13 de nov. de 2012

Despedida

Enviado hoje ás 02:44

"Estou tentando colocar aqui tudo isso que está passando pela minha cabeça.
Porque eu me sinto agora uma das piores pessoas do mundo, machucar alguém me machuca demais, principalmente porque estou machucando e magoando alguém que não merece e que me fez tão bem.
Queria que as coisas fossem diferentes, mas elas não são. E nesses últimos dias tenho me sentido atolada debaixo de tudo, de eu não ter tempo pra te ver mais, de eu sentir que eu preciso de ficar sozinha e cuidar de mim e que também não estou pronta pra essa relação.
Esses dias pensando eu entrei no facebook, procurei seu face baunilha e lá tinha a foto da sua filha uma neném linda na frente do pc. E a imagem dela está na minha cabeça todo dia desde então. Porque eu me sinto tão culpada, eu respeito demais sua relação com a sua mulher e eu tenho tanto medo de influenciar tudo isso que vocês têm, porque eu gostaria de ter tudo isso com alguém um dia. Acho que no fim eu também sou possessiva. E eu não me sinto e nunca me senti no direito de ser possessiva com você, porque você não é meu. Você se pertence e se doa a quem quer, quantas vezes você me disse isso, mas me recusei a te sentir meu, agora tenho bastante certeza de que minha cabeça até suporta uma relação poligâmica, mas meu coração não.
Você foi a pessoa mais sincera, mais risonha e que mais me fez bem de todas as pessoas da minha vida, e eu me sinto horrível por ter machucar, porque você nunca fez isso. Eu estou fazendo isso tudo, como você disse, em nome do egoísmo. Ainda bem que você vê isso, porque talvez seja a primeira vez que eu estou me escolhendo ao invés de me tornar a mártir e me sacrificar pelo outro.
Eu não tenho mais pra onde correr, cada dia que passa eu queria ficar mais sozinha, mais distante, nesses últimos 15 dias eu estive abarrotada sim mas essa distância ajudou, eu me senti mais leve, mesmo quando houve tempo livre eu não te liguei, eu escolhi ficar sozinha.
Prefiro assim, que me doa pra caralho, que eu sofra também por não ter um motivo tão forte pra ir, mas porque já não tenho motivos tão fortes pra ficar. Vou sentir uma puta falta sua e me dói muito escutar que se um dia pudermos ser amigos, não vai ser como hoje. Você tem sido meu amigo mais fiel. Você me ajudou tanto e eu me sinto enterrando uma faca nas suas costas. Mas eu não posso mentir, e eu estava sentindo que esse era o caminho que eu estava seguindo. Eu prefiro ser a filha da puta por terminar assim do que ser a canalha por mentir, por trair, por fazer coisas pra te magoar.
Prefiro te magoar por ir embora assim, porque eu sou assim, correta até nessa hora. Estou sendo correta comigo, estou me escolhendo, estou sendo o mais sincera, e sei que essa sinceridade te mata tanto quanto me machuca.
