galera toda que se apaixonou por mim
Mas não tem certeza do meu sentimento não sabe se eu tô afim
Que foi que deu em você ?
Será que não percebe em meu olhar
Na minha paixão e no beijo meu
O que eu faço pra você acreditar
Na minha paixão e no beijo meu
O que eu faço pra você acreditar

Eu te amo eu te adoro
Eu faço tudo por você
Meu coração é seu
Esquece o medo e vem
Não tem perigo de me perder meu bem" Jorge e Matheus


Eu espero que durante os próximos dias e meses, eu esteja errada, que as coisas melhorem, que eu volte a sonhar mais (coisa que sempre gostei e faz parte do meu ser). Gostaria de não me sentir pessimista mais. Gostaria de ser cuidada. Mas não vou esquecer de me cuidar nunca mais.

29 de ago. de 2011

Medo de não sentir a falta dele, medo de não ser sentida a minha falta..
Medo de me acostumar com a falta dele, medo de ele nunca me procurar.. acho q de tanto medo, vou deitar, esquecer dele e tocar minha vida..

03:01 de segunda...

Meus post estão acontecendo em horários cada vez mais bizarros. Meu sono desaparece muito fácil ultimamente. Me sinto mais aliviada hoje por ter conseguido dizer tudo, até as coisas que eu sei que não gostei de dizer e que ele não gostou de escutar. Tudo que me espeta. Gostaria que ele quase que por mágica lesse isso, mas sei que não se importa mais. Aliás, esse é meu jeito de me defender das decepções que o silêncio dele me dá. Não sei o que pensa, nem o que sente. Mas sem saber, vivo na agrura da dúvida. Pela dúvida, troco pela minha certeza de que não, não sou e não tenho a importância que dou a ele. Assim, fico mais certa, mais clara, mais triste mas me sinto mais eu, um velho eu que não gosto de ser mais.
Vou dar a ele o tempo para que ele se sinta confortável. Meu medo então agora se converte em outro problema: ele vai insistir em fazer essa concessão? A desistência tem sempre sido um padrão na  minha vida, e realmente, porque não desistir desse problema, achar alguém mais fácil, que cobre menos?
Para isso, não tenho solução, sou intensa e exagerada. Mas ao menos se ele desistir, vou saber que fiz o que podia e o que não podia, avancei sobre alicerces antes formados por anos de merdas e terapia, porque achei que valia a pena. Eu achei, nunca tive certeza. Talvez muito em breve eu veja que não vale. E me arrependa muito. Temo que isso seja verdade.
Na realidade me sinto quase adolescente, insistindo em algo que parece mirar certeiro por um buraco no meu peito velho. Me sinto velha, me sinto tão mal comigo mesma que estou novamente cometendo atrocidades comigo, por outras pessoas. E nem vou achar ruim porque faço isso sempre, não é novidade, é quase minha especialidade. Me sinto repetindo um momento claro do ano passado, e do re-re-trasado.
Sinceramente, todas soluções me parecem machucar. Essa espera pra que ele consiga andar comigo e por mim. Sem cara feia, pra fazer dar certo. Essa espera, como vai ser? Vai me comer viva como tem feito esses dias.  Me odeio por não ter paciência, por machucar ele sem nem ver, mas é meu coração tentando se proteger. Ou terminar agora (coisa que por mais que minha razão já tenha me pedido, me feito imaginar como seria, me feito entender de que no fundo vai ser melhor, meu coração teima que jamais irá fazer, acha que não vai achar mais ninguém como ele e que se acostumou com tudo dele pra desistir agora, e até grita como criança birrenta de que simplesmente não faz). Nesses momentos em que a razão me domina na madrugada e me impulsiona a escrever, sinto até uma certa enorme vontade de chorar. Porque me machucar novamente, depois do retiro de quase seis meses do ano passado, após tudo que passei, é quase um retorno ás drogas de um viciado pós-rehab.
Mas a razão há de concordar comigo, que o sentimento é inteiro e completo, mesmo sem conhecer gosta dele de um tanto, tem uma sinceridade que nunca eu havia experimentado. Uma normalidade nova. O sentimento ama ele. O sentimento voou longe nas asas da imaginação, quis casar e ter filhos, quis ser normal. Amou ser normal. Mas a razão não vai deixar que isso permaneça muito tempo, ela vai me priorizar. E nesse momento da madrugada, sinto que aos poucos, a razão vai devorar e vomitar esse sentimento. Jogá-lo no lixo. As coisas num futuro próximo me prometem nada. Avisto tempo de dificuldades, merdas, e quem sabe, novos discursos dos meus demônios contidos tentando me re-convencer de que essa vida a dois nunca foi e nunca será pra mim. De que a solidão é quase um destino. Essa ladainha velha que eu conheço e de que no fundo, meu coração hoje corre disso, sabe o que isso nos faz. Mas que de certa forma, ainda me convence. Sou eternamente tendenciosa ao pessimismo.
Agora estamos sentamos todos aqui, meus demônios acordados, me espetando, falando tanta merda ao pé do ouvido que vou chorar mais tarde, até dormir. Me sinto infeliz. Tanto quanto em poucos meses me senti feliz, agora me sinto miserável. Um trapo, um lixo de ser humano.
Volto pros meus lugares obscuros, pras minhas velhas perguntas, de que até sei o quão especial e foda eu sou, o quão eu seria uma garota pra casar, mas porque isso não acontece? Porque comigo é sempre difícil, impossível, e as pessoas se não me exploram, simplesmente não me dão valor? Porque insistir na minha personalidade quando ela sempre me machuca assim? Será que eu vou ter que deixar de ser eu pra ser normal na vida? Dá vontade de ir fazer um retiro de 3 anos no Tibet, virar enfermeira na África, essas idéias loucas que já tive. Ao menos vou morrer sabendo que fiz alguma coisa que preste. E não ouço a minha imaginação e suas futuroses loucas.
Avisto tempestades, avisto que as coisas não hão de melhorar, meus medos agora se dobram de tamanho, agora, nesse segundo, temo que ele me traia, me troque, me ache um problema, não lute por mim quanto isso na verdade nunca aconteceu. Ninguém lutou por mim.
E sinceramente, vou concordar agora com a lágrima que me embaça o olho esquerdo e o discurso do meu demônio pessoal favorito: será que alguém um dia vai? Dormir chorando parece a sensação do verão. Amanhã vou tentar acordar pra tocar minha vida, que no momento, parece vazia e sem sentido... E eu só tenho ela, aparentemente. Vou ter que ficar com ela então.

