28 de mar. de 2011

"Pourtant quelqu'un m'a dit que tu m'aimais encore..."

É estranho viver a normalidade. Estranho ainda mais é viver a normalidade que é normal aos seus olhos, mas aos dos outros talvez não seja. É a minha normalidade ao meu jeito.
Através dos anos, li tantos livros, vi tantos filmes e com todos esses conceitos, construí vários conceitos de normalidade. E eu sempre soube que eu não estava dentro deles. Outcast. Estrangeira. Talvez esse seja o sentimento que mais se aproxima de explicar o que senti a vida toda. Sempre fora. Um peixe fora d'água.
Minha alta sociabilidade e minha capacidade de falar fez com que eu me encaixasse. Mas quando eu estava só, era uma solidão insuportável. Através dos anos, ela se tornou suportável, hoje as vezes necessária.
E agora, tudo o que eu preciso é derrubar esses meus conceitos, me deixar levar.
E tudo é muito difícil. Difícil voltar a ser alguém que acreditava em todos, que era inocente, que não tinha medo de se machucar. Minha avó dizia que gato escaldado tem medo de água. E eu criei esses medos bobos, medo de ser enganada, medo de entregar tudo, medo de viver de verdade.
A diferença de isso tudo é que agora eu quero. Eu quero poder me entregar de verdade. E se eu me machucar, que seja, parece valer a pena. A muito tempo não parecia valer a pena.

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