22 de set. de 2010

Suplica cearence!

Essa música é quase dúbia, me lembra diversas pessoas, mas mais que tudo, me lembra meu amigo.

"Oh! Deus,
perdoe esse pobre coitado,
que de joelhos rezou um bocado,
pedindo pra chuva cair,
cair sem parar.

Oh! Deus,
será que o senhor se zangou,
e é só por isso que o sol se arretirou,
fazendo cair toda chuva que há.

Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover,
mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta,
uma planta no chão.

Oh! Meu Deus,
se eu não rezei direito,
a culpa é do sujeito,
desse pobre que nem sabe fazer a oração.

Meu Deus,
perdoe encher meus olhos d'água,
e ter-lhe pedido cheio de mágoa,
pro sol inclemente,
se arretirar, retirar.

Desculpe, pedir a toda hora,
pra chegar o inverno e agora,
o inferno queima o meu humilde Ceará.

Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover,
mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta no chão,
planta no chão.

Violência demais,
chuva não tem mais,
corrupto demais,
política demais,
tristeza demais.
O interesse tem demais!

Violência demais,
fome demais,
falta demais,
promessa demais,
seca demais,
chuva não tem mais!

Lá no céu demais,
chuva tem,
tem, tem, não tem,
não pode tem,
é demais.

Pobreza demais,
como tem demais!(Falta demais),
é demais,
chuva não tem mais,
seca demais,
roubo demais,
povo sofre demais.
Oh! demais.

Oh! Deus.
Oh! Deus.
Só se tiver Deus.
Oh! Deus.
Oh! fome.
Oh! interesse demais,
falta demais...!"

18 de set. de 2010

Movida à álcool

Neste momento, diversas partículas de álcool se movem na mesma velocidade pela minha corrente sanguínea, atingem meu lobo central e me embebedam. Elas me trazem motivo, doença, conversão, danação, pecaminosidades além dos sentidos e me trazem, acima de tudo, amor. Uma necessidade de amar. Uma vergonha em sentir que preciso ser amada. Neste momento eu desejo acima de tudo ser esculpida por belas mãos que irão contornar, meus seios, meu abdômen, roçar em meus pelos pubianos até atingir meu sexo, me fazer virar o rosto de prazer. Neste momento, eu desejo mais que o desejo da masturbação, porque por hora me amei demais. Me amei nessa manhã, quando me imaginei amada em braços perdidos e desconhecidos porém muito imaginados. Naqueles braços, gozei imensamente. Se houvesse na terra homem que me fizesse gemer tão sacramente, ele não deve me conhecer.
Agora eu me odeio, me poluo com os prazeres das quais me privo todos os dias da semana, me inundo de carnes, desejos, sexo, álcool, drogas. Há um prazer insano em mastigar um cadáver. Um  prazer auto-destrutivo.
Neste momento eu invejo, eu invejo, invejo àqueles que não necessitam de álcool para se libertar. Que tem o lobo frontal totalmente seu, controlado. Eu agora queria sexo. Com um estranho. Mas um estranho conhecido, tão conhecido dos meus sonhos forçados, com aqueles cabelos longos, negros, lisos, e a pele cor de cobre. Aquele torso bronzeado, aquelas mãos fugazes, mas que parecem contornar a luminosidade que se deposita em minhas voluptuosas curvas. Em sua busca tátil , ele procura ao meu prazer e o seu. Ele não parece nervoso, nem arredio. Ele parece preocupado. Em sentir cada centímetro de minha pele, em sentir o sabor do óleo que eu derramei em minha pele anteriormente. Ele passa as mãos com tanta familiaridade que parecem minhas mãos. É um prazer absurdo.
Quando ele alcança meus seios, ele se despe de toda expectativa, como se ali há um certo deleite em seios deformes e insensíveis. Eu só sinto seu toque porque o vejo. E mesmo assim, o prazer dele é saber que eu sinto prazer em vê-lo. São macios e convidativos. Eles pedem por carinhos. Eles os move com destreza.
Um novo gole de álcool, uma nova visão. Ele agora também está despido de roupas e moralidades. Sua nudez é exagerada e proporcional, sua cor de cobre parece tão pura, tão própria, tão combinada com toda a iluminação. Seu sexo me parece tão normal, tão sexual, tão apetitoso. Eu me deleito em saliva e em vontade de prová-lo. Uma posição tão submissiva e no entanto, tão no controle. Ah, se as mulheres soubessem como nao tem nada de submissão em ter a arma do jogo entre os dentes. Mas apenas o provo, como um sorvete novo, um sabor inusitado. Meu sexo pede por mais. Quer uma invasão. Uma conexão de corpos. Uma infração contra a lei da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Mas essa infração me parece conexa, necessária, nexativa. E quando o movimento é conexo. Acordo. Estamos eu, o sabor da carne entre os dentes, a lata vazia. Queria um cigarro.

17 de set. de 2010

Fuck it all!

Eu quero mudar tudo.
Nesta noite eu novamente tentarei.
Fui capaz de aos poucos e aos muitos fazer muitas mudanças.
Não quero ligar para ele. Ele não vai falar o que eu preciso, eu decidi deletá-lo.
Então digo-lhe, eis uma frase dúbia, por sinal!
Eu só ando deletando, renovando minhas memórias, meus gigabites, minhas pastas.
Deletei uma chamada passado. Aproveitei para deletar uma outra chamada eles.
Nunca me amei tanto quanto agora, nunca quis ser tanto um eu autêntico.
Quero ter minha própria pasta. Meu próprio dicionário, onde a definição de eu aparece na letra A.
Onde haverão páginas de definições e mesmo assim eu consiga me definir.
Eu não o amo mais, tantas frases dúbias, por sinal!