24 de ago. de 2011

2:18

Sim, são 02:18 da manhã de quarta. Gostaria de achar que o motivo que eu tenho pra estar acordada é o bastante, mas na verdade não é. O problema todo está aqui dentro da minha cabeça. E é por isso que eu estou a essa hora acordada. Porque o mundo inteira povoa a minha cabeça, por tantos problemas que eu gostaria de resolver. Escrever sempre me ajudou, hoje vai me ajudar.
Talvez o maior deles seja o meu romantismo. Creio sim que ele seja um problema. Meu coração bate de forma diferente, em desejo de um amor maior que eu, um amor que me reconheça como pessoa. E talvez eu insista demais, talvez eu queira demais sentir isso. No final das contas, sou apenas aquela garota assutada querendo ser amada, não importa o quão diferente eu seja agora, aquela menina ainda está aqui. Talvez por isso eu me agarre tão forte à possibilidade de ser amada. Talvez eu me esforce. E por tantos talvez, eu ainda estou aqui, em frente à mesma tela, sabendo que isso não aconteceu.
Hoje escutei da minha mãe que ela quando quis achar alguém, ela procurou alguém que tivesse estabilidade financeira. Pode parecer mesquinho, mas a entendo. Problemas financeiros realmente acabam com o casamento.
Pode parecer pequeno e até vergonhoso, mas eu só queria alguém que me amasse da maneira correta, alguém que me olhasse como quem diz com os olhos que eu sou tudo o que ele precisa. Alguém que me abraçasse, que quisesse ficar horas conversando, que desejasse apenas estar comigo e nada mais. Num mundo onde é tudo tão descartável, eu quero ser durável. Tento tanto ver no outro as suas originalidades, tento valorizar suas particularidades, e no fundo vejo que ninguém consegue me ver, sou complicada e tão simples. Sou transparente e ao mesmo tempo, imprevisível. E por falar tanto, resolvo pouco.
Gostaria de que o outro se importasse, fosse capaz de loucuras e desventuras comigo e por mim. Gostaria que o outro lutasse por nós, para que os nosso defeitos não se chocassem. Para que acime de tudo, eu o amasse em tudo e me sentisse amada.
Dizem que os nascidos no signo de peixes vivem sua última encarnação. Entendo isso como uma espécie de desafio a viver o que ainda não foi vivido. Talvez de tudo o que tenho vivido, nada me é mais desconcertante que o amor. Nada me é mais complicado e tão simples. Nada me é mais desafiador. Nada que eu deseje mais. Nem a tal estabilidade financeira. Desculpe mamãe, quando discordo. Talvez a sua sinceridade hoje tenha me chocado, por ter me dito coisas impactantes. Ainda não desisti.
Hoje então me é difícil entender que talvez isso não me vá ser possível. Ver a chama que outrora fora tão forte, agora fraca e sem vida. Em tantas vezes que sofri por amor e por tentar tão fielmente tê-lo, cometi erros. Cometi atrocidades comigo. Me levei a lugares assombrosos e desesperadores. Senti a dor física que a perda do amor traz, para então entender que o amor é mais que tentar. É uma troca sincera, é um compromisso de sentidos. É se perder no outro, além do físico, até a alma. Entender o que o outro diz sem palavras. E por crer tão fielmente nisso que me esforço. E por me esforçar, falho. Falho comigo. Porque me esforço por dois, tento amar por dois. Essa ideia lírica do amor mais que perfeito, num português velho de livros empoeirados, tem me ferido aos longos dos anos. E nem por isso eu tenho desistido. Aliás, jamais desisti. Mesmo nas lágrimas de madrugada, quando clamei e gritei com esse coração fraco e burro, ele teima me dizer que tal coisas exista. Não sei se existe. Não deixei de crer. A pequena e leve chama permanece acreditando, não importa o quão pequena ela seja. Ela sabe, ela crê mais do que na existência do próprio Deus, ela ainda crê que nas folhas de meus cadernos perdidos, nas páginas de meus livros queridos, que essa tristeza que sinto, ela há de ser curada com a brisa suave dos novos amores, dos amores que perduram, dos amores inacreditáveis. É essa mesma chama que me impede de dormir, pois ela não me deixa estar triste. É essa mesma chama que me fez procurar esta noite pelo consolo do tema de amor do filme de romeu e julieta, de Nino Riota. Aquele antigo, que soa verdadeiramente como a maior história de amor já vivida.
Não hesitaria em dizer que apesar do fim trágico, eu a teria vivido.
A diferença entre os outros seres humanos e eu, é essa antiguidade da minha alma. Do meu jeito de apreciar o mundo. De achar que o amor correto não é escolhido. De ele acontece, como no piscar de olhos de duas pessoas no metrô.
Talvez meu erro seja no fundo, achar que eu seja capaz do maior amor do mundo, mas incapaz de ser amada com esse mesmo amor.