Não consigo continuar com isso e ter que mentir pra você. Não quero te magoar, mas não existe término sem dor. Sei que você já se machucou outra vezes, eu também, e eu realmente gostaria que voê não se fechasse pra outras pessoas, mas isso não é uma escolha minha. Você me mostrou que existe um outro lado nas pessoas, que eu estou enganada quando penso que não existem mais pessoas como eu e você, pessoas boas. Você me deu esperânças de que o mundo não é só superficialidades. Você mudou tudo, vai haver um forte antes e depois de você. Você me mudou muito, me mostrou outras coisas, mas senti que faltaram outras entre a gente. Não se culpe, boa parte disso tudo é culpa minha, também tem culpas suas, mas o cálculo fica assim, cada um com um saldo devedor. 
Só posso te dizer o quanto você me fez feliz e me fez bem, e eu me sinto uma traidora por estar te recompensando assim, mas não posso ficar numa relação por sua causa, tenho que ficar por minha causa, porque sinto, porque meu coração quer. E ele não quer.
Queria que você tivesse lembranças boas, mas sei que agora você deve estar tão magoado. Eu particularmente estou em sentindo um lixo, me sentindo uma vilã desalmada. Mas prefiro assim. Prefiro terminar por aqui antes que eu faça alguma merda.
Sei que agora você está decepcionado e magoado, eu também estou comigo, mas ao mesmo tempo me sinto mais leve, mentindo menos pra mim.
Vou sempre lembrar de você, vou sentir muito sua falta e daqui algum tempo eu sei que vou te procurar porque vou sentir falta da nossa amizade, mas agora tudo o que quero é ficar sozinha e voltar pro meu foco em mim, voltar pro meu ballet, entregar meus curriculuns, voltar pra minha vida. Não é que eu não possa levar minha vida baunilha e com você, mas eu estou atolada e perdendo meu foco, me perdendo no meio disso tudo, eu preciso ser mais minha.
Fiquei muito triste quando você disse que pensava que havia outra pessoa, que teria acontecido algo. Não apareceu mais ninguém, até porque começo a pensar que eu não sirva mesmo pra essa coisa de relacionamento, não aconteceu nada diferente. Aliás, o que aconteceu é que nos dias que ficamos quase o dia todo sem nos falarmos, quando estive trabalhando dia todo, quando passei o fim de semana em casa, eu queria estar aqui sozinha, eu não queria te ligar, te liguei por consideração, te procurei mais por você do que por mim. Nunca quis tanto ficar sozinha, nunca entendi assim antes que eu precisava ficar só e me mudar, me construir e me demolir, nunca me senti tanto assim quanto agora. E se eu ficar, vou ficar me frustrando porque quero te recompensar, te fazer feliz mas não estou feliz, não estou me fazendo feliz.
Queria estar com você de coração, mas se não estou, tudo perde muito o sentido. Eu preciso daquele arrepio da coluna, aquele frio na barriga e sinceramente não tenho sentido isso no último mês.
Não posso ser sua, não posso te dar o que não tenho, eu preciso me encontrar."



