21 de jan. de 2015

e um ano começa, esse ano sim, começa um novo ano....

Se eu disser que tudo continua na mesma, eu estaria mentindo. Eu começo um ano novo porque esse ano eu percebi que calma e lentamente como uma maré que chega, eu mudei. Mudei lá dentro, onde realmente importa, onde os seus e os meus olhos não podem ver. Mudei por fora também, 38 quilos de mudança. Mas os 38 quilos não foram gordura, não foram líquido, foi de mudança. Eu mudei de 38 formas diferentes. Posso afirmar com certeza. Sou uma pessoa bastante diferente, e por vezes sequer me reconheço. Mas não com estranheza e sim com sincera alegria de enxergar coisas novas brotando de um chão tão conhecido.
Tanto mudou, que aceito de bom grado a possibilidade do novo, a mudança. Não há pecado algum em mudar, em ser diferente, em ser algo completamente inovador pra si mesmo. Aliás há um ar tão gostoso, um cheiro diferente. De criatividade e de confiança de que agora a possibilidade e a probabilidade caminham lado a lado.
Me sinto eu mesma e por isso as vezes é difícil enxergar a mudança, fica mais fácil quando encontro as pessoas que me conheciam. Inclusive, existem dias que passo na frente do espelho e ainda me estranho, ainda não me reconheço. Descubro ossos, marcas, covinhas, músculos, nuances. Agora sou mais feliz nos meus momentos sozinha e que agora procuro mais. Agora me sinto mais minha. Faz muito tempo eu mandei embora uma pessoa da minha vida com o discurso de que eu precisava me encontrar. De muitas formas eu me encontrei. Agora encontrei meu corpo, agora encontrei um amor verdadeiro que expresso na dança todos os dias, agora procuro um trabalho que me completamente, leio mais, vivo mais. Procuro a beleza perdida dos momentos leves, como na meditação, como na leitura, como no meu próprio orgasmo. Nunca vivi tanto o agora, nunca estive tão presente nos meus dias. Inclusive posso dizer que também encontrei alguém que me apresentou a beleza do não saber o que somos e ainda assim, ser maravilhosamente e anonimamente maravilhoso. Não sinto a menor necessidade de nominar o que somos, apenas somos ora. Existem muitos nomes, embora de muitas formas exista evolução lenta e gradual entre nós, como dom e sub, como amantes, como amigos e como companheiros, tudo existe numa doce mistura onde o resultado é um: é profundamente leve e gostoso. Não sinto o peso da necessidade da entrega total, porque isso me vinha de um título, mas sinto a leveza da espontaneidade de estar me deixando fluir. Como diria Bruce Lee, estou sendo água, ele tem sido meu copo. Talvez eu decida um dia mudar de forma, não cabendo mais nele. Mas por hora tem sido um bom recipiente.
Tudo tem sido completamente diferente quando me dei conta de que realmente sou outra pessoa.
Me sinto leve, livre, tensões deixaram meu corpo, fardos foram entregues, prisões foram quebradas. Me sinto numa bolha de evolução pessoal imensa, e por isso a possibilidade da mudança continua, ainda desejo por mais.
E por isso declaro com todas as letras: feliz bom novo ano novo. Tudo novo. Mas dessa vez um começo.