7 de ago. de 2011

Boa dia minha flor...

"Ela abriu os olhos e lá estava ele, dormindo calmamente sob a fina luz do dia que começa a nascer.  A cama ainda estava morna e confortável, e o braço dele descansava apertando o corpo dos dois, na mesma proximidade que a levou naquele sono leve da noite anterior. O único som era o da respiração dele, tão ritmada, tão suave transmitindo a suavidade do sono que ele estava. Durante aqueles segundos ela aproveitou e se deixou observar tudo aquilo que estava logo em frente, calmamente dormindo. A cicatriz na sobrancelha direita, o jeito como o lábio superior dele é maior que o inferior. O jeito como o queixo dele se projeta pra frente, e as pintas que se espalham pelo rosto e corpo. A barba mal feita fazia um ar justo. A calma que agora se instalava nele, apenas o som da respiração dele, e aquela luz afável. Magicamente ele abriu os olhos e ela não pôde deixar de sorrir agora que aqueles dois olhos castanhos avelãs estavam olhando para ela. Era como se a própria felicidade estivesse olhando ali."
Sim, bom dia meu amor...

2 de ago. de 2011

Lights will guide you home...

Hoje é um daqueles dias que o fardo mental pesa forte em minhas costas físicas. Meu cansaço me consome mas não me adormece. Tudo parece me afogar com os outros milhões de problemas, me sinto afogando lentamente num desespero de quem sabe que não há outra solução do que se deixar afogar.
Talvez seja diferente porque dessa vez me sinto como alguém que tem algo a perder, alguém que tem planos das quais não quer se desfazer. Alguém que pela primeira vez não aceita ser tomado por tudo e não quer ceder do que conquistou.
Meu corpo quer ceder a esse entorpecimento. Mas não tenho forças para emergir.
Observo debaixo d'água a luz que me guia acima...

28 de jul. de 2011

Ai que saudade

Ai que saudade que eu tenho, do tempo onde a vida era farta de si, onde a preocupação era leve e não atrapalhava meu sono. Ai que saudade do tempo onde eu sonhava mais fácil, tudo parecia tomar minha mente, eu era feliz.
Hoje meu sono é pesado, sonho com apartamentos e carros, tenho pesadelos com desemprego e fracassos, sonho com o emprego que me faça feliz e me dê dinheiro. Penso em viagens que nunca fiz e quero fazer. Sinto falta do meu homem me abraçando a noite para fazer meu sono sem sonhos.
Ai que saudade que eu tinha do tempo em que vovó dizia...

14 de jul. de 2011

Meu romantismo bobo...

Esses romances que leio. Eles me dopam, me envolvem, sonho com os personagens. Sou assim, uma romântica irreparável. Sei que não aparento mais, deixei meu romantismo pra mim. Acho que desisti um bocado do amor do jeito que eu achava que tinha que ser. Desisti de ser surpreendida com as coisas bobas que os românticos sonham.
Mais ainda que eu tenha desistido de me mostrar, ele ainda está lá. Nos meus sonhos. No jeito bobo como leio esses livros quase adolescentes. Eles são como uma droga, fico dopada o dia todo, imersa no mundo onde a mocinha sofre mas não desiste de amar o mocinho, que bonito e elegante, também escolhe amar a mocinha no final. Como se as dificuldades que eles passam fizessem sentido para que eles lutem pelo amor.
Agora pra mim, isso é realmente uma droga poderosa. Porque me faz quase chorar, ansiar com todas as forças pelo tipo de amor que a gente acha que vai durar pela vida toda.
E eu invejo as garotas que ganham flores, porque naquele momento as flores fazem a gente perder o fôlego. Mas não são as flores, são as luzes que surgem nos olhos do outro quando ele te entrega as flores. Como se ele estivesse louco pra ver a sua reação.
Eu invejo as garotas que podem seguras os rostos dos namorados a meia luz do fim de tarde de um domingo, abraçados na cama, ela encara os olhos dele com a leveza de quem procura as respostas do universo e se apaixona por cada linha que a íris dele tem.
Eu finalmente invejo quem ainda consegue expressar seu romantismo. Eu tenho reservado o meu todo pra mim, pras páginas do livro de hoje, cujo mocinho, loiro, cor bronzeada, arrogante, cheio de marcas cicatrizadas dos caçadores da noite, cujo amor impossível, talvez eu vá sonhar, é nos braços dele que eu escolho dormir esse noite.
(Série Os Intrumentos Mortais - Cassandra Clare)