"Deixe-me ir preciso andar, vou por ai à procurar rir pra não chorar,
Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver.
Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí à procurar rir pra não chorar,
Se alguém por mim perguntar, siga que eu só vou voltar quando eu me encontrar"

12 de nov. de 2012

Um novo dia, uma nova decisão...

Sem sono outra vez, outra noite em quase cinco noites. Realmente já sei o que perturba, e talvez eu hoje a noite possa dormir.
Meu coração se adoeceu. Ele se adoeceu porque eu concordei em viver sem ele, em viver sem que ele participasse.
Agora eu preciso mais que tudo colocar tudo pra fora e me libertar, mais uma relação no meu caderninho, mais um fracasso meu. Mas no fim eu sei todos os motivos.
Eu não sei viver uma relação assim, perfeita em idéia e fraca em prática. Deixe-me explicar.
Hoje vivo com alguém cuja comunicação é tão forte e gostosa que é como se fôssemos melhores amigos. Alguém que me faz rir. Alguém cujo coração é tão doce e bom quanto o meu. Alguém cuja face sempre transparece ideias demais. Ele é um dos caras mais incríveis que conheci. Mas eu não o amo, não com a intensidade que de meu coração precisa. Meu cérebro o ama, ama o jeito como ele ri e parece um vilão de novela, como é complexo e todos os dias descubro novas facetas. Como ele aprendeu a me ler tão rápido. Ele mudou muitos conceitos e padrões do que eu já havia vivido.
Mas ainda assim, quando não o amo de coração, quando esperei que ele tocasse minha alma, quando estive com ele e não senti meu coração participar, quando meus sentimentos fugiram de mim e eu fiquei triste e só mesmo estando ao lado dele, ele não viu, não o culpo.
E agora meu coração sufocado pede um ultimato, quer me deserdar, quer me abandonar.
Quer ir embora e se eu tenho que escolher entre alguém e eu, terei que escolher por mim.
Não me julgue, por favor, não sou tal horrível pessoa. Eu posso acrescentar mais detalhes à figura para que você possa enxergar e me entender.
Ele tem outros problemas, outros que não sou eu, ele tem uma vida muito diferente e uma concepção que ainda estou por entender. Sei que parece vago, mas se eu jogar limpo e contar tudo, você vai dizer vai concordar mais rápido que devo deixa-lo mas não vai entender o lado dele.
Porque de verdade, esses outros problemas contribuiram muito pouco na minha decisão, o que pesou mesmo foi o fato do meu coração não estar com ele e se recusar a estar com ele. É como se eu nunca conseguisse ser dele completamente. Eu preciso de outras coisas, troco toda a intensidade dos orgasmos, troco todas as mirabolações sexuais por mais sentimento, por momentos onde ele tivesse me cativado, tivesse conquistado o lugar dele no meu pensamento.
Agora ele parece um incômodo que eu me ofereço a viver mas não quero viver.
E o que mais me dói é saber que por fim, eu vou magoar mais alguém. Me sinto uma pessoa horrível. Tão maldosa. Tão sem jeito. Porque não podemos escolher o que o coração faz?
No fim, vou ter que me justificar muito, porque talvez ele não queria desistir de mim, o que me seria digno.
Mas eu sei que ele também sente, ele também percebe que eu não estou completamente com ele.
E por fim, aquele outro babaca que tenho mil razões para ignorar, ele que escolheu me machucar, ele eu amei. Parece que no fim eu estou aprendendo e muito. E como uma pessoa me disse, talvez não se precise de uma razão precisa para se terminar, apenas não querer se estar mais lá. Concordo, as vezes vou no fundo do poço, preciso ver tudo carbonizado e queimado, destruído e dito, para então ir embora. acho que dessa vez posso fazer diferente e ir embora antes que tudo desabe.
Não me sinto feliz com isso tudo, mas me sinto menos infeliz ao menos.
Meu mundo talvez esteja se encaminhando a fim de ser mais sozinha e me entender mais, conseguir dizer não, conseguir fazer o outro me merecer ao invés de me doar tão fácil.
Ah, o meu mundo podia ser menos preto e branco...

