6 de nov. de 2012

Mais um dia... doente

Odeio ficar doente, mas também quem gosta?
Eu realmente odeio, mas principalmente pela sensação de vulnerabilidade. Não sei lidar com essa sensação de que eu preciso de alguém só pra me abraçar e ficar aqui comigo. Odeio essa sensação de mulher frágil, logo eu que faço de tudo pra ser sempre forte, a que cuida, a que faz, a que acontece.
E cá estou eu, faringoamigdalite. Tudo doendo e no último gargarejo eu vi até sangue.
E eu queria colo, queria alguém pra me abraçar, pra eu pedir colo, pra perguntar se eu quero água. E tudo o que eu tenho sou eu mesma, e nesses dias é difícil.
Eu entendi muita coisa nesses últimos dias, eu sou mesmo uma alma sem jeito. Meu coração não se contenta com nada e com ninguém. Nunca senti tanta falta daqueles dias, aqueles dias em que em me enganava, que eu amava um ser que hoje imagino que sequer lembrava de mim. Eu amava aquela ilusão. Já faz 4 anos e eu ainda sinto falta. Ainda me pergunto se ele mudou tanto, se ele ficou igual, se ele lembra de mim. Ele vai fazer um ano de namoro. E eu aqui me perguntando o que foi que eu fiz da minha vida. Parece que depois dele eu nunca mais a mesma. Eu fui modificada pra sempre. Porque eu provei daquela fruta do amor fácil, como a risada rouca, com o amor que dava um jeito, até amor no chão valia. Aquele amor de cinema, com direito a pipoca grande e coca cola.
Ele não é o mesmo, eu também não devo ser. Eu nunca vou saber de verdade com toda a certeza o que eu fui pra ele o que restou disso até hoje. E eu às vezes sinto falta. E pensar que fim do ano a gente vai se encarar de novo, não quero aquela linha de tensão no ar, quero apenas férias tranqüilas.
Hoje tenho alguém que me faz feliz, que tem a risada que mais parece um vilão, mas que sempre me faz rir. Adoro o abraço grande dele, como eu pareço pequena perto dele. Adoro o jeito como conversamos e resolvemos tudo na base da conversa, parecemos mais amigos que amantes, mas só de roupa. Eu sou o brinquedinho sexual dele e adoro quando ele me usa. Pareço despertar um desejo insano nele, só posso comparar com o meu desejo constante de amor carnal, que ultimamente não anda tão constante. Nunca fazemos amor, apesar de que tem dias que meu corpo se lembra disso a não muito tempo atrás. Com ele fazemos sexo, intenso, sem barreiras. Quero a força, a violência com que ele me bate e eu me derreto. Com ele aprendi a ser submissa, e que isso vem de mim. Ele me bate, me joga, me manda, e eu adoro. Ele me deu os orgasmos mais sensacionais, descobriu prazeres e lugares sensíveis que nunca ninguém tinha descoberto. Mas às vezes isso tudo não toca meu coração. No começo eu achava o sorriso dele tão bonito, com aquelas bochechas grandes e um ar tão simpático que simplesmente parecia outra pessoa, não parecia o homem que queria me bater até a pele mudar de cor, dentro de quatro paredes ele mais parecia um italiano fumando e olhando com aquele olhar fatal. Gosto dele, nunca tive ninguém assim, que gostasse de conversar, que quisesse saber tudo o que penso, que fosse tão sincero quanto eu. Mas quando a minha armadura cai, e eu deixo as brechas para ele me tocar e realmente me tocar por dentro, ele não vê. Tem dias que eu me sinto tão distante dele, tão somente minha. Mas eu sei que basta ouvir a voz dele que eu sei que na frente dele eu nunca vou ser menos do que completamente dele. Mas eu sinto e quase o tempo todo como se ele nunca fosse ser completamente meu. Ele é meu às vezes, um pouco, sei que ele se preocupa, sei que me ama, mas é como se meu coração não se sentisse liberto a amar ele. Talvez seja sempre medo, talvez eu realmente não esteja disposta a amar completamente e desmedidamente. Sei que esse tipo de sentimento é exatamente como a droga: é uma das melhores sensações mas tem um preço muito caro. Estou feliz de não estar totalmente sem salvação, de estar entregue, eu me sinto mais equilibrada. Mas eu adoro um desequilíbrio.
Talvez eu seja sem jeito mesmo, nunca me contente com nada. Cada um deles que tive foi diferente. Tive homens de todas as formas, e neles descobri todas minhas facetas. Descobri meu lado de menina, que só quer rir e amar. Descobri meu lado mulher que quer ser sexy e provocar. Descobri meu lado que cede, que faria tudo em nome daquele que ama. Descobri meu lado submissa, que gosta de ser mandada, xingada, comida com força e quer dar prazer acima de tudo. Descobri meu lado desconfiada, sempre colocando um pé atrás.
Descobri outras coisas também, que eu sou uma pessoa incrível que só quer fazer o bem, mas que também quero que me façam bem. Finalmente ando aprendendo o valor do pão inteiro que eu valho, ao invés das migalhas que eu costumava me fartar.

Mas sinto falta do amor, daquele amor sem medida, daquele sentimento que me abala, que me atravessa como um caminhão me atropelando. Eu costumava ficar de cama por dias, apenas olhando pro teto e sonhando com lábios, risadas e beijos. Será que vai ser pra sempre assim? Talvez não seja só minha garganta doente, talvez seja meu coração doente também.

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