13 de jul. de 2011

A beleza dos ventos dentre os bambuzais

Dentre as chuvas torrenciais de fim de tarde, o frio que as gotas de água passam por minha pele, e o céu cinza aclarado de um sol que não consigo ver por entre as nuvens de chuva. Ali estava eu. Sentada, escutando o som dos pingos de chuva nas poças que agora se formavam, minutos após o início da chuva. Sentia pouco a pouco as gotas de água invadirem minha roupa e transmitir o frio que carregavam,
Naquela cena de paz, ouvindo o som do silencio por dentre a mata, agora silenciada pelas sons próprios das nuvens, meu rosto era impassível. Estava sentada no chão, meu desejo era meditar. A chuva parecer aos poucos tocar na minha alma, e lavá-la por completo.
Eu ansiava por paz, nunca antes a sensação da chuva havia me dado tamanha paz. A paz de uma alma lavada, um corpo encharcado de paz. Aos poucos as gotas deslizavam por entre meus dedos imóveis, pelas dobras de meu casaco, meus fios de meu cabelo. Pareciam preencher de frio e calma tudo a volta.
Tive que me deitar, a sensação pareceu convidativa. As gotas caindo em meu rosto pareciam uma leve massagem, feita com pontas dos dedos. Meu corpo parecia pertencer à terra, à água, parecia compreender tudo a volta e ainda sim se calar. Com a mesma clareza que os monges budistas, meu silencio era dhyana. Minha paz era dhyana. Eu era dhyana. Tive que despertar do meu momento, aproveitar e sentir tudo o que até aquele momento me era ignnorado. A frieza da chuva, pareceu me surpreender, e ainda sim me fazer pertencer a ela.
Sentei-me, pus-me a refletir. Tantas vezes quis sentir amor, mas não o pude por o desconhecer. Aprendi então a me amar. Quis sentir paz, mas não compreendia o que ela significava. Tive que me perder em mim mesma e aprender a meditar. Na verdade, o amor, quando o senti, me pareceu paz. A paz me pareceu inflamada de amor. O coração de uma mulher as vezes pode ser um campo de descobertas a ela mesma. Descobri a mim mesma, várias vezes e todos os dias. Me conheço e me apaixono por todas essas descobertas. Pela capacidade que tenho de vencer, pelos medos, por me descobrir sempre forte, mas capaz de ser frágil e reconhecer minha fragilidade. Sou grande, mas nos braços de alguém que amo me sinto me pequena. Sou observadora, mas também agente.
Nessa chuva, agora a única coisa que lembro são os olhos dele. Aquele tom avelã, castanho, uma cor de madeira escurecida e nunca antes me fora mostrado. Nunca antes havia notado tão beleza em outros olhos. Nunca havia parado para notar olhos. Meu desejo em vê-los é imenso porque sempre me sinto congelada, tudo parece sumir ao redor quando paro para observar os olhos dele.
Talvez a beleza do mundo caiba nos olhos de alguém. Talvez meus olhos possam ser assim. Agora me levanto da chuva. Já é hora de voltar para a casa, embalada pela paz e leveza daquele meditar. Ao lembrar dos olhos, sorrio. Nunca a paz do meditar acalma meu coração da paz que aquele olhos me dão.

5 de jul. de 2011

Tenho pensando bastante nesses últimos dias. Nada muito crítico. Mas é fácil fazê-lo quando a calmaria se instala. Nunca fui muito fã das calmarias. Dessa vez é uma calmaria bem vinda, depois de muitas tempestades e ressacas. Me sinto numa paz que me permite ver os pontos perdidos ao longo da linha costura dos anos.
Sinto falta da minha espiritualidade. Sei que este ponto já meio que foi concluído, mas ainda falta me aprofundar naquilo que escolhi.
Ainda tenho muitas coisas a fazer. Quero aprender a tocar um instrumento. Fazer um curso de culinária (aprender a ser uma gordinha tensa profissional). Cuidar mais do meu corpo.
Aos poucos estou tentando abordar todos esses pontos. Ter essa paz que tenho me parece se ruma base sólida pra começar a ser algo que sempre quis. Construir o meu caminho, seja ele qual for.
Nunca pensei que a calmaria nos fizesse refletir no caminho a ser seguido.

3 de jul. de 2011

Pensamentos soltos no ar..

De todos os meus medos no mundo
eu temi que ninguém pudesse me ver
De todos meus momentos sozinha
eu chorei e rezei várias noites
O medo de ser só me fez cega
Os livros que li me fizeram desejosa
De que alguém no mundo pudesse me ver
Meus medos mundanos me fizeram esquecer
De que o amor é cego
Ele não vê os defeitos que vejo
Ele tem olhos cor de mel
parecem refletir um caramelo doce e profundo
O amor é surdo, e como os surdos ele escuta
Pelo tato ele descobre as vibrações do meu palpitar
O amor é mudo mas seu sorriso calado
parece me dizer que já me conhecia

De todos os meus sonhos no mundo
Um dia eu sonhei, que meu coração fosse leve
que minha canção fosse suave e silenciosa
e que o mesmo sorriso que eu esperava ter
se estampasse no rosto de quem ama.

De todas as emoções no mundo
Eu desejei ser feliz
de coração aberto, leve e fresco
como a brisa da casa a beira mar
e com o mesmo ritmo do som da ondas que quebram
e com a mesma paz do mar que avança e volta.

Meu coração quer ser mar, quer se expandir
quer se levantar, quer se derramar.
Meu coração é um bicho indomado,
que teima, esguincha, esperneia.
Meu coração é beijo roubado, na esquina de casa.
Ele também é aquele chocolate quente da avó.