6 de nov. de 2012

Mais um dia... doente

Odeio ficar doente, mas também quem gosta?
Eu realmente odeio, mas principalmente pela sensação de vulnerabilidade. Não sei lidar com essa sensação de que eu preciso de alguém só pra me abraçar e ficar aqui comigo. Odeio essa sensação de mulher frágil, logo eu que faço de tudo pra ser sempre forte, a que cuida, a que faz, a que acontece.
E cá estou eu, faringoamigdalite. Tudo doendo e no último gargarejo eu vi até sangue.
E eu queria colo, queria alguém pra me abraçar, pra eu pedir colo, pra perguntar se eu quero água. E tudo o que eu tenho sou eu mesma, e nesses dias é difícil.
Eu entendi muita coisa nesses últimos dias, eu sou mesmo uma alma sem jeito. Meu coração não se contenta com nada e com ninguém. Nunca senti tanta falta daqueles dias, aqueles dias em que em me enganava, que eu amava um ser que hoje imagino que sequer lembrava de mim. Eu amava aquela ilusão. Já faz 4 anos e eu ainda sinto falta. Ainda me pergunto se ele mudou tanto, se ele ficou igual, se ele lembra de mim. Ele vai fazer um ano de namoro. E eu aqui me perguntando o que foi que eu fiz da minha vida. Parece que depois dele eu nunca mais a mesma. Eu fui modificada pra sempre. Porque eu provei daquela fruta do amor fácil, como a risada rouca, com o amor que dava um jeito, até amor no chão valia. Aquele amor de cinema, com direito a pipoca grande e coca cola.
Ele não é o mesmo, eu também não devo ser. Eu nunca vou saber de verdade com toda a certeza o que eu fui pra ele o que restou disso até hoje. E eu às vezes sinto falta. E pensar que fim do ano a gente vai se encarar de novo, não quero aquela linha de tensão no ar, quero apenas férias tranqüilas.
Hoje tenho alguém que me faz feliz, que tem a risada que mais parece um vilão, mas que sempre me faz rir. Adoro o abraço grande dele, como eu pareço pequena perto dele. Adoro o jeito como conversamos e resolvemos tudo na base da conversa, parecemos mais amigos que amantes, mas só de roupa. Eu sou o brinquedinho sexual dele e adoro quando ele me usa. Pareço despertar um desejo insano nele, só posso comparar com o meu desejo constante de amor carnal, que ultimamente não anda tão constante. Nunca fazemos amor, apesar de que tem dias que meu corpo se lembra disso a não muito tempo atrás. Com ele fazemos sexo, intenso, sem barreiras. Quero a força, a violência com que ele me bate e eu me derreto. Com ele aprendi a ser submissa, e que isso vem de mim. Ele me bate, me joga, me manda, e eu adoro. Ele me deu os orgasmos mais sensacionais, descobriu prazeres e lugares sensíveis que nunca ninguém tinha descoberto. Mas às vezes isso tudo não toca meu coração. No começo eu achava o sorriso dele tão bonito, com aquelas bochechas grandes e um ar tão simpático que simplesmente parecia outra pessoa, não parecia o homem que queria me bater até a pele mudar de cor, dentro de quatro paredes ele mais parecia um italiano fumando e olhando com aquele olhar fatal. Gosto dele, nunca tive ninguém assim, que gostasse de conversar, que quisesse saber tudo o que penso, que fosse tão sincero quanto eu. Mas quando a minha armadura cai, e eu deixo as brechas para ele me tocar e realmente me tocar por dentro, ele não vê. Tem dias que eu me sinto tão distante dele, tão somente minha. Mas eu sei que basta ouvir a voz dele que eu sei que na frente dele eu nunca vou ser menos do que completamente dele. Mas eu sinto e quase o tempo todo como se ele nunca fosse ser completamente meu. Ele é meu às vezes, um pouco, sei que ele se preocupa, sei que me ama, mas é como se meu coração não se sentisse liberto a amar ele. Talvez seja sempre medo, talvez eu realmente não esteja disposta a amar completamente e desmedidamente. Sei que esse tipo de sentimento é exatamente como a droga: é uma das melhores sensações mas tem um preço muito caro. Estou feliz de não estar totalmente sem salvação, de estar entregue, eu me sinto mais equilibrada. Mas eu adoro um desequilíbrio.
Talvez eu seja sem jeito mesmo, nunca me contente com nada. Cada um deles que tive foi diferente. Tive homens de todas as formas, e neles descobri todas minhas facetas. Descobri meu lado de menina, que só quer rir e amar. Descobri meu lado mulher que quer ser sexy e provocar. Descobri meu lado que cede, que faria tudo em nome daquele que ama. Descobri meu lado submissa, que gosta de ser mandada, xingada, comida com força e quer dar prazer acima de tudo. Descobri meu lado desconfiada, sempre colocando um pé atrás.
Descobri outras coisas também, que eu sou uma pessoa incrível que só quer fazer o bem, mas que também quero que me façam bem. Finalmente ando aprendendo o valor do pão inteiro que eu valho, ao invés das migalhas que eu costumava me fartar.

Mas sinto falta do amor, daquele amor sem medida, daquele sentimento que me abala, que me atravessa como um caminhão me atropelando. Eu costumava ficar de cama por dias, apenas olhando pro teto e sonhando com lábios, risadas e beijos. Será que vai ser pra sempre assim? Talvez não seja só minha garganta doente, talvez seja meu coração doente também.