27 de jun. de 2014

Um novo recomeço

Recomeço é algo que conheço, esse sentimento não me é de nenhuma forma novo, mas toda vez que tenho que me deparar com essa ideia, entendo cada vez melhor que juntar os cacos é necessário mas talvez deixar que os cacos não se espalhem seja mais importante. Cada vez mais eu tenho permitido me envolver com pessoas que sentem não só à vontade como que quase no direito de me magoar de todas as formas possíveis. E sinceramente, em todas as vezes que me permiti envolver, fosse o grau maior ou menor, eu me dediquei de corpo e alma, talvez por poucas vezes tenha de fato de entregue totalmente, sempre houve uma parte de mim que não controlo, que só se abre para uns poucos. E nunca, nem uma única vez eu fui correspondida nisso. E já está em tempo de parar. Todas as vezes eu me decepcionei, me machuquei e no fim fiquei catando os cacos que ficaram pelo chão. Comecei a perceber um certo padrão. No começo sou desconfiada, mas algo simplesmente me impede de permanecer nesse estado por muito mais que um dia, então vem o salto do precipício, a adrenalina me empolga e então me taco. Mas eu poucas vezes houve mais tempo de alegria do que de luto, tristeza e dor. Passo inevitavelmente mais tempo sarando, curando os buracos, cortes e ferimentos que ficaram do que de fato foi o tempo que me permiti ser feliz. Invejo imensamente as pessoas que vivem relacionamentos que duram um ano ou mais que isso porque isso nunca aconteceu comigo.
Estou de fato me resignando a recomeçar mas de uma forma diferente. Nem tanto, pensando bem. Esse processo de fim sempre é o mesmo, vou chorar, me calar e sumir do mundo, lamberei minhas feridas e separarei o que de fato é meu, então o que é dele pra poder me livrar de ambas partes. Vou esperar a planta forte que foi sendo alimentada durante esses meses, agora já bem seca, espero que de fato seque por inteira, assim a poderei arrancar. Meus términos são definitivos por eu ter seguido esse ritual macabro à risca. Assim, o sentimento morto,  enterrado e o seu luto vivido, posso voltar para os devaneios comuns. O que de fato vou fazer diferente é parar de buscar, parar de tentar encontrar qualquer pessoa que seja para me fazer recomeçar esse processo. Vou me concentrar naquilo que sou boa, naquilo que realmente aprendi a fazer ao longo desses anos, me dedicar aos meu corpo, ao meu espiritual, às minhas buscas, deixar o tempo disponível para pensamentos negativos tão pequeno que seja praticamente impossível de fato tê-los. Gostaria muito de me concentrar naquilo que me faz feliz mas agora tenho um novo plano. Vou me concentrar naquilo que é preciso. Preciso construir à duras penas uma vida independente, começar a preparar meu canto e conquistar a sonhada liberdade. Não é tempo de chorar, preciso de foco. Preciso me concentrar para entrar num tempo de renúncias e sacrifícios. Preciso conquistar aquilo que penso ser impossível, uma vida que sonho faz tempo. Nessa vida eu mudava tudo o que me incomodava, dei passos largos em direção à ela quando consegui perder os trinta e dois quilos que consegui. Agora preciso dar o passo final, sentar a bunda na cadeira e estudar de verdade para começar a vida que eu sei que só eu posso conquistar.

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