Descobri que antes de tudo, antes de ser triste
antes de ser grande, antes de ser amante,
antes de ser mulher, eu nasci pra ser amada
em toda complexidade de meu ser, com defeitos
com aquele dente quebrado que ninguém nota,
com os cabelos enrolados e espetados,
com a brancura de minha pele que parece temer a luz,
grande que sou, pequena que sinto.
Meu desejo sempre foi ser mulher
ser um sorriso, ser um silencio.

Descobri que meu sorriso é genuíno
minha fome, luxuriosa de ser,
meu desejo é transparente e impalpável.
Aonde quer que minha mente vá, ela se perde numa única opção
a de que todas as novidades que já tive na vida
ser feliz foi a melhor delas.

28 de jun. de 2011

Meu chão e meu ar...

Chega de falar de namorado... rs...
Hoje vou falar de algo que tem apertado meu coração tem alguns dias. A avó da Mirna morreu e meu irmão foi na cartomante que lhe disse que meu avô está se despedindo da gente, que ele não quer mais estar aqui. E isso anda me doendo o peito de um jeito que chega me tira o ar. Fazem cinco anos que meu avô mora comigo. Fazem 20 anos que moro perto dos meus avós. Todo dia passava na casa da vovó, pra comer alguma coisa gostosa que ela costumava fazer (algo que com certeza vou levar pra vida de gordinha tensa, sabendo que foi ela que me fez gordinha com seus biotônicos e gemadas, porque criança tem que ser gordinha), ou até pra subir na escada, que ele ligava me pedindo pra ir, falando que ela tinha que morrer mesmo que ninguém ligava pra ela, caso eu dissesse que não podia. Tive avós maravilhosos de ambos os lados, mas morar na mesma rua que os avós maternos é diferente. É escutar a história de como eles se conheceram. É saber o que meu avô gostava de comer. É decorar os hábitos deles, saber que depois do almoço eles iam tirar uma soneca (foi com eles que aprendi a dormir depois do almoço). Minha vida está permeada de lembranças da Dona Ivone e do Seu Carlos.
Eu passaria horas descrevendo tudo o que aprendi com eles. Vovô amava caminhar pela W3, ir a pé em tudo o que era lugar. Vovó cozinhava com um pano no pescoço. Vovó me ensinou tudo o que sei de cozinha. Vovô me colocava pra trabalhar de coroinha da Igreja, organizar o dinheiro da oferta, organizar as hóstias. Com ele também visitei doentes para levar a hóstia sagrada. Vovó me ensinou a costurar. A ser rápida na cozinha. Eles me moldaram em tantas formas que jamais vou poder escrever tudo.
Então, vovó ficou doente depois da morte do meu Tio Catonho (Carlos Antônio). Foram duros dois anos em hospitais. Vivi toda forma de situação com ele. Até troquei fralda. Vi convulsões. Mas meu avô sempre teve um coração fraco e uma saúde mais fraca ainda. Todo mundo imaginava que ele fosse ir primeiro. Depois da morte do meu tio, vovó descobriu a leucemia. O médico nos disse que ela já tinha a doença há 20 anos. Insistimos para que ela não fizesse a quimio. Ela insistiu,então mais dois anos de rodadas em hospitais. Agora mais do que nunca eu virei uma mini enfermeira. Morava perto do hospital, saia do estágio ou da faculdade e ia ficar com ela. Sempre ficava por perto. Eu simplesmente não conseguia não estar ali. Todo mundo se acostumou bastante com o meu apego a vovó. Nos últimos 2 meses de vida dela, éramos somente eu e mamãe trocando no hospital. Meu tio viajando, minha tia com a boca operada e minha outra tia somente alegava que morava longe demais (o que eu acho absurdo). 
Vovó se foi e vovô veio morar conosco. Acho que ninguém sabe exatamente o que isso significou pra nós aqui de casa. Nossa rotina de adaptou ao vovô. Final de semana, quando todo mundo sai, aqui em casa alguém tem que deixar de sair pra não deixar ele só. São muitas coisas para contabilizar.  Assistir novela pra fazer companhia pra ele. Criar o ouvido sensível pra escutar um chamado dele independente de onde ele esteja. Arrumar os remédios de oito em oito dias. Sair pra comprar remédio. Levar no psicólogo. Levar no podólogo. Levar ele pra almoçar fora no domingo, porque ele gosta e ele passa a semana inteira em casa. Comprar a pizza que ele gosta no sábado a noite. Esquentar a água todo dia pra ele tomar chá a noite. E tantas milhares de coisas que a gente já faz de forma tão automática que nem percebemos. Nós mudamos os hábitos para ele e ele nos mudou. Somos uma grande família, igual a da Globo, que tem no começo tinha o avô junto. Ninguém tem ideia do quanto isso significa, o quanto isso muda tudo. 
Não no sentido de responsabilidades. No sentido de respeito, de dar boa noite (pedir benção) todo dia pra ele. Apresentar nossos amigos pra ele. Trazer o namorado para ele conhecer. Sair no meio do banho para ele usar o banheiro. Com ele aprendi o respeito aos idosos, de verdade. De saber o tanto que a vida deles é mais difícil.
Muda no sentido que temos dois pais. Porque o vovô quer saber como foi a minha viagem. Quer saber como foi o feriado quando ele estava na casa dos meus tios. Ele quer indicar um remédio para quando estamos doentes. Quer me dar um dinheirinho quando faço agradinhos para ele. Tudo acontece no meu dia a dia de forma tão automática há cinco anos. Não dá pra contabilizar agora o tamanho do buraco que vai ficar na hora que ele for.
Tento me educar, pensar no Budismo que nos ensina que cada um tem o seu tempo. Penso no Espiritismo que nos ensina que minha avó está esperando ansiosa por ele, e que de alguma forma irei revê-lo. Penso no Cristianismo que nos ensina que a morte não é o final. Mas nenhuma dessas religiões, credos, filosofias, vai preencher o tamanho do buraco no meu dia a dia que vai ficar. A saudade que vou sentir. Eu planejei tê-lo no meu casamento. Eu quero que meu avô veja meu primeiro filho. Agora, tudo fica abalado, esfumaçado, fora de foco. Não sei pensar nessa possibilidade sem segurar um choro bruto e intenso dentro de mim. Paro de escrever agora, porque eu vou chorar!

