3 de set. de 2013

Estilhaços

Tudo em mil pedaços pelo chão, agora encaro o teto e fecho os olhos em busca de alguma paz que deve haver escondida em meio à tanta destruição. Talvez o proprio caos guarde em si uma especie de paz. Fotos perdidas, deletadas, partidas pelo chão e paredes. Planos queimados, sujos e rasgados semi pendurados pelas paredes. Como a mundo muda tanto em tão pouco tempo? Como a figura que antes me inspirava tanto agora parece um fantasma estranho, uma forma disforme e deforme. Agora o meu mundo se encontra em estilhaços no chão sujo dessa sala mal iluminada pelo céu nublado de hoje. Visão que já aconteceu antes mas agora me deixa anestesiada, de novo? Como?
Me sinto em pedaços, me sinto despedaçada por dento onde ninguém consegue ver ou notar.
Quero a solidão dos dias dentro do quarto, cortina fechadas e apenas o cheiro de sono no ar. Quero pensar e digerir tudo sozinha, minhas culpas, meus erros, as culpas dele e os erros dele, as nossas culpas e os nossos erros. Separar tudo em muitas caixinhas que depois eu possa guardar em algum lugar e esquecer.
Nao ando dormindo bem, durmo mas pareço nao descansar. Nada parece apaziguar esse vazio. Um buraco enorme que nao dói. Antes, quando se abria esses buracos em mim doía com tanta intensidade, agora já nao sinto tão cortado e costurado este pedaço de pele escondido dos olhos alheios.
Haverá então solução? Haverá alguém que me eleve mais que esta ultima vez e então me jogue no chão tão rápido quanto me levantou, tal qual ele?
Nao sei. Só sei que eu desejo paz, quietude. Silencio. Luto.