27 de jun. de 2011

Todo mundo merece...

Nem sempre se sabe contabilizar as próprias qualidades. Nem sempre as pessoas sabem se olhar no espelho e ver a grandeza de si mesmas. A maioria de nós aprendeu a se ver no espelho, ver os defeitos, aquela gordurinha que não gostamos, aquele ângulo na qual parecemos estranhos.E por isso que, como diz uma grande amiga, que aprendemos a viver de migalhas. Não sabemos o tamanho do pão inteiro que valemos.
Mas de vez em quando, muitas vezes por pura sorte, nos deparamos com alguém que nos vê grande. Que nos olha nos olhos, nos beija em toda oportunidade possível, que abre mão do seu orgulho para pedir desculpas, que nos alisa a pele como se o fizesse por ela, e não pela sensação que ele tem. Muito raramente nos deparamos com alguém que nos dá carinho sem perguntar ou cobrar de volta. Que nos liga somente para saber porque você não entrou no msn ontem a noite.
Mas humanos do jeito somos, resolvemos nos atentar para os defeitos do outro. Começamos a implicar, criar justificativas para não estar com com ele, por causa daquele defeito chato. Porque sim, todo temos defeitos. Resolvi então ser diferente. Me peguei me afeiçoando aos defeitos dele. Me peguei gostando de tudo. Já me acostumei com as cuecas feias dele. Com o fato de ele não usar perfume. De ele não fazer a barba no fim de semana. Gosto da simplicidade dele. De ele não falar o português correto. Talvez, por ele ser imperfeito, eu não me sinta tão mais pressionada a ser perfeita como eu achava que tinha que ser.
Depois que entendi isso, descobri que todo mundo merece alguém que nos dê carinho, que se importe, que faça questão, que goste de você de pijama e cabelo desarumado, que te beije de manhã cedo pra te acordar, que te ligue por saudade, que não precise falar que te ama, mas que demostra de todas as formas. Decidi que vou saber apreciar ele e me deixar levar. As vezes é tão difícil fazer isso. Pelo menos pra mim. Acho difícil me doar por inteiro. Medo bobo, agora que tenho certeza de que de nada vale a viagem se você não aproveitá-la por inteiro. Resolvi que eu mereço ser amada também.

20 de jun. de 2011

Sexo e a sexualidade

Talvez esse seja um tema incômodo pra muitas pessoas. Mas não pra mim. Eu escuto sobre sexo desde sempre, desde que me lembro de algo. A formação em orientação sexual da minha mãe é a grande responsável por isso. Não, eu não acho que seja totalmente positivo, no meu caso foi, eu soube pesar muito bem o que a vida sexual seria pra mim e não errei. Mas isso tem lá seus prós e contras.
Bom, pra começo de conversa, eu tive um problema sério com a minha sexualidade bem cedo: meu seios. Eram enormes, peitões grandes e os garotos ficavam malucos neles! Ai que raiva que eu tinha! E eu morria de vergonha deles. Tive um namoradinho de leve, mas ele ficava louco pra transar e eu, nos meus 16 anos, não conseguia nem imaginar deixar alguém ver meus peitos quanto mais pegar neles. Morria de raiva deles, eram enormes, cheio de estrias, caídos (ao menos na minha percepção), grandes demais. Eu os odiava. Com certeza isso influenciava em tudo.
Acho que as pessoas me criticaram muito quando eu resolvi operar. Mas ninguém tem a noção do que é viver com esse tipo de problema, qualquer blusa fresca vira decote. Você tem um decote permanente em todas as blusas que não são gola alta. Mesmo que você esteja de gola, todo mundo, incluindo mulheres e homens, vão olhar pros seus peitos. Sem exceção. Comprar roupas é um martírio. Biquini? Quase fora de cogitação! E eu vivi isso por 5 anos! Pode não parecer muito. Mas foi e muito. E me atrapalhou demais, inclusive na minha vida amorosa e sexual. Que era sempre inexiste ou nula (até porque eu tinha outras questões com meu corpo).
Com 19 anos meus pais resolveram me dar o maravilhoso presente da cirurgia plástica. E foi justamente no meio da faculdade. Foi o momento perfeito. Acho que nunca vou esquecer o dia em que acordei na clínica e a enfermeira me levou para tomar banho e eu olhei meu corpo no espelho e quase não acreditei! Era lindo, foi a primeira vez que eu realmente gostei do corpo que eu tenho.
Mas a minha sexualidade não começou ai. Talvez depois de operada eu comecei a cogitar a ter algo sexual com alguém. Mas acho que a minha sexualidade começou mesmo quando descobri as maravilhas da masturbação que eu considero a melhor brincadeira de todas. Na nossa sociedade ainda é um tabu mulher falar disso, mas eu acho tão natural, tão pessoal e tão bonito. Sem contar que conta mil pontos para a própria saúde porque você tem que se tocar e como a gente não olha muito pra essa parte do corpo, é fácil identificar pelo toque qualquer alteração que pode indicar inclusive uma doença. Fora que é uma delícia.
Faço disso uma prática habitual, no chuveiro, antes de dormir, depois de dormir, quando estou afim! É muito bom, o probleminha é que nós mulheres precisamos de uma combustível pra ligar o motor da imaginação. Sim, somente imaginando já é bastante combustível!
Para melhor explicar: homens precisavam ver, mulheres precisam sentir. Não tem melhor combustível para uma mulher do que estar com alguém que ela goste. Eu particularmente não vou negar que sim, podemos fazer sexo por sexo, porque estamos com vontade! Já fiz uma vez e foi bom. Mas só isso, bom. Enquanto sexo com alguém que eu gosto já foi de bom à fantástico, aterrador, maravilhoso e enlouquecedor.
Acho que sou uma pessoa aberta a experiências sexuais, gosto muito de sexo e por assumir isso e até falar disso num nível natural muitas vezes sou interpretada como uma ninfomaníaca. Bom, não que eu não seja (kkk), mas é que eu já ouvi coisas do tipo "cara, sério, sonho em transar com você". E já escutei muito. Só porque ouso falar de sexo com naturalidade, eu diria até como um homem, porque assumo do que gosto sem medo das interpretações. E todo mundo pensa que eu sou uma deusa na cama. E não é bem assim!
Não, eu não sou tão aberta assim, jamais dividir a cama da pessoa que ama com outra pessoa, seja traindo seja numa ménage. Não sou muito fã de sadomasoquismo. Nem de coisas muito bizarras. Mas tenho lá minhas fantasias. Não sou fã de totalitarismos na cama, nem de submissões totais. Gosto da troca de papéis.
De resto, acho que hoje tenho uma vida sexual maravilhosa, com sexos fantásticos proporcionados por mim (quando sozinha, porque é quase um exercício) e pelo amor que é o meu namorado (porque sim, ele sabe me agradar como ninguém). Mas talvez o sexo que eu tenho é maravilhoso porque gosto dele. E transar com alguém que a gente gosta é tããããooo melhor! rs
E viva o sexo! Rs

31 de mai. de 2011

A surpresa supreendente....

Depois dos últimos dias meu coração se encontrava soturno. Escondido em meios à escuridão das ruas, onde somente seu perfil era visível. Seu perfil e a fumaça de seu cigarro solitário. Estava assim, a espera de algo ruim que fosse pular do meio da escuridão e fazer jorrar o sangue que ainda teimava em bater. Sonhando pelo melhor, esperando o pior. Também não seria diferente, depois de todas cicatrizes.
Mas ao contrário, algo rodopiou na mão do destino e mudou tudo. Algo acontece quando você chora por alguém, algo sempre acontece. No meu caso, dei me conta de que apesar de diferente, o sentimento que venho sentido é conhecido. E não pode ser descartado mais. Eu que clamava sempre pela minha liberdade, me vi viciada num sentimento diferente e indefinível. Totalmente inédito porém familiar.
Quando o vi, foi como ver uma velha imagem, não há novidades. Mas então, quando ele tocou minha mão, algo de diferente e maravilhoso aconteceu. Uma centelha elétrica caminhou pelos meus braços e disritmou meu batimento cardíaco. Sabe quando lemos nos livros que a garota encosta no rapaz e uma espécie de eletricidade começa a fluir? Foi como se todos os livros que eu já li jamais tivessem me prepararam para o que senti. Senti exatamente no peito, uma centelha elétrica e passou a aquecê-lo e acelerá-lo. e durante o resto do dia ela permaneceu, um estado constante de arrepio. Ali eu soube que algo havia mudado. Não sentia mais o ar da dúvida nem o sopro do meu demônio. Ali uma espécie de paz se instalou que ainda agora parece me dominar. Não houve mais dúvida quanto à definição daquele momento.

23 de mai. de 2011

Eu e os engenheiros do Hawaii

Ontem, dirigi bastante. Coisa que faço bem (aparentemente) e gosto bastante de fazer. Nada como uns bons 30 km para gente escutar um CD. Fazia tempo que eu não escutava engenheiros do hawaii. Havia uma época que eu escutava sempre. "Infinita Highway" sempre me lembra da estrada indo para Aracaju. Viagem de carro. Agora pensando bem, cada pedaço de música eu tinha algo em mente. Deu tempo do CD todo até chegar em casa.

"não vim até aqui pra desistir agora
entendo você se você quiser ir embora
não vai ser a primeira vez
nas últimas 24 horas
mas eu não vim até aqui pra desistir agora..
mas se depender de mim
eu vou até o fim"
Pensando bem, quantas vezes eu já quis desistir? Apesar de me considerar uma desistente em vários quesitos, depois das porradas que eu tomei, como eu ainda posso acreditar? Como ainda pode haver esperança? Parece mesmo que parte de mim, sempre vai querer ir frente, independente de quem queira me acompanhar.

"Esperei chegar a hora certa por acreditar que ela viria...
A vida real, a vida real, como é que eu troco de canal"
Eu ainda espero muitas vezes pela hora certa, a hora certa de dizer a verdade, a hora certa de ser sincera, mas na verdade, nunca sei se era mesmo a hora certa. Tem horas que queria muito trocar de canal. Só pra ver se o que estava passando na minha vida muda.

"Mas não precisamos saber pra onde vamos 
Nós só precisamos ir 
Não queremos ter o que não temos 
Nós só queremos viver 
Sem motivos nem objetivos 
Estamos vivos e isto é tudo...
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza...
Minha vida é tao confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional "
Destino certo? Nunca tive. Mas sigo em frente numa leve confiança de que no fim tudo seja um filme de sessão da tarde mesmo, que no fim tudo dê certo. Que as minhas dúvidas sejam esquecidas, afinal, mesmo com a certeza, nunca dá pra saber de verdade. Não tem mesmo porque ter certeza de alguma coisa, não é mesmo? E ainda assim, minha vida continua confusa como sempre foi, talvez por isso eu tente me manter racional, afinal ser irracional em meio a tanta confusão... Não sei ser irracional nem mesmo nas coisas certas...

"
Eu abri meu coração
Como se fosse um motor
E na hora de voltar
Sobravam peças pelo chão
Mesmo assim eu fui à luta
Eu quis pagar pra ver"
Nunca consegui não pagar pra ver. Sempre aposto, por mais que haja uma grande sensação de que "vai dar merda". No fim, sempre sobram pedaços meus. Me magoar é quase sempre um hábito. Vai, me conta uma novidade!

"O preço que se paga as vezes é alto demais
É alta madrugada, já é tarde demais...
E agora eu pago os meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez...
Pensei que era a liberdade
Mas na verdade era só solidão..."
Saber o preço é sempre difícil, acaba que só fim, quando a gente paga, é que dá pra ver. E muitas vezes é no meio da madrugada que a gente se dá conta. A impulsividade cobra sempre sua conta. E eu que sempre prezei pela minha liberdade, tem horas que ela mais se parece com a solidão...

"Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário"
Preciso mesmo comentar? Eu acho que esse trecho se parece mais comigo do que qualquer outra frase. 

"Diga a verdade ponha o dedo na ferida
Você se apaixonou pelos meus erros
E eu perdi as chaves, mas que cabeça minha
Agora vai ter que ser para toda vida
Somos o que há de melhor...
Somos o que dá pra fazer...
O que não dá pra evitar,
E não se pode escolher...
Se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho
Eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho
Feitos um pro outro
Feitos pra durar"
Tem horas que os erros parecem mesmo que são pra vida. Tem horas mesmo que parece que é tudo o que dá pra fazer. E mesmo nas merdas, eu ainda encontro uns iguais aí...

"Mas eu falei nem pensar
Coração na mão, como o refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser
Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar...
Teus lábios são labirintos,
Que atraem os meus instintos mais sacanas
E o teu olhar sempre distante sempre me engana
É o fim do mundo todo dia da semana"
Talvez de todas as músicas, essa seja a unica que não me traga leve tristeza. Sempre consigo achar que ela no fundo é romântica. Acho que quando a gente gosta de alguém, sempre existe um momento que a gente se arrepende por ser sincero demais, por ser racional ou irracional demais, por fazer daquela pessoa importante demais. Por se deixar levar por isso, se envolver com ela de forma elevada, e acabar machucando, se machucando. E mesmo assim, apesar de todas as feridas, no fim de noite, sempre tem aqueles momentos que tudo que se pensa é naqueles lábios, que nos fazem parar de pensar, apesar de tudo. E que todo dia parece que nunca acaba, porque no fim dele não vamos ver aqueles lábios...

"Quantas vezes eu estive cara à cara com a pior metade?
A lembrança no espelho, a esperança na outra margem
Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade?
Na falta de algo melhor nunca me faltou coragem
Se eu soubesse antes o que sei agora
Erraria tudo exatamente igual
Tenho vivido um dia por semana... acaba a grana, mês ainda tem
Sem passado nem futuro, eu vivo um dia de cada vez...
Não quero ter o que eu não tenho
Não tenho medo de errar...
Não quero ser o que eu não sou
Eu não sou maior que o mar"
Passei por tanta experiências marcantes e inacreditáveis, pra dizer o mínimo. Já me encontrei com a minha pior metade. Já sobrevivi coisas que achei que não sobreviver. E no fim, eu acho que teria feito igual. E muitos dos meus dias, eu tenho tentando não pensar no futuro, pra não ficar triste, pra não me deprimir. E ainda assim continuo aqui, tentando, errando e aprendendo. Me fudendo, pra dizer o mínimo. Mas continuo tentando ser fiel a mim mesma. Ai que saudade da praia!

"Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão"
E chegando em casa, a sensação de que não pertenço aqui sempre existiu. Sempre vai existir. Sou estranha à esse mundo. O mundo não é o meu lugar, ou talvez eu ainda não tenha encontrado meu lugar no mundo.
Ainda tem muito tempo. Ainda tenho muitas erros e acertos pra fazer. Girando a chave de casa eu sinto leve alívio, pelo menos aqui eu sei o que esperar. Quero me aconchegar naquela cama, não pensar em nada nem em ninguém. Quero aprender a ser feliz sem esperar nada de ninguém, quem sabe me surpreender com o que vá me acontecer. Vou ter muitas opções. Vou fazer escolhas erradas. Mas que no fim, faria de novo. Vou choramingar coisas que faço, a vida sempre foi assim.
Em dias, hoje sinto-me feliz por dormir sozinha. Talvez isso me faça bem. Talvez isso tudo seja uma saudade imensa. Do que, vou descobrir...